Clóvis Campêlo
Muito tenha sido fundada pelos franceses em 8 de setembro de 1612 (informação esta contestada por alguns historiadores maranhenses), é nos casarões portugueses, alguns com suas fachadas de azulejos, que São Luís estabelece a sua diferenciação.
Segundo a jornalista Dalva Rêgo, em matéria publicada no site da Globo, em 05/9/2012, São Luís possui “um acervo de casarões coloniais que refletem bem como viviam os colonizadores que chegavam à cidade. Esse conjunto arquitetônico é tão importante que foi declarado Patrimônio da Humanidade”. Ainda segundo ela, “talvez, São Luís seja a primeira cidade colonizada por portugueses com características mais fortes de organização do espaço urbano. Os lugares onde os portugueses se instalavam, até então, eram desordenados, não seguiam um padrão de construção. Isso só aconteceu na capital maranhense no início do século XVII”.
E ela tem razão. Diferentemente, por exemplo, do Recife, onde os becos e ruelas sempre desaguam em algum pátio, conforme a concepção urbana ibérica da sua época, São Luís é talvez tenha sido uma das primeiras cidades portuguesas a receber um traçado bem orientado e geométrico, oriundo dos engenheiros militares submetidos às ordenações filipinas, já que Portugal, na época, encontrava-se sob o controle da Espanha.
No entanto, se os casarões e a geometria ludovicense é portuguesa, o nome da cidade foi escolhido pelos franceses seus fundadores em homenagem ao rei da França Luíz IX, também chamado de São Luís. Durante o seu reinado, a França teve um grande poder político, ecônomico, militar e cultural, no chamado “século de ouro de São Luís”.
Segundo a Wikipédia, “a capital maranhense, lembrada hoje pelo enorme casario de arquitetura portuguesa, no início abrigava apenas ocas de madeira e palha e uma paisagem quase intocada. Ali, ficava a aldeia de Upaon-Açu, onde os índios tupinambás viviam da agricultura de subsistência e das ofertas da natureza, caçando, pescando, coletando frutas. Nos arredores, habitava a etnia indígena dos potiguares”.
Em 1987, o governo estadual do Maranhão, iniciou o Projeto Reviver, visando recuperar e revitalizar o conjunto arquitetônico do centro histórico de São Luís. O projeto teve duas fases distintas: a primeira, dedicou-se às obras consideradas prioritárias ou emergenciais; depois, intervenções urbanas mais profundas, revitalizando mais de 200 imóveis, com 107.000 metros quadrados tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional, restaurando o aspecto original dos prédios, através de fotografias antigas, descaracterizado ao longo dos anos. Por outro lado, um desdobramento do Projeto Reviver, o Projeto Habitacional, vem promovendo desde 1993 a fixação de famílias na área da Praia Grande, resgatando a memória histórica da cidade e do seu patrimônio arquitetônico.
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