Papai Noel nada tem a ver com o Natal
No Ocidente, o personagem Papai Noel irrompe no período
que antecede o Natal do Senhor. Trata-se de uma criação, ligando-o a São
Nicolau de Mirna, bispo na Turquia. Este era um eclesiástico muito generoso com
todos, especialmente as crianças. No calendário da Igreja Católica, sua festa
litúrgica acontece no dia 6 de dezembro. Conta-se que Nicolau era uma figura
simpática, amiga da criançada, paternal e caridosa. Seus diocesanos chamavam-no
de Papai. Nasceu provavelmente em 275, d.C e faleceu em 350. A palavra Noel em
francês quer dizer Natal. Por volta do século IX, criaram esse personagem, em
alusão a São Nicolau e ao período natalino. Vestiram-no com roupas invernais, gorro
cobrindo a cabeça e botas. Puseram em seus ombros um saco,
contendo presentes. A lenda foi se espalhando por conta de uma lacuna
catequética sobre o verdadeiro sentido natalino e suas figuras. Em 1223, São
Francisco de Assis criou o presépio para neutralizar essa imagem irreal de Papai Noel, invadindo as celebrações natalinas.
Papai
Noel nunca existiu historicamente. Trata-se de uma lenda. E vamos continuar
contando uma ficção aos filhos e netos, em lugar de importantes acontecimentos
religiosos? Papai Noel é uma alienação cultural para as tradições brasileiras.
Seu perfil e apresentação não condizem com a nossa realidade cultural.
Infelizmente, nas comemorações do Natal, grassa por todos os recantos a figura
de Papai Noel, que não se insere na verdadeira tradição cristã. Hoje em dia, quando
se fala de Natal, vem à mente a figura do tal velhinho. Os shoppings estão
cheios desses personagens em total desacordo com a beleza religiosa do natalício
do Filho de Deus. Nas lojas, raramente
encontram-se presépios. São inundadas com imagens e representações de uma
realidade imaginária. Infelizmente, fala-se mais dele do que de Jesus, no mês
de dezembro. A Europa hoje ressente-se da invasão muçulmana que impede a
celebração pública do Natal. E para completar a esquisitice, por conta do politicamente correto, criou-se a Mamãe Noel.
Maria, José, Jesus são os grandes esquecidos, durante o período
que antecede o Natal. E pior, pais, avós, tios, cristãos iludem crianças inocentes
com os presentes de Papai Noel, dando continuidade a uma ficção e lenda. Por
que não dizer que os presentes foram dados pelo Pai do Céu, representados pelos pais terrenos? Até quando vamos perpetuar essa inverdade? Por que
não mostrar a figura da Mãe Celestial em lugar da Mamãe Noel?
Deve-se ressaltar também a ignorância da história cristã
e da verdadeira teologia. Nos primeiros séculos do cristianismo, a Igreja lutou
para cristianizar o Natal pagão. Hoje, a sociedade tenta a todo custo – tendo
em vista o silêncio e a omissão dos cristãos –paganizar o Natal. E nós
discípulos de Cristo até quando vamos calar e se omitir diante dessa aberração?
Que o Menino Jesus nos ajude e ilumine os nossos passos. Que os Magos da
Epifania venham em nosso socorro para que possamos encontrar a riqueza da Estrela do Presépio, aquele que é o “Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo
14, 6).
Emaús,
24 de dezembro de 2025.
Padre João Medeiros Filho
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