ENCANTOU-SE
O “BISPO DE TAIPU”
Por
Carlos Roberto de Miranda Gomes
Nunca
está só quem tem um livro para ler. INÁCIO MAGALHÃES DE SENA tinha muitos,
muitos mesmos, sequer era possível saber a cor das paredes de sua modestíssima
casa pois os livros iam até o teto.
Dizia
sempre, em suas conversas, que não conseguiria sobreviver sem os seus livros e
por isso foi sufocado por eles.
Nascido
em Ceará-Mirim em 11 de dezembro do ano de 1938, completara seus 84 anos de
existência e de andarilho por esse mundo afora. Conheceu Oropa, França e Bahia.
Recebeu o título de Cidadão Natalense em 2015, sócio honorário do Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
e da Academia Cearamirinense de Letras Pedro Simões Neto – ACLA-PSN.
Cristão devoto, escreveu poucos livros [Agora lábios meus, dizei e anunciai, Memórias Quase Líricas de um Vendedor de Cavaco Chinês e outros escritos, inclusive importantes pesquisas a serem publicadas], pois era um Menestrel divulgando a sua cultura de forma oral, com muita sapiência.
Segundo
Pedro Simões Neto, ele era sócio fundador da confraria dos “Amigos de Manoel
Onofre Júnior, ex-presidente da turma de pensadores da Praça das Cocadas,
diretor e animador do clube lítero-recreativo da Poty Livros.” Recentemente
pertencia à Confraria do Café Avenida.
Em
que pese suas periódicas enfermidades, sempre se saía bem, mercê do costume de
andar muito a pé, o que lhe deu muita vitamina “D” e um suporte muscular mais
intenso para um homem de sua idade.
Grande
papo, com tiradas de prosa que mereciam ser anotadas para serem reproduzidas em
conversas e debates. Chegou a gravar a sua vida em sucessivos áudios no
UhatsApp, que merecem ser reunidos para se escrever sobre ele e assim ficar na
imortalidade.
Além
dos livros, também os DVD’S e muito cinema, mais de 20.000 fitas até que virou
filme, exibido no festival de gramado em 2015.
Inácio
voltou à Casa do Pai na madrugada deste domingo 18 de setembro, após um razoável período de
internamento no Hospital do Coração onde não lhe faltou nada. Dizia nas
mensagens que estava no céu.
Sem
ter uma família que cuidasse dele a contento, recebeu o apoio da grande
quantidade de amigos e amigas, que logo se consternaram com a notícia de sua
partida, em particular os seus anjos protetores Maria Emília e Rachel, esta que
cuidou dele até os últimos instantes de sua existência.
Os
amigos lhe proporcionaram um velório digno e um sepultamento no cemitério de
Ceará-Mirim, junto aos seus ancestrais, satisfazendo um pedido seu. Entidades e
Instituições culturais publicaram notas de pesar: IHGRN, Conselho Estadual de
Cultura, inúmeros grupos de whatsapp e privados.
MISSÃO CUMPRIDA NOBRE AMIGO.
Muito
breve reativaremos na Eternidade a nossa Confraria das Livrarias e Cafés da
cidade de Natal para discussão dos problemas do Brasil, do Mundo e da Igreja. TCHAU!
(*) Quadro que pintei da Igreja de Ceará-Mirim.
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