Cartas
de Cotovelo
(25/02/2020)
Décima
Sétima Carta (Carnaval - a volta)
TERÇA-FEIRA
DE CARNAVAL
A gripe me pegou de cheio. Não consegui
dormir direito em razão da tosse, aliada a uma defesa orgânica mais baixa
decorrente do meu estado de espírito.
Foram muitas as
lembranças de THEREZA, em cada cômodo da casa, ao ver nossa vizinha Dona
Socorro, ao fazer compras na mercearia, no comer as tapiocas molhadas de côco,
na visita do beija-flor, dos passarinhos, do jardim, principalmente a safra de
pitangas que começou, do pé de pimenta cheia de frutos que era um xodó dela.
Não vi desta feita os camaleões que habitam nosso quintal. Não suportei a
saudade e vou de volta pra Passargada de Natal, para ficar mais perto de Deus e
das lembranças da mulher amada.
Desculpem meus amigos pela minha tão grande
tristeza, mas compreendo que são os desígnios da vida e a vontade do Criador.
Não levo daqui decepções. Ao contrário, uma iluminação exuberante que nos
presenteou o Prefeito de Parnamirim, que apenas está devendo mandar colocar uma
carrada de piçarro para evitar os constantes atolamentos – uma parte eu fiz por
minha conta e ficou ótima e fazer esforços para a ligação do esgoto.
Este carnaval foi de muita paz e fiquei
contente com a alegria sadia dos confrades da PROMOVEC. Parabéns. Infelizmente
não pude bater um papo com a turma.
Comunico que, com recursos próprios, recuperei a
escadaria de acesso à praia que eu fiz há quase 30 anos passados. A minha
alegria confortante com os comentários anônimos nas pessoas que a utilizam. Não
quero agradecimentos, pois por ali descemos eu e ela tantos anos.
Por derradeiro fui me despedir do mar, mais
aprazível do que nunca e as pessoas passeando num colóquio com a natureza.
Estejam certos que na
semana santa voltarei. Deixo aqui um pedaço do meu coração. Antecipei a minha
quarta-feira de cinzas. ATÉ BREVE.
Felizes os que têm boas lembranças,embora doa revê-las.
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