UM MODO DE VIVER BEM
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes,
escritor
Escrevo, mais uma vez, no sentido de atingir a sensibilidade
dos meus leitores e não para demonstrar erudição ou vaidade de simplesmente
escrever. Apenas, agora, quando a minha eterna amada THEREZINHA voltou à casa
do Pai, é que tive a necessidade de proclamar a importância do amor na nossa
relação.
Ninguém é suficiente sozinho. Não é o dinheiro, nem a
inteligência que levam a criatura humana a se tornar conhecido pela sociedade,
mas sim o seu modo de viver.
Particularizando a minha situação, afirmo que tive um berço
de ouro, não de riqueza, mas de cumplicidade com o amor dos meus pais José e
Maria, os mesmos nomes que geraram o nosso Salvador. Com eles aprendi a
simplicidade, a fidelidade a Deus, num caminho reto em que a religião sempre
esteve presente. O resultado está nos frutos que eles geraram.
Segui o exemplo e construí uma família, hoje, com quatro anjos,
duas mulheres e dois homens, que me deram sete netos, tudo isso em parceria com
uma criatura formidável que Deus chamou de volta no dia 31 de março deste ano.
Não quero que minhas palavras representem emocionalismo de
uma perda, mas a representação de uma família que soube ser fiel às tradições
cristãs, praticando as regras irretocáveis do Livro Sagrado, dentro da
tolerância entre os que procuram a salvação e a doação ao próximo através de todas
as religiões. Temos entre nós católicos, evangélicos e espíritas e aceitamos
qualquer seita que procure fazer o bem, praticar a harmonia do universo e a
caridade. Até mesmo os agnósticos e ateus, desde que não interfiram no direito
de pensar alheio. Afinal – dia virá em que na terra reinará um só pastor e uma
só igreja.
A desagregação familiar nasce da falta de Deus nos corações,
da individualização das buscas e conquistas, gerando a vaidade, a ganância e o
desamor. Devemos orar pelos amigos e, também, pelos que não nos seguem nas
sendas da vida, como ensinam as Palavras Santas.
Tenho assistido ou tomado conhecimento como advogado, de
dissensões, de verdadeiras intrigas entre irmãos e casais levados pela
individualidade referidas. Ninguém cede nada ao outro, preferindo buscar
vantagens, ainda que em detrimento da unidade familiar.
Devo adiantar, que nunca fui santo – em algumas coisas fui
injusto, mas sempre tive duas diretrizes fundamentais – a primeira a fidelidade
aos princípios cristãos e o segundo a capacidade de retratação diante de algo
que involuntariamente fiz em desagrado de outrem. O perdão é um dom de Deus.
Estou com saudade daquela que foi o meu esteio, depois da
minha mãe, mas não tenho nenhuma queixa, palavra ou pensamento de restrição à
vontade do Criador. Pelo contrário, agradeço a Ele por haver permitido que num
tempo vetusto (71 anos) tenha, coincidentemente, convivido com a minha mãe e
com minha Thereza, esta, como amigo-vizinho, namorado e marido/amante e delas
ter obtido tudo o que de bom foi permitido nesta dimensão da vida. Todos nós
estamos de passagem e, por isso, devemos aproveitar para deixar raízes,
exemplos, fraternidade e amor – a vida continuar e o amor deve ser eternizado.
Um bom domingo para todos.
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