PROFESSORA JACI GURGEL, UM NOME EM MOSSORÓ
Por Eduardo Gosson (*)
Era o ano de 1981, século XX. Fui morar na Região Oeste por
força de casamento e por força de trabalho. A primeira esposa é medica e foi
trabalhar no programa Um Médico em cada município (governo Lavoisier Maia) e
eu, professor, solicitei remoção, sendo encaminhado para a Escola Municipal
José do Patrocínio Barra, na cidade de Felipe Guerra/RN, quase vizinho ao
país de Mossoró. Vivia mais em Mossoró
por ser a sede das regiões Oeste e Alto Oeste, oportunidade em que ingressei
nos quadros do Partido Comunista Brasileiro – PCB e no movimento sindical onde
ajudei a reorganizar a Associação de Professores do RN – APRN, embrião do atual
SINTERN. Em Mossoró conheci a velha guarda comunista que atuava no Sindicato do
Garrancho e outros como Moreira, Alberto. Conheci também SALOMÂO MALINA (dirigente nacional) do velho partidão
de 1922.
Fiz essa pequena introdução para falar desta figura
fantástica JACI GURGEL que coordenava o Curso de Letras na UERN e ensinava
Português na rede secundária. O que nos
aproximou foi o amor à Literatura. Ela gostava dos meus escritos e me incentivou
a prosseguir no caminho das Letras.
Apesar de pertencer a família Gurgel, uma das mais
tradicionais naquela região, a professora JACI tinha posições progressistas.
Concordava com o filólogo ANTONIO HOUAISS que MOSSORÓ deveria ser grafado com
cedilha assim MOÇORÓ. Conheci sua filha única que hoje deve ser uma mulher
bonita (professora JACI era mãe solteira). Esta jovem era filha de um cidadão
cubano.
Hoje, vendo o
facebook, tomei ciência da sua morte através do escritor FRANCISCO
RODRIGUES, memorialista daquele pedaço do RN e sócio efetivo da União
Brasileira de Escritores-UBE/RN.
“A desvantagem de viver muito é ir enterrando os amigos” –
afirmou Oscar Niemayer.
Eu não sabia que doía tanto!
(*) Poeta. Eduardo
Gosson preside a UBE/RN.
Obrigado, amigo, pela consideração.
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