São Pio de Pietrelcina

Instituição da Eucaristia

Na véspera da festa da Páscoa, como Jesus sabia que havia chegado a
sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que
estavam no mundo, amou-os até o fim (cf. Jo 12,1). Caía a noite sobre o
mundo, porque os velhos ritos, os antigos sinais da misericórdia
infinita de Deus para com a humanidade iam realizar-se plenamente,
abrindo caminho a um verdadeiro amanhecer: a nova Páscoa. Eucaristia foi instituída durante a noite, preparando antecipadamente a manhã da Ressurreição.
Comecemos
desde já a pedir ao Espírito Santo que nos prepare para podermos
entender cada expressão e cada gesto de Jesus Cristo: porque queremos
viver vida sobrenatural, porque o Senhor nos manifestou a sua vontade de
se dar a cada um de nós em alimento da alma, e porque reconhecemos que
só Ele tem palavras de vida eterna.
A fé leva-nos a confessar
com Simão Pedro: Nós acreditamos e sabemos que tu és o Cristo, o Filho
de Deus. E é essa mesma fé, fundida com a nossa devoção, que nesses
momentos transcendentes nos incita a imitar a audácia de João, a
aproximar-nos de Jesus e a reclinar a cabeça no peito do Mestre, que
amava ardentemente os seus e, como acabamos de ouvir, iria amá-los até o
fim.
Tenhamos em mente a experiência tão humana da despedida de
duas pessoas que se amam. Desejariam permanecer sempre juntas, mas o
dever – seja ele qual for – obriga-as a afastar-se uma da outra. Não
podem continuar sem se separarem, como gostariam. Nessas situações, o
amor humano, que, por maior que seja, é sempre limitado, recorre a um
símbolo: as pessoas que se despedem trocam lembranças entre si,
possivelmente uma fotografia, com uma dedicatória tão ardente que é de
admirar que o papel não se queime. Mas não conseguem muito mais, pois o
poder das criaturas não vai tão longe quanto o seu querer.
Porém,
o Senhor pode o que nós não podemos. Jesus Cristo, perfeito Deus e
perfeito Homem, não nos deixa um símbolo, mas a própria realidade: fica
Ele mesmo. Irá para o Pai, mas permanecerá com os homens. Não nos
deixará um simples presente que nos lembre a sua memória, uma imagem que
se dilua com o tempo, como a fotografia que em breve se esvai,
amarelece e perde sentido para os que não tenham sido protagonistas
daquele momento amoroso. Sob as espécies do pão e do vinho encontra-se o
próprio Cristo, realmente presente com seu Corpo, seu Sangue, sua Alma e
sua Divindade.
(Fonte: "É Cristo que passa, 83 – Textos de São Josemaria"
Lava Pés

Jesus lava os pés de seus discípulos
Um momento solene
No 13º capítulo do seu Evangelho,
João fala sobre Jesus fraco, pequeno, que terminará sendo condenado e
morto na cruz como um blasfemador, um fora da lei ou um criminoso. Até
então, Jesus parecia tão forte, havia feito tantos milagres, curado
doentes, ordenado que o mar e o vento se acalmassem e falado com
autoridade para os escribas e os fariseus.
Ele parecia ser um
grande profeta, quem sabe até o Messias. O Deus do poder estava com Ele.
Mais e mais pessoas estavam começando a segui-lo, esperavam que Ele os
libertasse dos romanos, resgatando assim, a dignidade do povo escolhido.
O tempo da páscoa estava próximo. A multidão e os amigos dele pensavam:
"Será que Ele vai se revelar na páscoa? Então, todos acreditarão nele."
Todos esperavam que algo extraordinário acontecesse. No entanto, em vez
de fazer algo fantástico, Jesus tomou o caminho oposto, o da fraqueza, o
da humilhação, deixando que os outros o vencessem. Este processo de
humilhação teve início quando o Verbo se fez carne no seio da Virgem
Maria, e continuou visível para os discípulos no lava-pés. Terminará com
a agonia, paixão, crucifixão e morte.
O começo deste capítulo é muito solene: "Antes
do dia da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a hora de
passar deste mundo ao Pai, tendo amado aos seus, que estavam no mundo,
amou-os até ao extremo. Começada a ceia, tendo já o demônio posto no
coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, a determinação de o
entregar, sabendo que o Pai tinha posto em suas mãos todas as coisas,
que saíra de Deus e ia para Deus, levantou-se da ceia, depôs o manto, e
apegando uma toalha cingiu-se com ela." (Jo 13,1-4).

Estas
palavras são muito fortes: "Jesus, sabendo que o Pai tinha posto em
suas mãos todas as coisas, que saíra de Deus e ia para Deus, levantou-se
da ceia, depôs o manto…" Então, Ele se ajoelhou diante de cada um de
seus discípulos e começou a lavar-lhes os pés, em uma atitude de
humilhação, fraqueza, súplica e submissão. De joelhos ninguém pode se
mover com facilidade nem se defender.
João Batista havia dito que
ele não era digno nem de desatar as sandálias de Jesus (Mc 1,7). No
entanto, Jesus se ajoelha em frente a cada um de seus discípulos.
Os
primeiros cristãos devem ter cantado o mistério de Jesus, que se desfez
da sua glória e se fez fraco, como encontramos nas palavras de S. Paulo
aos Filipenses: "O qual, existindo na forma (ou natureza) de Deus, não
julgou que fosse uma rapina o seu ser igual a Deus, mas aniquilou-se a
si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens e
sendo reconhecido por condição como homem. Humilhou-se a si mesmo, feito
obediente até a morte, e morte de cruz! (Fl 2,6-8)
Nós estamos
frente a um Deus que se torna pequeno e pobre, que desce na escala da
promoção humana, que escolhe o último, que assume o lugar de servo ou
escravo. De acordo com a tradição judia, o escravo lavava os pés do
senhor, e algumas vezes as esposas lavavam os pés do marido ou os filhos
lavavam os do pai.
Fonte: Comunidade Shalom
Transladação do Santíssimo
A transladação do Santíssimo tem notícias históricas desde o
século II. Mas o rito da adoração, na quinta-feira santa entrou na
Igreja a partir do século XIII e foi difundindo-se até o século XV.
O que mais impulsionou foi a devoção ao Santíssimo
Sacramento, a partir da segunda metade do século XIII, época em que o
Papa Urbano IV decretou a festa de Corpus Christi para toda a Igreja (em
11 de agosto de 1264). Após a oração depois da comunhão da Missa, o
Santíssimo é transladado solenemente em procissão para uma capela
lateral ou para um dos altares laterais da igreja, devidamente preparado
para receber o Santíssimo.
Antes da transladação, o sacerdote
prepara o turíbulo e incensa o Santíssimo três vezes. Depois, realiza-se
uma pequena procissão dentro da igreja. Durante a procissão, canta-se o
"Pange Lingua", traduzido em português, exceto as duas últimas
estrofes, que são cantadas depois da chegada da procissão na capela
lateral, onde ficará o Santíssimo.
Após a transladação, a
comunidade é convidada a permanecer em adoração solene até um horário
conveniente. O significado é de ação de graças pela eucaristia e pela
salvação que celebramos nestes dias do Tríduo Pascal.
* * * * *
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Quinta-feira Santa, Quinta-feira de Endoenças ou Grande e Sagrada Quinta-feira é a quinta-feira que antecede a celebração da morte e ressurreição de Jesus. É o quinto dia da Semana Santa no cristianismo ocidental e o sexto no cristianismo oriental (que conta também o Sábado de Lázaro, anterior ao Domingo de Ramos). É neste dia que se comemora o lava-pés e a Última Ceia de Jesus com seus apóstolos segundo o relato dos evangelhos canônicos[1] [2] .
A data ocorre sempre entre 19 de março e 22 de abril, mas os dias variam dependendo do calendário litúrgico utilizado, o gregoriano ou o juliano. As igrejas orientais
geralmente usam este último e por isso celebram esta festa em datas que
correspondem ao período entre 1 de abril e 5 de maio no calendário
gregoriano utilizado no ocidente. A liturgia utilizada na noite da
Quinta-feira Santa encerra a Quaresma e dá início ao chamado Tríduo Pascal, o período que comemora a paixão, morte e ressurreição de Cristo e inclui ainda a Sexta-feira Santa, o Sábado de Aleluia e termina no Domingo de Páscoa[1] [3] . A missa neste dia é geralmente celebrada no final da tarde, o início da sexta de acordo com a tradição judaica, e relembra o fato de Última Ceia ter sido uma refeição da Páscoa judaica ("Sêder")[4]
Cristianismo ocidental
Jesus lavando os pés dos apóstolos.
A Quinta-feira Santa é notável por ser o dia no qual a Missa do Crisma (ou "Missa da Unidade") é celebrada em todas as dioceses da Igreja Católica Romana. Geralmente celebrada na catedral da diocese, nesta missa o santos óleos são abençoados pelo bispo para serem utilizados na crisma, na unção dos enfermos e como óleo dos catecúmenos. O primeiro e o último serão utilizados no Sábado de Aleluia, durante a Vigília Pascal, para batizar e confirmar os que entram para a igreja.
A cerimônia do lava-pés é um componente tradicional da celebração em muitas igrejas cristãs, incluindo a Armênia[5] , a Etíope, Católicas Orientais, grupos batistas[6] , Menonitas e a Igreja Católica Romana. Além disso, o rito está se tornando cada vez mais popular na liturgia da Quinta-feira Santa (em inglês: Maundy Thursday) na Igreja Anglicana, Episcopal[7] , Luterana, Metodista e Presbiteriana[8] além de várias outras denominações protestantes. Nas igrejas católicas e anglicanas, a Missa da Ceia do Senhor começa de forma tradicional, mas o Glória é acompanhado pelo soar de sinos, que permanecerão em silêncio até a Vigília Pascal[9] . Depois da homilia, realiza-se então o lava-pés onde a cerimônia é realizada. Na missa católica, o Santíssimo Sacramento permanece exposto até que o serviço se conclua com uma procissão para levá-lo até o local onde ele será depositado. O altar-mor e todos os demais são limpos de toda decoração, com exceção do Altar de Reposição[10] . Até 1969, o missal romano previa este rito sendo realizado de forma cerimonial acompanhado do canto dos salmos 21 e 22[11] [12] , uma prática que ainda permanece em muitas igrejas anglicanas. Em outras denominações cristãs, como as luteranas e metodistas, a limpeza do altar e do presbitério ocorre como preparativo para a solene e mais sombria missa da Sexta-feira Santa[13] .
Jesus lavando os pés dos apóstolos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário