RESSURREIÇÃO NA TV
Carlos Roberto de
Miranda Gomes, escritor
Após uma longa noite de
programas medíocres, repetitivos, oportunistas e/ou debochados, fui
surpreendido com um novo momento para a televisão brasileira – o Programa “The Voice
Kids”, do qual tive oportunidade de me reportar em pronunciamentos anteriores.
Inteligentemente
procurou-se fazer um programa cativante até pela participação da criança, em
toda a sua pureza pessoal e artística, com um repertório bem escolhido e, acima
de tudo, com uma naturalidade agradável, sem imitação de ninguém nem clima de
rivalidade, muito bem conduzido pelo apresentador Tiago Leifert, que com a sua
emoção, deu um toque especial às apresentações.
Tornei-me cativo de
todos os domingos e condicionei as minhas obrigações de forma a me dar o
direito de assistir todos os programas, o que fiz curtindo as histórias do meu
tempo, ainda que vinculado à Era de Ouro do rádio, posto que a televisão era
ainda pouco difundida no Brasil.
A seleção dos
participantes foi criteriosa e sem discriminações, da mesma forma que a escolha
dos artistas técnicos, tutores dos pupilos que iam escolhendo no curso dos
programas e lhes aplicavam todos os conhecimentos obtidos numa estrada
artística já bem caminhada: Carlinhos Brown, Ivete Sangalo e a dupla Victor e
Leo.
O Rio Grande do Norte
também esteve presente ao conclave com o jovem Elizaldo, do pequeno município
de São Vicente e não fez feio. Enfim, todos os pontos cardiais ali se fizeram
representados e ficou evidente a qualidade das apresentações ornadas por novas
técnicas que lhes eram ministradas.
Pela primeira vez
concordo que não houve derrotados, eis que todos cresceram em sua arte
embrionária e se tornaram mais seguros para uma carreira futura, com muita
possibilidade de sucesso.
Os finalistas Pérola,
Rafa e Wagner Barreto, este último declarado vencedor dessa primeira versão,
estiveram brilhantes e qualquer um que ganhasse estaria representando muito bem
o objetivo do programa.
Emocionalmente eu
estive no palco várias vezes, cantando da forma como, enquanto criança, me
apresentava nos palcos do Cinema São Luiz e na Rádio PotÍ, sob as batutas de
Genar Wanderley e Luiz Cordeiro, no Teatro Carlos Gomes, nos programas da SAE e
em outros de lugares distantes e não menos sagrados para mim.
Fiz as minhas
comparações com os meninos do meu tempo, como Edmilson Avelino, Odúlio Botelho,
José Filho, Elino Julião, Agnaldo e Selma Rayol, Paulo Molin e poucos outros
artistas mirins daquele tempo.
Vejo que as coisas
estão mudando para melhor, lá e cá, cá e lá, ressaltando a qualidade dos
programas locais “Rota e “Digaí”, apresentados aos sábados, cujo grau de
excelência está se aproximando neste primeiro ano de exibição.
Novos tempos, belos
dias!
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