TEMPO DE CRISE
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES,
escritor
Temos acompanhado a história do
Brasil com muito cuidado e paciência e, em muitos momentos, sentimos
circunstâncias extremamente difíceis, seja do ponto de vista econômico/financeiro,
social e político, cujas soluções adotadas nem sempre foram as mais adequadas.
Nos últimos tempos, entretanto, vimos
ressurgir intensamente um dos mais nefastos perfis da crise – aquele que gera a
discórdia e o ódio fragmentando famílias, amizades, instituições e confrarias.
Referimo-nos à bifurcação política
entre governo e oposição, sugerindo, de lado a lado, saídas pouco democráticas.
O reflexo desse caos se espraia em
variados segmentos: primeiramente o social representado pela extrema pobreza e
a adoção de uma política paternalista causadora de uma letargia na força de
trabalho, acomodada com o “maná” que lhe é ofertado gratuitamente; o econômico
é o mais preocupante, porque reduzindo a produção, aumentando o desemprego e
gerando a ampliação da classe social menos favorecida, levando o nosso PIB a
patamares perigosos e desestimulantes, sem a adoção de um plano consistente que
aponte esperança de um futuro melhor.
Sob o visor financeiro a coisa se
agrava porque a perspectiva de aumento da receita se esvai em decorrência da
fraca produção, o que seria compensável se fosse adotado um plano de
contingenciamento da despesa, proporcional às entradas públicas, o que não vem
acontecendo, agravado por descoberta de escândalos de desvio do dinheiro
público e um gasto deletério dos representantes do povo e dos entes
federativos, numa verdadeira farra de gastos desnecessários e sem receberem a
punição necessária para garantia da estabilidade do país.
O campo político é desastroso à falta
de credibilidade do governo, do Parlamento e dos que estão à frentes dos seus
destinos.
Paralelamente a tudo isso existe um
desentrosamento gritante entre as instituições paraestatais, como a OAB, as
Universidades, as representações das classes patronais e laborais e até
contaminando as entidades sociais de prestação de serviços, que se digladiam
entre correntes pró ou contra o governo, gerando entre os seus confrades um
clima de cisão e consequente enfraquecimento dos seus quadros.
Lembramo-nos dos anos 60, onde a
política criou desavenças entre amigos, familiares e companheiros de
associações diversas.
Infelizmente estamos num tempo de
crise e a saída deve ser buscada, a qualquer custo, nos instrumentos
democráticos ofertados pela Constituição vigente, da qual o Supremo Tribunal
Federal é o maior fiador.
Nosso apelo é que haja uma trégua, um
recuo, para que o diálogo seja restabelecido com lucidez, prudência e
sabedoria.
É fundamental e urgente o
posicionamento de inúmeras reformas, a começar da política, permitindo
selecionar melhor os aspirantes aos cargos de representação e assim
viabilizando que o povo soberano da Nação possa ter condições da escolha dos
melhores, repudiando qualquer nome que tenha se envolvido em atitudes
contrárias à ética e aos bons costumes.
Encontramos em nossa história o
registro de golpes, ditaduras civis e militares, de esquerda e de direita, mas
jamais havíamos convivido com ditadura partidária.
FORA AS IMPOSIÇÕES, O DESRESPEITO, A
FALTA DE ÉTICA, ENFIM, A CORRUPÇÃO.
VAMOS PROCURAR UMA SAÍDA DENTRO DA
DEMOCRACIA e da vontade soberana do povo OU NOS TORNAREMOS ARREMEDO DE UM
HAITÍ!
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