quinta-feira, 31 de março de 2016

Brasil


TEMPO DE CRISE
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, escritor

Temos acompanhado a história do Brasil com muito cuidado e paciência e, em muitos momentos, sentimos circunstâncias extremamente difíceis, seja do ponto de vista econômico/financeiro, social e político, cujas soluções adotadas nem sempre foram as mais adequadas.

Nos últimos tempos, entretanto, vimos ressurgir intensamente um dos mais nefastos perfis da crise – aquele que gera a discórdia e o ódio fragmentando famílias, amizades, instituições e confrarias.

Referimo-nos à bifurcação política entre governo e oposição, sugerindo, de lado a lado, saídas pouco democráticas.

O reflexo desse caos se espraia em variados segmentos: primeiramente o social representado pela extrema pobreza e a adoção de uma política paternalista causadora de uma letargia na força de trabalho, acomodada com o “maná” que lhe é ofertado gratuitamente; o econômico é o mais preocupante, porque reduzindo a produção, aumentando o desemprego e gerando a ampliação da classe social menos favorecida, levando o nosso PIB a patamares perigosos e desestimulantes, sem a adoção de um plano consistente que aponte esperança de um futuro melhor.

Sob o visor financeiro a coisa se agrava porque a perspectiva de aumento da receita se esvai em decorrência da fraca produção, o que seria compensável se fosse adotado um plano de contingenciamento da despesa, proporcional às entradas públicas, o que não vem acontecendo, agravado por descoberta de escândalos de desvio do dinheiro público e um gasto deletério dos representantes do povo e dos entes federativos, numa verdadeira farra de gastos desnecessários e sem receberem a punição necessária para garantia da estabilidade do país.

O campo político é desastroso à falta de credibilidade do governo, do Parlamento e dos que estão à frentes dos seus destinos.

Paralelamente a tudo isso existe um desentrosamento gritante entre as instituições paraestatais, como a OAB, as Universidades, as representações das classes patronais e laborais e até contaminando as entidades sociais de prestação de serviços, que se digladiam entre correntes pró ou contra o governo, gerando entre os seus confrades um clima de cisão e consequente enfraquecimento dos seus quadros.

Lembramo-nos dos anos 60, onde a política criou desavenças entre amigos, familiares e companheiros de associações diversas.

Infelizmente estamos num tempo de crise e a saída deve ser buscada, a qualquer custo, nos instrumentos democráticos ofertados pela Constituição vigente, da qual o Supremo Tribunal Federal é o maior fiador.

Nosso apelo é que haja uma trégua, um recuo, para que o diálogo seja restabelecido com lucidez, prudência e sabedoria.

É fundamental e urgente o posicionamento de inúmeras reformas, a começar da política, permitindo selecionar melhor os aspirantes aos cargos de representação e assim viabilizando que o povo soberano da Nação possa ter condições da escolha dos melhores, repudiando qualquer nome que tenha se envolvido em atitudes contrárias à ética e aos bons costumes.

Encontramos em nossa história o registro de golpes, ditaduras civis e militares, de esquerda e de direita, mas jamais havíamos convivido com ditadura partidária.

FORA AS IMPOSIÇÕES, O DESRESPEITO, A FALTA DE ÉTICA, ENFIM, A CORRUPÇÃO.

VAMOS PROCURAR UMA SAÍDA DENTRO DA DEMOCRACIA e da vontade soberana do povo OU NOS TORNAREMOS ARREMEDO DE UM HAITÍ!

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