O TEMPO E A CIRCUNSTÂNCIA
Valério Mesquita*
O meu nome tem sido
veiculado, ultimamente, por grupos de amigos, em conversas, na rede social e
por outros meios de comunicação, como candidato a prefeito de minha terra em
2016. Não afirmei que seria, mesmo inscrito no PMDB. Talvez, por ter evitado,
em duas ocasiões (2014 e 2015) que esse partido saísse das mãos da ex-prefeita
Marília Dias, à pedido dela. Por essa intervenção, o meu nome se sobressaiu.
Afirmei sim, que
somente seria candidato caso conseguisse unir os partidos de oposição, em nome
do sentimento nativista, de macaibanidade e de conterraneidade. Macaíba precisa
de uma frente ampla, acima dos partidos políticos. Necessita de um grito de
libertação, contra dezesseis anos de dominação.
Sem eu ter afirmado,
nem aos lideres do meu partido que era formalmente candidato, percebo a atitude
anônima, do condomínio do poder municipal de buscar me atingir a qualquer custo.
Sendo candidato ou não, a minha posição e atitude é uma só:
a) Só serei candidato
se os conterrâneos, o povo e as lideranças partidárias e políticas assim
desejarem.
b) Se isso não
acontecer, reafirmo e reitero que a minha posição foi, é e será, contrária aos
“proprietários” da prefeitura de Macaíba, por uma questão de princípio e de
critério, além de ser macaibense, cidadão independente e sem ficha suja em
cartório, Tribunal de Justiça, tribunais do Brasil, Tribunal de Contas e nem
nos cargos diretivos que ocupei ao longo de minha vida.
c) Por que Parnamirim e
São Gonçalo se desenvolveram e Macaíba ficou atrasada, no campo da saúde, da
segurança e da educação? Como pré-candidato e pela minha experiência de vida
pública desejo debater e equacionar esses e outros problemas que afligem o
município tanto na área urbana como na área rural.
Quando fui prefeito e
deputado, ao lado da ex-prefeita Odiléia, eletrificamos ruas e a área rural de
Macaíba, onde nenhum povoado havia sido ainda beneficiado. Implantamos cinco
conjuntos habitacionais, quando antes de 1970 não existiam nenhum, além de
pavimentação de ruas e construção de praças. Construímos o hospital regional Alfredo
Mesquita Filho e o Centro de Abastecimento Municipal. Restauramos o Solar do
Ferreiro Torto e asfaltamos as RN estaduais Macaíba/Vera Cruz, Macaíba/São
Gonçalo do Amarante, com o apoio do governo José Agripino. Implantamos o Centro
Industrial Avançado (entre Macaíba e Parnamirim), no
governo Garibaldi Filho, tendo sido o seu relator na Assembleia Legislativa
além da instalação de uma Companhia Militar para a segurança da cidade.
Conseguimos junto ao governo, a construção do CAIC Jessé Freire, além das
escolas Pedro Gomes, Alfredo Mesquita e no interior de Macaíba: as de Traíras,
Cana Brava, Mata Verde, Capoeiras e mais oito comunidades do interior. Apoiamos
o esporte amador, a cultura, a corrida Augusto Severo, festas populares,
carnavais e a classe estudantil, tudo foi incentivado, porque o que nos
inspirava era o sentimento do povo e da cidadania macaibense.
O prefeito atual saiu
na frente como candidato a reeleição porque já tem pra tal empreitada tudo
estruturado. Centenas de cargos comissionados, a maioria parlamentar na câmara
municipal e recursos públicos para obras e convênios. Todos estão animados porque
o poderio é farto e fácil. Política é troca de favor, de emprego, de interesse,
subserviência, etc. Por outro lado, para combater de forma eficiente e com
resultados, torna-se imperativa a formação de uma aliança, de partidos, de lideranças
e de jovens que se rebelem e não tenham medo de ter medo. Não temam, não
transijam, não se submetam. É a eterna luta entre o poder dominador e as
pessoas livres e os cidadãos. O grupo que está aí, administrando Macaíba, já
têm os erros e exageros enxergados pelo povo. O fato é que, para combatê-los é
preciso aglutinar, discutir, sem ambição de ser prefeito, vice, mas, acima de
tudo, erguer uma bandeira unificada do sentimento nativista de macaibanidade,
contra o sistema oficial que se apoderou, há doze anos. E isso leva tempo. “Não
há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe”.
Para eleição de 2016,
faltam quase onze meses, ainda. Sair candidato sem planejamento e sem a união
de todos é panaquice. Pressa em política é aborto
(*) Escritor.
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