quarta-feira, 2 de dezembro de 2015



O TEMPO E A CIRCUNSTÂNCIA


Valério Mesquita*



O meu nome tem sido veiculado, ultimamente, por grupos de amigos, em conversas, na rede social e por outros meios de comunicação, como candidato a prefeito de minha terra em 2016. Não afirmei que seria, mesmo inscrito no PMDB. Talvez, por ter evitado, em duas ocasiões (2014 e 2015) que esse partido saísse das mãos da ex-prefeita Marília Dias, à pedido dela. Por essa intervenção, o meu nome se sobressaiu.

Afirmei sim, que somente seria candidato caso conseguisse unir os partidos de oposição, em nome do sentimento nativista, de macaibanidade e de conterraneidade. Macaíba precisa de uma frente ampla, acima dos partidos políticos. Necessita de um grito de libertação, contra dezesseis anos de dominação.

Sem eu ter afirmado, nem aos lideres do meu partido que era formalmente candidato, percebo a atitude anônima, do condomínio do poder municipal de buscar me atingir a qualquer custo. Sendo candidato ou não, a minha posição e atitude é uma só:

a) Só serei candidato se os conterrâneos, o povo e as lideranças partidárias e políticas assim desejarem.

b) Se isso não acontecer, reafirmo e reitero que a minha posição foi, é e será, contrária aos “proprietários” da prefeitura de Macaíba, por uma questão de princípio e de critério, além de ser macaibense, cidadão independente e sem ficha suja em cartório, Tribunal de Justiça, tribunais do Brasil, Tribunal de Contas e nem nos cargos diretivos que ocupei ao longo de minha vida.

c) Por que Parnamirim e São Gonçalo se desenvolveram e Macaíba ficou atrasada, no campo da saúde, da segurança e da educação? Como pré-candidato e pela minha experiência de vida pública desejo debater e equacionar esses e outros problemas que afligem o município tanto na área urbana como na área rural.

Quando fui prefeito e deputado, ao lado da ex-prefeita Odiléia, eletrificamos ruas e a área rural de Macaíba, onde nenhum povoado havia sido ainda beneficiado. Implantamos cinco conjuntos habitacionais, quando antes de 1970 não existiam nenhum, além de pavimentação de ruas e construção de praças. Construímos o hospital regional Alfredo Mesquita Filho e o Centro de Abastecimento Municipal. Restauramos o Solar do Ferreiro Torto e asfaltamos as RN estaduais Macaíba/Vera Cruz, Macaíba/São Gonçalo do Amarante, com o apoio do governo José Agripino. Implantamos o Centro Industrial Avançado (entre Macaíba e Parnamirim), no governo Garibaldi Filho, tendo sido o seu relator na Assembleia Legislativa além da instalação de uma Companhia Militar para a segurança da cidade. Conseguimos junto ao governo, a construção do CAIC Jessé Freire, além das escolas Pedro Gomes, Alfredo Mesquita e no interior de Macaíba: as de Traíras, Cana Brava, Mata Verde, Capoeiras e mais oito comunidades do interior. Apoiamos o esporte amador, a cultura, a corrida Augusto Severo, festas populares, carnavais e a classe estudantil, tudo foi incentivado, porque o que nos inspirava era o sentimento do povo e da cidadania macaibense.

O prefeito atual saiu na frente como candidato a reeleição porque já tem pra tal empreitada tudo estruturado. Centenas de cargos comissionados, a maioria parlamentar na câmara municipal e recursos públicos para obras e convênios. Todos estão animados porque o poderio é farto e fácil. Política é troca de favor, de emprego, de interesse, subserviência, etc. Por outro lado, para combater de forma eficiente e com resultados, torna-se imperativa a formação de uma aliança, de partidos, de lideranças e de jovens que se rebelem e não tenham medo de ter medo. Não temam, não transijam, não se submetam. É a eterna luta entre o poder dominador e as pessoas livres e os cidadãos. O grupo que está aí, administrando Macaíba, já têm os erros e exageros enxergados pelo povo. O fato é que, para combatê-los é preciso aglutinar, discutir, sem ambição de ser prefeito, vice, mas, acima de tudo, erguer uma bandeira unificada do sentimento nativista de macaibanidade, contra o sistema oficial que se apoderou, há doze anos. E isso leva tempo. “Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe”.

Para eleição de 2016, faltam quase onze meses, ainda. Sair candidato sem planejamento e sem a união de todos é panaquice. Pressa em política é aborto


(*) Escritor.

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