O MOMENTO DIFÍCIL DO BRASIL
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor
Nos meus 76 anos de existência não lembro de situação
mais grave do que a que o Brasil está atravessando.
Fui contemporâneo de algumas crises, de golpes de Estado
e de Governo, mas em todos esses momentos a economia deixava perspectivas de
possibilidade de recuperação.
Presentemente assisto, preocupado, a situação econômica
recessiva, beirando a depressão, com as dívidas interna e externa superando
qualquer expectativa, mercê das informações inverídicas até as vésperas da
última eleição e logo depois, a proclamação da realidade, passando de um
anúncio de superávit pífio para um déficit espantoso, indicando queda drástica
das finanças públicas e privadas, numa cascata inusitada.
A par disso, constatamos uma fragilidade do Parlamento
brasileiro, num despreparo aflitivo, com o funcionamento desordenado, agressivo
e autoritário, deixando sem esperança o povo brasileiro.
Tenho acompanhado o noticiário e assistido as sessões e
fico descrente de que tenhamos, a curto prazo, condições de recuperação, mas
certo de que 2016 será mais difícil ainda, com desemprego, inflação e incerteza
política; com possibilidade de retrocesso em alguns aspectos, como o de retorno
ao tempo do mapismo eleitoral, e degradação salarial, com perspectiva de
redução dos lucros da atividade industrial e comercial capaz de fechamento de
muitas empresas, atraso de salários e não pagamento de compromissos, em
contraste com o aumento da carga tributária tripudiando sobre os mais frágeis
economicamente.
Não acredito que a simples aprovação do impeachment da Presidenta Dilma seja solução, até porque são quase nulas as possibilidades da assunção por quem preencha condições ideais de continuidade do restante do mandato presidencial. Teremos que antecipar a eleição e os custos ainda mais agravarão as finanças públicas.
Não acredito que a simples aprovação do impeachment da Presidenta Dilma seja solução, até porque são quase nulas as possibilidades da assunção por quem preencha condições ideais de continuidade do restante do mandato presidencial. Teremos que antecipar a eleição e os custos ainda mais agravarão as finanças públicas.
O Estado do Rio Grande do Norte vai enfrentar tempestades
em razão da confluência: redução da arrecadação e aumento de despesas, entre
elas, as remanescentes da falta de sensibilidade do Poder Judiciário,
Ministério Público e Tribunal de Contas, permitindo o pagamento de um “auxílio
moradia”, eticamente ilegítimo e ainda com efeito retroativo; o uso precipitado
dos fundos previdenciário e financeiro e a situação de uma seca persistente.
Por outro lado, se concretiza a despesa desmedida com
pagamentos milionários aos construtores da Arena das Dunas e o risco de ser
acionada a execução do Fundo Garantidor, com irremediável prejuízo ao
patrimônio público.
Cantei esses perigos em meus artigos na rede virtual e
até em publicações na imprensa, enquanto mereci algum espaço.
Vamos nos preparar para uma economia de guerra e repensar
essas extravagantes festas carnavalescas que oneram, mais e mais, as já
combalidas finanças do povo.
Mais do que nunca é preciso muita cautela, patriotismo,
honestidade e perseverança, sem golpes nem contragolpes, pondo as coisas em
seus devidos lugares. Porém nada será possível sem que o povo assuma
consciência da situação e tome atitudes na escolha dos seus mandatários.
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