segunda-feira, 12 de outubro de 2015

O FIM DE SEMANA PROLONGADO



Como previa, foi um fim de semana prolongado, diferente. Desta feita, porém, não pude cumprir o ritual tradicional de todo veraneio - não desci à praia, nem aproveitei o deleite da varanda inspiradora dos meus escritos.
Fiquei confinado em um quarto que, ainda que com o conforto do ar condicionado, em nada contribuiu para os meus momentos lúdicos.
Rendi-me aos percalços da idade, nas dificuldades de locomoção e outros incômodos comuns aos idosos! Tenho de mudar minhas posturas para não ter que deixar a tão prazerosa Cotovelo.
Contudo, não deixei de ler o prometido - percorri as emoções dos artigos definidos nas narrações vividas por Berilo de Castro, onde me encontrei em muitas passagens do velho Juvenal Lamartine, na saudade de antigos desportistas que tanto admirei, do clima universitário nos anos de chumbo, que coincide com os meus na Faculdade de Direito (1964-1968), das passagens pela música e seus protagonistas de antanho, dos carnavais de Pirangi e outros sentimentos existenciais coincidentes em meus devaneios.
Li, também, o interessante relato de Iaperi Araújo (ensaio de biografia) que não vale, pois Iaperi tem muito o que contar, mas valeu pela homenagem ao Centenário de nascimento de Dona Milka Soares de Araújo, livro onde encontrei pessoas da minha convivência e narrativas que me conduziram aos nos dourados de Natal.
No entanto, não pude ler a Revista 44 da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras porque a presenteei a um amigo pernambucano, Eronildes, de Bezerros, que trouxe uma relíquia - "Ainda chegaremos lá", da autoria de José Luiz M. Menezes, onde conta a história da Fundação do Patrimônio Histórico e artístico de Pernambuco.
Este livro volumoso, me permitiu fazer uma revisita à cidade do Recife onde estudei nos idos dos anos 60 e construí grandes amizades.
Como estudante pobre, andava muito a pé e conheci lugares e recantos inesquecíveis. Registro as ruas Barão de São Borja e Visconde de Goyana, o Colégio Dom Bosco, nas manhãs de peladas dos meus parentes internos Serginho, Gustavo e Zé Wilson, nas missas dominicais, dos colegas de República, das serenatas nas praias do Pina e Boa Viagem com Netinho (José Augusto Costa Neto) e José Navarro (tio de Marcelo).
Invoco o velho Capiba:
"Eu ando (andei) pelo Recife
Noites sem fim.
Percorro (percorri) bairros distantes
Sempre a escutar ...."
Ah, saudade! em mim sempre serás bem-vinda .
E uma lágrima atrevida inundou meus olhos, mas jamais o meu sentimento.

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