América Futebol Clube
Um século de existência I
O América
Futebol Clube do Rio Grande do Norte, carinhosamente chamado de
"Mecão" completa neste dia14 de julho de 2015,
100 anos de glórias.
Anotações do torcedor americano e escritor Carlos
Roberto de Miranda Gomes, membro da Academia Norte-Rio-Grandense de
Letras-ANRL, Academia de Letras Jurídicas do RN - ALEJURN, Academia Macaibense
de Letras-AML, Membro Honorário da Academia Cearamirinense de Letras e Artes
Pedro Simões Neto (ACLA PSN, da União Brasileira de Escritores do RN – UBE-RN,
do Instituto Histórico e Geográfico RN - IHGRN, do Instituto Norteriograndense
de Genealogia- INRG e membro honorário vitalício da OAB/RN.
Preâmbulo
Este modesto trabalho não tem a pretensão de
contar a história do América Futebol Clube, pois sobre isso já se ocuparam
pessoas mais abalizadas, que escreveram livros, artigos e concederam
entrevistas. No entanto, na leitura efetuada desses trabalhos vislumbrei
algumas pequenas omissões e até equívocos, que entendi interessante corrigir.
Destaco entre as obras de maior relevo, os livros de Everaldo
Lopes – Da Bola de
Pito ao Apito Final e o de Procópio Neto - Os Esportes em Natal,
pois coletam dados importantes para a história do futebol potiguar.
Em verdade, este escrito é um simples ensaio e tem o escopo,
apenas, de reavivar na mente da sociedade potiguar e, notadamente, da
comunidade americana, a história e a trajetória gloriosa do América Futebol
Clube nestes 100 anos de existência, como me foi solicitado por Comissão do
América Futebol Clube composta do Presidente, em exercício, Hermano Morais, do
ex-Presidente Jussier Santos e do confrade Odeman Júnior.
Revelo aqui alguns fatos interessantes e ressalto os maiores
momentos da história do clube: sua fundação, a aquisição do terreno, a
construção da modesta primeira sede, e a construção da Babilônia do Tirol e os
seus respectivos responsáveis, além de destacar momentos especiais e feitos
notáveis.
Em particular comento a história dos hinos que embalaram os
torcedores e aquele que sobrevive até os dias presentes.
O trabalho que ofereço não dispensa a leitura das obras
referenciadas, que efetivamente refletem a totalidade dos melhores momentos
destes 100 anos de lutas, sofrimentos, abnegação e glórias.
Ao América Futebol Clube todo o amor do seu humilde torcedor,
Carlos Roberto de Miranda
Gomes
O contexto histórico de Natal em 1915
O mundo amargava as sequelas
da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), qualificada por seus contemporâneos
como A Grande Guerra, caracterizada pela falta de
suprimentos, dificuldade de crédito e incerteza política.
Nesse clima as províncias
remanchavam o seu progresso, precisamente pela dúvida da solidez da atividade
produtiva, e pelo estado precário das finanças públicas.
Mesmo assim, a vida teria
que continuar, embora no compasso de “dúvidas”.
Os resquícios e os despojos
refletiram nos países não beligerantes e nos em confronto direto, tornando-se
uma guerra de âmbito continental.
Apesar do estado de
violência, os soldados passavam o tempo de intervalo das batalhas se divertindo
com os jogos triviais, entre os quais o futebol, uma vez que o principal objeto
em disputa estava a bola, que teria sido fabricada ainda no século XIX.
Natal conheceu esse
instrumento de couro nos idos em 1872 trazido por marinheiros que aqui
aportaram vindos no navio Criméia.
A introdução do jogo de
futebol, entretanto, teria ocorrido por iniciativa de Charles Muller, em 1894,
que trouxe modelos de regulamentos. Aqui em Natal a bola chegou pelas
mãos dos estudantes que vinham da Europa, integrantes da família Pedroza, que
criou o Sport Club Natalense (ou Natal Sport Club) em 1907, através de Fabrício
Pedroza Filho. Daí em diante as peladas foram acontecendo nos campos de areia
da cidade.
Em 1915 começaram as
iniciativas de criação de clubes regulares – ABC, América e Alecrim. Em 1918
foi criada a Liga.
Esse relato tem,
inicialmente, a finalidade de informar a importância da bola como início de
tudo, objeto raro de ser encontrado.
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