quinta-feira, 9 de julho de 2015


          


América Futebol Clube

Um século de existência I
O América Futebol Clube do Rio Grande do Norte, carinhosamente chamado de "Mecão" completa neste dia14 de julho de 2015,
100 anos de glórias.
 
Anotações do torcedor americano e escritor Carlos Roberto de Miranda Gomes, membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras-ANRL, Academia de Letras Jurídicas do RN - ALEJURN, Academia Macaibense de Letras-AML, Membro Honorário da Academia Cearamirinense de Letras e Artes Pedro Simões Neto (ACLA PSN, da União Brasileira de Escritores do RN – UBE-RN, do Instituto Histórico e Geográfico RN - IHGRN, do Instituto Norteriograndense de Genealogia- INRG e membro honorário vitalício da OAB/RN.

Preâmbulo

     Este modesto trabalho não tem a pretensão de contar a história do América Futebol Clube, pois sobre isso já se ocuparam pessoas mais abalizadas, que escreveram livros, artigos e concederam entrevistas. No entanto, na leitura efetuada desses trabalhos vislumbrei algumas pequenas omissões e até equívocos, que entendi interessante corrigir.
Destaco entre as obras de maior relevo, os livros de Everaldo Lopes – Da Bola de Pito ao Apito Final e o de Procópio Neto - Os Esportes em Natal, pois coletam dados importantes para a história do futebol potiguar.
Em verdade, este escrito é um simples ensaio e tem o escopo, apenas, de reavivar na mente da sociedade potiguar e, notadamente, da comunidade americana, a história e a trajetória gloriosa do América Futebol Clube nestes 100 anos de existência, como me foi solicitado por Comissão do América Futebol Clube composta do Presidente, em exercício, Hermano Morais, do ex-Presidente Jussier Santos e do confrade Odeman Júnior.
Revelo aqui alguns fatos interessantes e ressalto os maiores momentos da história do clube: sua fundação, a aquisição do terreno, a construção da modesta primeira sede, e a construção da Babilônia do Tirol e os seus respectivos responsáveis, além de destacar momentos especiais e feitos notáveis.
Em particular comento a história dos hinos que embalaram os torcedores e aquele que sobrevive até os dias presentes.
O trabalho que ofereço não dispensa a leitura das obras referenciadas, que efetivamente refletem a totalidade dos melhores momentos destes 100 anos de lutas, sofrimentos, abnegação e glórias.
Ao América Futebol Clube todo o amor do seu humilde torcedor,
 
Carlos Roberto de Miranda Gomes
  
 
O contexto histórico de Natal em 1915

O mundo amargava as sequelas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), qualificada por seus contemporâneos como A Grande Guerra, caracterizada pela falta de suprimentos, dificuldade de crédito e incerteza política.
Nesse clima as províncias remanchavam o seu progresso, precisamente pela dúvida da solidez da atividade produtiva, e pelo estado precário das finanças públicas.
Mesmo assim, a vida teria que continuar, embora no compasso de “dúvidas”.
        A motivação que eclodiu o conflito foi produto das tensões que se formaram na Europa a partir da segunda metade do século XIX, com o surgimento e a propagação do nacionalismo e do imperialismo, em todos os sentidos provocando a formação dos Estados nacionalistas por meio de processos como a Unificação Alemã e a Unificação Italiana. A Alemanha, por sua vez, protagonizou sua unificação com a Prússia, mercê da rivalidade com a França. A Guerra Franco-Prussiana, de 1870, ainda mantinha resquícios das guerras com exércitos aristocráticos, cujos soldados pautavam-se de valores, como a honra. Foi uma guerra de trincheiras, de confronto homem a homem.
Os resquícios e os despojos refletiram nos países não beligerantes e nos em confronto direto, tornando-se uma guerra de âmbito continental.
Apesar do estado de violência, os soldados passavam o tempo de intervalo das batalhas se divertindo com os jogos triviais, entre os quais o futebol, uma vez que o principal objeto em disputa estava a bola, que teria sido fabricada ainda no século XIX.
Natal conheceu esse instrumento de couro nos idos em 1872 trazido por marinheiros que aqui aportaram vindos no navio Criméia.
A introdução do jogo de futebol, entretanto, teria ocorrido por iniciativa de Charles Muller, em 1894, que trouxe modelos de regulamentos.  Aqui em Natal a bola chegou pelas mãos dos estudantes que vinham da Europa, integrantes da família Pedroza, que criou o Sport Club Natalense (ou Natal Sport Club) em 1907, através de Fabrício Pedroza Filho. Daí em diante as peladas foram acontecendo nos campos de areia da cidade.
Em 1915 começaram as iniciativas de criação de clubes regulares – ABC, América e Alecrim. Em 1918 foi criada a Liga.
Esse relato tem, inicialmente, a finalidade de informar a importância da bola como início de tudo, objeto raro de ser encontrado.
 
 

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