sexta-feira, 12 de junho de 2015

MINHA POSSE HOJE NA CADEIRA DE TONHECA DANTAS


Tonheca Dantas (1870 –1940)
144 ANOS DO MAESTRO DOS SERTÕES
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, escritor

Nesta semana o Estado do Rio Grande do Norte estará comemorando o 144º de nascimento do extraordinário músico de Carnaúba dos Dantas TONHECA DANTAS, na realidade, Antônio Pedro Dantas, nascido no dia 13 de junho de 1871 no sítio Carnaúba de Baixo (Carnaúba dos Dantas-RN), cidade demarcada pelos Portugueses em 11 de abril de 1613, 5º filho do segundo matrimônio do viúvo Tenente-Coronel da Guarda Nacional João José Dantas, com a escrava alforriada Vicência Maria do Espírito Santo, celebrado em 1º de fevereiro de 1871, de um total de oito: Pedro Carlos de Maria, José Venâncio de Maria, João Pedro Dantas, Manoel Nicolau Dantas, Antônio Pedro Dantas, Francisca Urçulina da Conceição, Maria Clara do Monte-Falco e Luís Felipe Dantas. 
Pelos grandes feitos e pela notabilidade alcançada em sua vida, mereceu a eleição para Patrono da Cadeira nº 33 da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, cujos primeiros ocupantes foram, respectivamente, Owaldo de Souza, também maestro e Hypérides Lamartine (Pery), aeronauta, escritor e poeta. Agora foi eleito para a referida cadeira o escritor Carlos Roberto de Miranda Gomes, que tomará posse HOJE, dia 12, que iniciou a sua vida também como artista de rádio, participando da radiofonia potiguar (Rádio Poti e Sociedade Artística Estudantil.
A cidade-berço de Tonheca estava fincada no coração do Seridó, no semi-árido subtropical, região de caatinga onde habitaram os indígenas das tribos Janduís, Canindés e Pegas. Apesar da paisagem sofrida da geografia sertaneja, cercania do riacho de Carnaúbas, as crianças sobreviviam livres, com pouca coisa a fazer, sobrando tempo para despertar a atenção para a música. Tonheca foi atraído pelos seus irmãos mais velhos, participando da banda da sua cidade, sob o comando de José Venâncio de Maria, costume que vem sendo conservado ao longo do tempo. Era instrumentrista de excelência com habilidades como flautista, trompetista, saxofonista, violonista, clarinetista.
A sua vida está retratada para a posteridade através do escritor Cláudio Galvão que escreveu “A desfolhar Saudades”, esgototando a sua biografia.
Teve experências marcantes na cidade de Belém do Pará onde pertenceu à Banda de Música do Corpo de Bombeiros; passagens por cidades da Paraíba, como João Pessoa, Campina Grande, Alagoa Grande e Alagoa Nova e em vários município do Estado do Rio Grande do Norte.
Por três vezes serviu na Corporação da Polícia Militar deste Estado, onde terminou os seus dias em 07 de fevereiro de 1940.
Foi professor de música, compositor de mais de 1.000 peças, entre as quais a imortalizada valsa Royal Cinema, gravada por orquestras sinfônicas, filarmônias e bandas de todo o país e de além mar, com destaque especial para a Valsa Royal Cinema, que ressoou pelas ondas da Rádio BBC de Londres, durante a Segunda Guerra Mundial, até certo tempo executada como sendo de “autor desconhecido”, dentre outras composições de vários gêneros como valsas, dobrados, hinos, polcas, maxixes, mazurcas, sambas, choros, xotes e marchas.
Nunca deixou de ser reverenciado, tendo o seu nome colocado em rua desta Capital e criada uma sala especial no Teatro Alberto Maranhão, outra no Quartel da Polícia Militar do Estado, além de tornar-se Patrono da Cadeira 33 da Academia Maior do Estado a partir da reforma estatutária de abril de 1967.

O ex-prefeito de Natal, Djalma Maranhão, cujo centenário de nascimento acontece neste ano, costumava chamar Tonheca Dantas de Strauss Papa-Jerimum. 

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