AD
IMORTALITATEM
Ciro José Tavares.
Lamento não estar em Natal
para assistir, neste dia 12 de junho, a posse de Carlos Roberto de Miranda
Gomes na Academia Norte Rio-Grandense de Letras.
Carlos
é um dos meus mais antigos amigos. Fomos colegas no Colégio Americano Batista,
no Barro Vermelho, Natal Também Terezinha, hoje sua esposa. Lembro-me que vinha ao colégio num transporte
que me apanhava na Avenida Deodoro, em frente ao Cinema Rio Grande. O médico
Costa Neto, que hoje passeia nas rotas estelares, e Edgar Ramalho Dantas faziam
parte do grupo transportado.
Depois
seguimos trajetórias diferentes, mas eu sempre sabia dos seus sucessos,
principalmente, na área da música. Cantava bem, com um repertório de boa
qualidade. Nos programas de auditório foi presença constante e destacada. Outro
que sempre aparecia no panorama musical era o advogado e amigo Odúlio Botelho
Medeiros. A época do Rádio provoca-me enorme saudade. Ótima programação e muita
gente boa atuando nas cabines radiofônicas e nos microfones, o inesquecível
Genar Wanderley e Luís Cordeiro entre tantos.
Nós
vamos crescendo e inexplicável distância vai sem querer nos afastando. A
distância é ainda maior se nos tonamos andarilhos. Comigo e Carlos certamente
isto aconteceu. Estive fora da cidade muito tempo, sabíamos muito pouco dos
nossos dias.
Formado
em Direito, Carlos tornou-se um brilhante profissional e foi exemplar
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio Grande do Norte.
É uma unanimidade entre seus colegas. Se tiver adversários não será sua culpa.
Pessoas como ele, sérias, competentes, inteligentes, dedicadas às atividades
que exercem, quase sempre incomodam àquelas que se colocam num polo contrário,
morrem de inveja e de
ambição.
Nas
letras, é precioso estilista, escreve com clareza e objetivamente. Ao ser
acolhido na Academia Norte Rio Grandense de Letras, recebe sua tríplice coroa
acadêmica, pois já é membro da Macaibense de Letras e da ALEJURN.
A
ANRL ficará ainda mais engrandecida com a presença de Carlos. Ocupará a cadeira
cujo patrono é Tonheca Dantas, um músico, corroborando o ensinamento de que
nada acontece por acaso, mas está predeterminado. O ocupante anterior era
Hypérides Lamartine, outra figura digna de registro e de quem sentimos falta.
Bom cristão Carlos que caminha a passos largos para a imortalidade perdoará a ausência
do amigo mais uma vez distante.
De que ano é esta foto do Colégio Americano Batista?
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