segunda-feira, 16 de março de 2015


DO COTIDIANO EU FAÇO CRÔNICAS - III

SILVIO CALDAS E EU

Por Eduardo Gosson (*)

O amigo Silvio Caldas esta semana que passou resolveu partir para outra galáxia mais amena. Agora repousa no azul celeste, livre de qualquer entrave.

O meu conhecimento com ele deu-se através  da Poesia. Explico melhor: faz uns 10 anos que prestei uma assessoria à Associação de Magistrados, então presidida pelo então juiz VIRGÍLIO FERNANDES DE MACEDO, hoje desembargador do Egrégio Tribunal de Justiça. Foram criados dois prêmios literários: Prêmio Des. Wilson Dantas (Poesia) e Prêmio  Des. Manoel Onofre (Prosa). Silvio escreveu  os seus poemas, tendo sido o vencedor. Fizeram  parte da Comissão Julgadora os poetas Diógenes da Cunha Lima, Horácio  Paiva e um terceiro que não lembro agora. Fizemos então o comunicado oficial marcando o dia, a hora e o lugar. Foi aí que começou a nossa amizade. Percebi de imediato  que ele tinha o pavio curto: como bom sertanejo não tinha arrodeio. Era direto. Certa vez fui ao seu gabinete no Tribunal  Regional do Trabalho na ala dos desembargadores e na sua porta tinha: Juiz Convocado. Vim saber depois que ele só veio a ser nomeado Desembargador na véspera de se aposentar, pela presidenta Dilma. O motivo: colunista em diversos jornais escreveu um artigo Alibabá e os quarenta ladrões, fazendo comparação com o governo do PT.

Silvio Caldas como todo ser humano tinha o seu lado ameno: a música e a poesia. Tocava piano e poetava. O nosso último contato foi através da poesia: Horácio Paiva me mandou um poema matinal e eu respondi com outro poema que depois teve outro de Silvio, fazendo um diálogo poético. Em homenagem ao amigo que parte reproduzo aqui o seu poema, que está num novo livro meu Poemas e Crônicas(eu não sabia que doía tanto!):

“Poeta é homem de Deus

A  luz não lhe faltará,

Pode até faltar o pão,

Mas a fome passará.

Em cada verso inventado

O poeta se inventa,

Em cada rima ele tenta

Criar um mundo encantado

Ser poeta é dom de Deus,

E o pão de cada dia

Se transmuda em poesia,

Daí esses versos meus”

Descanse em paz meu poeta e escrevas muitos poemas, agora que entrastes no mundo encantado de Deus. Quando o Criador estiver triste, console-o com a sua poesia e o seu piano. O céu então será uma festa sem fim!

Silvio, eu não sabia que doía tanto!

(*) é Poeta.

 

 

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