sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

CRÔNICA DE 
Rinaldo Barros

O que fazer...de nossas vidas?

Você já parou para pensar no que significa a palavra "progresso"? E “prosperidade”?
Pense mais um pouco, pois as palavras têm força: desenvolvimento, avanço, melhoria, evolução, expansão, ampliação, riqueza, fartura, abundância, qualidade de vida, civilização, trabalho, saúde, educação, informatização, cidades limpas, pontes, estradas, indústrias e muitas outras coisas, que ainda estão por vir e que não conseguimos sequer imaginar.
Agora pense um pouquinho mais: será que tudo isso de bom não tem um preço?
Será que para ter toda essa facilidade de vida nós não pagaremos nada?
A sabedoria popular ensina que para tudo na vida existe um preço. Pois é, nesse caso não é diferente.
O atual modelo hegemônico de crescimento econômico, globalizado, gerou enormes desequilíbrios. Se, por um lado, nunca houve tanta riqueza no mundo, por outro lado, a miséria, a violência, a degradação ambiental, a poluição e a barbárie aumentam geometricamente dia-a-dia.
Em contraponto, é totalmente viável a idéia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento econômico e tecnológico com a preservação ambiental e com a redução da pobreza no mundo. Construindo o progresso, a prosperidade, a civilização.
Os estudiosos do Desenvolvimento Sustentável (DS), o definem como: equilíbrio entre o desenvolvimento tecnológico, o aumento da produtividade, e o respeito à Natureza, tendo como centro os diversos grupos sociais, na busca da eqüidade social.
Alerto para o fato de que o conceito de “eqüidade” é mais realista do que o de “justiça”, pois o primeiro recomenda tratar desigualmente os desiguais.
A meu ver, e acho que o caro leitor concorda, tratar a todos igualitariamente é injusto.
Para alcançarmos o DS, a proteção da Natureza tem que ser entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento, e não pode ser considerada isoladamente. É aqui que entra uma questão primordial: a diferença entrecrescimento e desenvolvimento.
A diferença é que o crescimento não conduz nem à justiça nem à eqüidade social, pois não leva em consideração nenhum outro aspecto a não ser o acúmulo de riquezas nas mãos de uma minoria.
desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a geração de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las eqüitativamente, de melhorar a qualidade de vida de toda a população, de gerar prosperidade.
Ou seja, desenvolver com sustentabilidade é conquistar: 1) a satisfação das necessidades básicas da população (habitação, alimentação, segurança, saúde, educação e lazer); 2) a solidariedade para com as gerações futuras, de modo que elas usufruam de igualdade de oportunidades, que tenham chance de viver melhor no médio e longo prazo; 3) a preservação da identidade histórico-cultural de cada povo; 4) a participação democrática da população de cada comunidade envolvida e; 5) redução da poluição e preservação da diversidade dos recursos naturais: água limpa, oxigênio, fauna e flora.
Para tanto, o olhar da Ciência para essa questão deve ser político (com “P” maiúsculo), e exige uma abordagem teórica informada pela visão pragmática, considerando o Ser Humano como centro da vida no planeta.
Todavia, na luta para chegar ao DS, no atual momento histórico, é preciso utilizar a arma do voto com essa perspectiva, refletindo seriamente sobre uma questão fundamental: quem, de verdade, pela sua história de vida, reúne melhores condições, experiência e competência, para administrar como uma ponte para o futuro?
Se a política faz parte da nossa vida e está presente em todas as relações sociais, porque a participação do cidadão comum nesse processo ainda é tão limitada?
A única saída é acordar, sair da inércia e enfrentar o grande desafio de assegurar a participação política da população, pois, só através do exercício consciente da cidadania teremos possibilidades de questionar o modelo excludente da nossa sociedade, na busca de soluções.
Resumo da ópera: agora em 2014, o caro leitor vai ter a rara oportunidade de decidir, com a força do seu voto, sobre qual herança deseja deixar para os seus filhos e netos.


 (*) Rinaldo Barros é professor – rb@opiniaopolitica.com

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