domingo, 14 de abril de 2013



PEDRO SIMÕES NETO, AINDA VIVE
Há um pensamento popular que indica a eternidade daqueles de quem não se esquece.
Pessoas detentoras de fortuna material nem sempre ficam no domínio público, senão até se acabar o que deixaram. Mas os ricos de conhecimento, de bondade, de companheirismo, esses dificilmente passarão, pois os descendentes transmitem os seus traços marcantes para a posteridade.
Assim foi Pedro Simões Neto, o aniversariante do dia, que nem mesmo foi esquecido pelos mentores da rede social que comunicaram a sua data natalícia.
Enquanto vida tiver e também os meus filhos, ou ainda os incontáveis alunos que por ele passaram, Pedro Simões será apontado como excelente professor, criador de projetos, fomentador de ideias geniais, executor de programas arrojados, dirigente eficiente, político ameno e criativo, amigo, divertido, amante da poesia, da música, das artes.
Lembro-me bem de uma fita de músicas por ele selecionadas que me presenteou em certo momento e que eu conduzia sempre em meu automóvel e, em  1998, quando me dirigia para defender uma dissertação de mestrado, saí um pouco mais cedo a vaguear pela cidade e ouvindo a fita que Pedro me deu, que foi o bálsamos que permitiu um trabalho vigoroso com o qual galguei o título de Mestre em Direito, com louvor.
Pedro, meus parabéns e o meu saudoso abraço.
Agora vou homenageá-lo com um trabalho de outro amigo-irmão, Ciro Tavares, poeta como você e que expressa melhor o nosso sentimento:
    
                RECOLLECTION
                 Ciro José Tavares
                Ao Pedro Simões, in memoriam.
        “nenhuma geração impaciente pode apagar o teu vestígio
        E o canto que escuto nesta noite fugitiva
        Também foi ouvido por reis “e aldeãos.”.
        John Keats, in Ode a um Rouxinol
       
        Mais uma vez, e não será a última,
        acendo candelabros ara orientar
         teus regressos, renovados nas lembranças,
        diluídas nas sombras claras dos caminhos.
        Tuas notícias chegam pelos quasares de Hermes
        e contam dos folguedos alegres que divides
        com os sagrados avós que nos antecederam.
        Aqui, exilados nessa Patmos de saudades,
        olhares fixados nas estrelas
        buscam encontrar teu rosto no mistério do espaço,
ou ouvir a tua voz de andarilho das constelações
recitar poemas dessa nova dimensão,
versos que viajem pelo tempo  como luz balsâmica,
para cicatrizar nossas feridas e amortecer as dores.

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