segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


CARTAS DE COTOVELO – 2013.8
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor-veranista

APOLOGIA DA PREGUIÇA

A preguiça, segundo os léxicos, é um estado de inação que inibe a apetência para o trabalho.
Na conceituação dada pelo costume, é um torpor que reduz a atividade laborativa.
Pode até ter todos esses significados e ser algo não condizente com o normal.
Contudo, quando se está num veraneio, diria que a preguiça vira um estado de graça para o corpo cansado de guerra  a merecer uma justa reparação, indiscutivelmente prazerosa e bemfaseja.
Assim diz um poeta, que Odúlio Botelho colheu o nome através de Gilson Barbosa, sobrinho  do grande Gil Barbosa, como sendo VERÍSSIMO DE MÉLO:

Coisa boa é querer bem
Ter alguém, namorar.
Coisa boa é um xodó,
um fobó, vadiar.
Coisa boa é o mar e o luar,
É caju com pitu,
Cafuné, cochilar.
.......
Esses versos são um prelúdio à preguiça, sobretudo em sua estrofe final:

Coisa boa que se diz e que se faz
Na hora que a gente quer.
Coisa boa é uma casa,
Numa praia, num alpendre,
Uma rede e uma mulher.

A lembrança me trouxe essas coisas e, preguiçosamente resolvi anotar em um caderno, pois após um bom churrasco e a brisa que sopra do mar não permitem que demore muito fora do ventre da minha rede.
Aaahhaaarrr ..... coisa boa é ...... 

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