INJUSTO ESQUECIMENTO
Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor
A jornalista Érika Nesi, com muito mérito,
vem publicando em O Jornal de Hoje uma sequência de homenagens a pessoas que
fizeram história em nosso Estado, sob a denominação de “Ícone Fashion”.
A sua matéria é desenvolvida a partir de
depoimentos de familiares e pessoas amigas dos homenageados, não lhe cabendo
qualquer crítica por eventuais omissões ou equívocos.
Pois bem, na edição do dia 25 de julho a homenageada, com muita justiça,
foi a Professora Olindina Cortez dos Santos Lima, filha de Luiz Antonio
Ferreira Souto dos Santos Lima e Ecila Cortez, ele considerado uma das mais
ilustres figuras da medicina do nosso Estado.
A reportagem acresce que a homenageada era
mãe de Eduardo Gomes da Costa e nomina outros da ilustre descendência. Contudo,
nos depoimentos existe um hiato: de onde vem o Gomes da Costa dos seus
descendentes? Respondo, do seu marido Paulo Gomes da Costa, professor de
Espanhol do Atheneu, por ele passando várias gerações de grandes intelectuais,
advogado respeitado, tendo integrado a OAB/RN, poliglota efetivo, pois falava
nove idiomas, conhecendo também a história de cada um dos países e a
literatura, mantendo correspondência com grandes escritores estrangeiros.
Liderou o movimento para a difusão do
Esperanto em nosso Estado e era possuidor de uma das mais ricas bibliotecas do
Rio Grande do Norte, adquirida pela Cooperativa de Plantadores de Cana do
Estado.
Homem pacato, religioso que, pelo excesso
de leitura foi acometido de problemas reurológicos e psicológicos, havendo a
separação da Professora Olindina e passando a viver sob os cuidados dos seus
irmãos – Desembargador José Gomes da Costa e General Francisco Gomes da Costa,
abrigando em sua humilde residência a sua irmã mais velha Maria Gomes da Costa,
viúva de João Câmara, que com ele repartia a pobreza e a velhice até os seus
derradeiros dias.
Lamento que homem tão honrado não tenha
sido lembrado por nenhum dos seus familiares.
Paulo Gomes da Costa, meu ex-Professor, meu
tio, a quem admirava e respeitava pelos seus predicados de homem de bem,
religioso e de cultura invulgar, de quem, de alguma forma, ajudei a aliviar as
dores e a solidão dos seus derradeiros dias.
Fica aqui o registro.
___________________
OBS.: Enviei e-mail para a jornalista, esperando algum retorno. Como não mereci atenção, resolvi divulgar em meu blog e em outros com os quais mantenho relacionamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário