segunda-feira, 11 de junho de 2012



A SAÚDE NO BRASIL – Uma Síntese

Geniberto Paiva Campos, Cardiologista, formado pela UFRN.

Afirmar que a saúde brasileira “é um caos”, inicialmente um mote, está se tornando um axioma, adquirindo foros de verdade inconteste.

Em todos os segmentos sócio-econômicos a saúde é percebida apenas como “ASSISTÊNCIA MÉDICA”. Nesse sentido, o direito ao acesso aos serviços de qualidade, com capacidade resolutiva, ainda é restrito a parcelas – crescentes – da população brasileira que dispõem de plano de saúde. Os usuários do Sistema Único de Saúde/SUS enfrentam imensas dificuldades na resolução de problemas simples nas unidades de atenção primária e daí procuram, obstinadamente, os serviços de emergência hospitalares, resultando em sobrecarga de serviço evitável e desnecessária. E mais grave, tornando o sistema administrável.

Se retomamos, entretanto, o conceito de SAÚDE PÚBLICA em sua acepção correta, podemos constatar avanços significativos nessa área, sabidamente restrita às ações governamentais. Nas últimas décadas houve redução da mortalidade infantil, aumento da expectativa de vida, incremento da cobertura vacinal atingindo 100% da população infantil, redução do número de fumantes com impacto evidente nas estatísticas de morbimortalidade das doenças crônicas não transmissíveis, diminuição da desnutrição infantil, com destaque para as ações da Pastoral da Criança, redução das internações e óbitos decorrentes de infarto e derrame cerebral, ampliação da cobertura pré-natal. Resultados que demonstram a presença do Estado e do terceiro setor na promoção da saúde e prevenção de doenças.

Os desafios atuais do SUS, na ÁREA ASSISTENCIAL são, essencialmente: 1) organização da demanda, através da formatação dos DISTRITOS SANITÁRIOS, responsabilidade da SAÚDE DA FAMÍLIA, com papel de destaque para os AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE; 2) investimentos estratégicos nos níveis primários de atenção, os quais dependem prioritariamente de gestão de recursos humanos, com mínima incorporação de tecnologia médica; 3) incremento da qualidade dos serviços hospitalares, com aporte de recursos financeiros e tecnológicos e gestão de recursos humanos. São medidas simples e exequíveis que tem a capacidade de mudar uma situação inaceitável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário