terça-feira, 10 de maio de 2011


Estádio Machadão completa 37 anos

O "Poema de Concreto Armado", até aqui, tem resistido bravamente ao tempo, mas este deve ser seu penúltimo aniversário.

Por Rogério Torquato
(4-6-2009)

Hoje é dia de festa em Lagoa Nova: o estádio Machadão, a principal praça de esportes de Natal e do estado, completa 37 anos de existência - mas talvez nem chegue aos 40, por conta da possibilidade de ser demolido no ano que vem para dar lugar à chamada Arena das Dunas.

Para entender a história do Machadão, é preciso voltar um pouco no tempo e no espaço - mais exatamente a Natal da década de 1950...

Era uma vez

...naquele tempo, o principal estádio de futebol da cidade - e quase certo do Rio Grande do Norte - era o Juvenal Lamartine, erguido em fins da década de 1920 e que comportava até 4 mil pessoas, numa época que Natal tinha pouco mais que 30 mil habitantes. Só que, àquela altura do calendário, passada a Segunda Guera Mundial (e a batelada de gente que veio para estes lados), a capital potiguar já contava com umas 50 mil pessoas. O JL estava pequeno. E agora?

Era hora de buscar um novo lugar. Uma primeira opção foi um campo situado ao lado do atual Círculo Militar - campo conhecido por Tapetão ou Tapete Verde de Brasília Teimosa. Mas houve um porém: a maresia. Depois, optou-se por um espaço em Bom Pastor - desaconselhado por conta da distância (à época, era o "fim do mundo").

Em dezembro de 1960 acabou a busca: o então governador Dinarte Mariz doou à FND (hoje FNF) um terreno triangular à Avenida 20 (atual Lima e Silva) que pertencia ao Saneamento (hoje Caern). A FND até iniciou alguma obra, mas logo se mostrou impraticável - e na antevéspera do Ano-Novo de 1968 o terreno foi passado para o Município, por meio da recém-criada Fundação de Esportes do Natal (Fenat, hoje PMN-SEL).

Surge o estádio

A partir daí, enfim deu-se andamento à obra - com projeto de Moacyr Gomes da Costa e cálculos de José Pereira da Silva, entre outros nomes - ainda que aos trancos e barrancos (várias vezes foi interrompida) até ser "concluída" às pressas em 1972 para sediar um evento denominado Mini-Copa. Concluída entre aspas mesmo: o então Castelão foi inaugurado sem a marquise superior (que foi concluída em 1974) e com as luminárias instaladas em torres (uma "gambiarra" que resistiu até 1997!). Detalhe: até hoje o estádio permanece inconcluso, faltando um ou outro detalhe.

E a capacidade inicial? "Já disseram 40 mil, outros 42, 45, 48, 50 mil... Não!!! É 38 mil!" - resumiu certa vez ao repórter o arquiteto Moacyr Gomes, antes da última grande reforma que eliminou o antigo setor das gerais, há poucos anos - reduzindo a capacidade para cerca de 33 mil pessoas.

Até meados de 1989 o Machadão tinha outro nome - estádio Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, o Castelão; a mudança se deu em homenagem ao desportrista João Cláudio Machado (que foi dirigente do Atlético Potiguar e presidente da FNF), morto em 1976.

Muitas emoções

Nestes 37 anos, o Machadão foi o palco de muitas emoções. Em termos de futebol, o "Poema de Concreto Armado" já recebeu equipes como o Santos - ainda com Pelé - e o Flamengo - sob o comando de Zagallo. Isso sem contar uma apresentação única da Seleção Brasileira, um amistoso internacional em janeiro de 1982 - diante de umas 52 mil pessoas!

Fora o futebol, o local já sediou os desfiles de abertura dos JERNs de 1998 a 2000 e de 2003 a 2005; pelo menos duas edições dos Jogos da Solidariedade; e até alguns bingos, só para ficar em três eventos.

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