sábado, 23 de abril de 2011

DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2011


Domingo da Ressurreição do Senhor
A ALEGRIA DO CRISTO VIVO


A história:
Segundo (Lc 23,53), a tumba onde puseram o corpo do Senhor, uma cova escavada na rocha foi fechada com uma grande pedra em forma de roda (ver Mc 15,46), impossível de ser movida por um grupo de mulheres (ver Mc 16,3).
Bem guarnecida a tumba, a pedido dos membros do Sinédrio a Pilatos, seria pretexto para evitar que os discípulos do Senhor fizessem desaparecer o corpo durante a noite para poderem proclamar a ressurreição, como antes anunciado pelo Senhor (ver Mt 27,64). Mas, mesmo assim, os soldados (Mt 28,4) teriam negligenciado, tanto que, na madrugada do primeiro dia da semana estavam dormindo. Um forte tremor os despertou sobressaltados. Ficaram paralisados e “como mortos” (Mt 28,4) ao verem movida a pedra que fechava a tumba e um ser resplandecente sentado nela.
Naquele mesmo momento, chegaram algumas piedosas mulheres com unguentos e aromas para embalsamar o corpo de Jesus segundo o costume judeu (ver Mc 16,1). Não puderam fazer antes de colocá-lo no sepulcro, porque o sábado “já estava avançado” quando desceram da Cruz o corpo de Jesus. Segundo o costume judeu, o novo dia começava não de madrugada, tampouco no amanhecer, e sim no entardecer ou anoitecer, o que para nós é ainda o dia anterior, momento em que se fazia necessário acender luzes. Ao dizer que “o sábado estava avançado” quis dizer que já era a tarde de sexta-feira. Não havia tempo suficiente para embalsamar o corpo do Senhor, porque, uma vez acesas as lâmpadas, devia se guardar repouso absoluto (ver Lc 23,54-56).
Os quatro evangelistas situam a descoberta da tumba vazia nas primeiras horas do que para os judeus era “o primeiro dia da semana”, dia que, desde os tempos apostólicos, veio a chamar-se em latim “Dies Domini” e que, traduzido, significa “Dia do Senhor”. É a raiz da palavra “Domingo”, o primeiro e ao mesmo tempo o “oitavo” dia da semana, porque é considerado um “novo dia”. O Domingo é o Dia do Senhor porque é o Dia de seu triunfo, o Dia grandioso em que o Senhor Jesus ressuscitou rompendo as ataduras da morte, Dia em que Ele fez tudo novo, Dia, portanto, consagrado ao Senhor.
Grande foi a surpresa de Maria Madalena, uma das mulheres que formavam a pequena comitiva, ao chegar ao sepulcro do Senhor, e ver a pedra movida com o sepulcro vazio. Instintivamente lançou-se a correr para comunicar a Pedro e a João o ocorrido. Ao encontrá-los lhes diz: «Foi tirado o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram» (Jo 20,2). Pedro e João foram correndo ao sepulcro para ver por si mesmos o que acontecera. João, que corria mais rápido, chegou primeiro. Ao chegar, «se inclinou e viu os panos no chão, mas não entrou» (Jo 20,5). Esperou que chegasse Pedro para que entrasse ele primeiro, o que se considera um sinal de respeito e reconhecimento da primazia que Pedro tinha entre os Apóstolos. Ao entrar no sepulcro, diz-se de João que «viu e acreditou» (Jo 20,8). O que viu João? Que o corpo de seu Senhor não estava ali. Em que acreditou? O que até então não sabiam como compreender, aquilo que o Senhor havia anunciado repetidas vezes: que depois de morrer «iria ressuscitar dentre os mortos» (Jo 20,9).
Este ato de fé na Ressurreição do Senhor será confirmado imediatamente depois tanto pelo anúncio do anjo às mulheres como pelas próprias aparições do Senhor Ressuscitado aos seus discípulos.
No grupo de mulheres que vão ao sepulcro bem de madrugada, chama a atenção uma ausência: não se encontra dentre elas a Mãe de Jesus. Por que não estava presente? Não seria natural que quem, mais que qualquer outra pessoa, amava Jesus se fizesse presente para dedicar-lhe este último cuidado, o de embalsamar o corpo de seu amado Filho? A razão de sua ausência deve ser encontrada na repreensão que o anjo dirige às mulheres que vão ao sepulcro: «por que buscam entre os mortos o que está vivo?» (Lc 24,5). A Mãe não busca entre os mortos quem ela sabe que está vivo. À diferença dos Apóstolos e discípulos, Ela, sim, acreditou em seu Filho, acreditou que ressuscitaria. Depois da morte do Senhor, Santa Maria é a única que manteve viva a chama da fé e se mantém em espera, preparando-se para acolher o anúncio gozoso da Ressurreição de seu Filho. Analogamente ao sepulcro vazio que se constitui numa forte proclamação da Ressurreição de Cristo, a ausência da Mãe de Cristo no lugar de sua ressurreição é uma magnífica proclamação de sua fé e confiança total nas palavras e promessas de seu Filho. A SANTA MÃE, certamente, foi a primeira a receber a grande notícia. Ela foi a primeira a receber o anúncio do anjo da Encarnação, e ela, também, foi a primeira a receber o anúncio da Ressurreição.
Intenção da liturgia:
Aproximar o sentido do Domingo de Páscoa só com a causa da sexta-feira santa. Entende a Igreja Cristã que o principal aqui é destacar a Cruz que, para muitos, é símbolo de dor, sofrimento; mas para os que buscam a identificação com Jesus Cristo, esta mesma cruz é vitória, é vida. Nas palavras paulinas: "a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus" (cf.: 1Cor 1,18).



Toda esta história da "última semana" de Jesus é atual. Por mais que liturgicamente se faça memória dela todos os anos, ela é uma história cotidiana, pois fala de cada um, na realidade em que cada qual vive e procura seguir Jesus Cristo ou mesmo experimentar os valores cristãos, transmitidos e ensinados por ele.

Diariamente a dicotomia da morte e vida se nos apresenta como um desafio e, ao mesmo tempo, como chance de, em cada situação, com espírito novo, viver como Jesus viveu. Buscar primeiro o Reino de Deus e sua Justiça é ter sempre diante dos olhos o grande mandamento que resume toda esta semana e para o qual a mesma converge: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". E tudo o mais virá de acréscimo, mas com o esforço e trabalho pessoal, em vista de uma vida realmente justa, em qualquer aspecto ou situação da vida.
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FONTE: internet, com algumas adaptações

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