terça-feira, 26 de abril de 2011

CHUPA CABRA – POR QUE OS BANCOS NÃO ALERTAM SEUS CLIENTES? (*)

Nessa última sexta-feira, por pouco não fui mais uma vítima desse golpe que vem se proliferando nos terminais de auto-atendimento das agências bancárias. Pela manhã, fui até o hospital PAPI levando meu neto para uma consulta, pois havia passado a noite anterior com muita febre. Deixei minha esposa com ele em frente ao hospital, e como não havia onde estacionar, prossegui e estacionei o carro em frente à agência do Banco do Brasil da Av. Afonso Pena. Como já estava em frente ao Banco, aproveitei para fazer alguns pagamentos.
Logo que adentrei a área onde se encontram as máquinas de auto-atendimento, notei que havia poucos clientes, fato justificado em virtude de ser um dia feriado. Dirigi-me para uma das máquinas e ao introduzir o cartão, coincidentemente, apareceu uma mensagem dizendo haver problemas com a leitura do cartão.
Logo em seguida um indivíduo se aproxima de mim e solícito informa: “somente as duas primeiras máquinas estão funcionando”. Olhei de relance para a pessoa que me prestava à informação, agradeci, e dirigi-me para as máquinas que ela havia indicado. Ao introduzir o cartão no local adequado, este foi totalmente engolido. Por mais que tentasse não consegui retirá-lo do local. Após várias tentativas sem êxito, resolvi telefonar para os números que apareciam na tela da máquina. Fiz várias ligações, infelizmente não consegui fazer contato com ninguém, pois as ligações não se completavam.
Comecei a ficar preocupado, pois havia deixado meu neto no hospital, com possibilidade de ter contraído dengue e fiquei de retornar logo após estacionar o carro. Naquele instante decidi que não deixaria meu cartão preso naquela maquia e resolvi apelar para a força bruta. Bati forte com o punho fechado na peça que prendia o cartão e logo notei que a mesma cedeu um pouco para a lateral. Naquele instante percebi que tinha sido vítima de uma tentativa de fraude.
Daí pra frente foi fácil perceber que estava diante do famoso golpe do “chupa cabra”. Com dificuldade, retirei a peça que é uma cópia perfeita da existente na máquina que encaixa perfeitamente sobre a original. Como está sobreposta, aumenta o ambiente interno e quando o cliente introduz o seu cartão, este desaparece totalmente no espaço vazio, impedindo a recuperação.
Imediatamente telefonei para a polícia e comuniquei o fato. Minutos depois uma viatura compareceu ao local com três policiais e apreenderam o equipamento. Naturalmente, o meliante, percebendo a movimentação policial evadiu-se. Com toda certeza, ele deveria encontrar-se próximo da agência, me observando, para que logo que saísse se apossaria do cartão.
O que mais me impressiona, é a pouca importância que os Bancos dão a esse tipo de golpe. Esse procedimento criminoso deve acontecer por diversos estabelecimentos bancários, principalmente nos fins de semana e feriados quando o correntista, ao ser lesado, não tem a quem recorrer. Centenas de clientes já devem ter caído nesse golpe, em virtude da simplicidade do equipamento e a facilidade com que eles são colocados pelos golpistas.
Uma medida simples, mas que a meu ver traria resultados imediatos eram os estabelecimentos bancários informarem aos seus clientes o “modus operandi” desses golpistas, através de pequenos cartazes apostos nas salas de auto-atendimento. Com isso os clientes pelo menos tomariam conhecimento, e em casos com o que relatei, possam resolver o problema apenas retirando o equipamento criminoso.
Ora, ora. Como bancário aposentado e acostumado a freqüentar estas salas, sabia que naquele tipo de máquina, não havia a mínima possibilidade de o cartão ser engolido e, desconfiado da fraude, apelei para força física. Por sorte, consegui reaver meu cartão e desmontar a armadilha.
Este artigo tem por finalidade alertar a população para esse tipo de fraude, já que as instituições financeiras que são responsáveis pela segurança de seus clientes quando adentram as suas instalações, não o fazem. Entretanto os golpistas podem ser facilmente identificados. Basta que os gestores examinem as fitas de gravação dos equipamentos instalados nas agências, e os identifiquem no momento em que atuam na instalação desses equipamentos fraudulentos.
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(*) ORMUZ BARBALHO SIMONETTI (Presidente do Instituto Norte-Riograndense de Genealogia-INRG, membro do IHGRN, UBE e ACLA)
Matéria publicada no periódico “O ORNAL DE HOJE” edição de 25 de abril de 2011

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