domingo, 27 de março de 2011


HÁ 100 ANOS

No dia 27 de março de 1911 nascia em Natal uma guerreira – MARIA LIGIA, cujo destino foi construir um lar e uma família.
Sua história é cheia de sacrifícios, dedicação e amor, conforme testemunham os seus descendentes e agregados.

Palavras de MOACYR

Mãe:
O tempo passou tão depressa, mesmo decorridos quase trinta anos de sua ida para o universo celeste, a saudade ainda persiste, aceita com resignação e com esperança de um reencontro, para receber seu abraço, com a ternura com que sempre nos acalentou.
Sei que Deus, em sua infinita bondade e sabedoria, já lhe permitiu viver em harmonia com todos aqueles que fizeram parte de sua vida como meu inesquecível pai, meu irmão Fernando, meus avós, tios, enfim, todos aqueles que foram para a morada final.
Serei eternamente grato, aos fundamentos de minha formação, a qual muito deve ao seu amor, dedicação, renúncias, coragem e estoicismo silencioso com que soube enfrentar os momentos mais difíceis de nossa trajetória de vida.
Como infelizmente não sou dotado do privilégio conferido aos poetas, peço licença para lhe prestar minha modesta, mas sentida homenagem, oferecendo o poema que segue:
Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

MENSAGEM DE MINHA QUERIDA ESPOSA IRIS POR OCASIÃO DO CENTENÁRIO DE MINHA MÃE

Para D. Ligia:
O que dizer de minha sogra, que, se fosse viva, estaria completando 100 anos neste 27 de março do ano de 2011.
Diria que ela foi minha segunda mãe, substituindo a inesquecível tia Myriam Coeli, que tão bem me criou, já que a mãe natural não pude ter. Diria que a primeira vez que a vi senti a emoção da descoberta daquele amor verdadeiro que Deus mostra sem palavras, e daí em diante vivenciei as benesses do carinho e bem querer que D. Ligia sempre me doou e que nos uniu até o dia que se foi para o outro mundo.
Diria ainda, que até hoje sinto muito sua falta, restando apenas o consolo de saber que ela é mais uma santa no céu a olhar por nós.
Com todo amor de sua filha Iris, até que nos encontremos um dia.


* * *
Tendo em vista a perda do querido irmão FERNANDO DE MIRANDA GOMES, na linha hereditária, cujos depoimentos dos seus descendentes e viúva não conseguimos receber em tempo desta homenagem, convocamos a irmã LÊDA MARIA, que escreveu suas lembranças sobre mamãe:

Maria Ligia de Miranda Gomes, minha mãe, uma grande mulher.
Sempre lamentei a impossibilidade de ter convivido com ela por maior tempo, haja vista que os meus estudos não permitiram que eu a acompanhasse nos períodos em que a família morou no interior, mas apenas nos períodos de férias. Mesmo assim, a lembrança de mamãe me marcou profundamente, pela sua dedicação e permanente vigilância para que houvesse, sempre, total harmonia entre os irmãos, separados pelas contingências do destino.

Lembro, ainda, de uma passagem da vida desta criatura que nos honrou pelo seu respeito ao próximo: Quando eu era criança sempre fui muito mimada junto aos meus irmãos por ser a mais velha entre as mulheres. Em 1935, quando tinha apenas 4 anos, adoeci precisando que alguém fosse apanhar remédio na casa da avó Aline, Moacir foi incumbido desta missão, porém, neste momento começou uma revolução na cidade – a intentona comunista - ficando mamãe aflita com a saída do filho e procurou ampará-lo dos perigos que ele poderia correr, com extrema coragem.

Éramos três os maiores, Moacir, Fernando e eu, sempre unidos por conta das lições recebidas de mamãe, com o estímulo e o apoio, permanentes de papai, no sentido de manter todos em casa com o maior zelo, sempre obedecendo aos seus ensinamentos. Foi um tempo feliz, porque tínhamos em nossos pais verdadeiros ídolos.
São lembranças que muito me emocionam e trazem imensas saudades!

Lêda Maria Gomes de Carvalho.

* * *
Mensagem de ELZA

MINHA MÃE,
Palavras são poucas diante da infinita bondade desta mulher tão pura, tão cheia de amor e dedicação.
Da infância trago recordações inesquecíveis, porém ao sentir a responsabilidade da vida, foi que me dei conta do quanto aprendi com a minha santa mãe.
Seu evangelho resumia-se no amor do qual eu fui agraciada, pois você Lígia, esteve presente em todas as etapas de minha vida, dando-me coragem e apontando soluções para enfrentar os caminhos tortuosos que atravessei.
Hoje 27/03/11 seria o centenário de tua vida, que tenho certeza será festejado no mais alto dos céus onde está preparado o seu trono de paz.
Só tenho a bendizer essa mãe extremosa e boa que me deu tanta segurança e ensinou-me o verdadeiro valor de ser MÃE.

Te amo muito querida
Te guardo dentro da alma
E quando a saudade me dói
Tua lembrança me acalma


Elza Carlina Gomes Leandro

* * *

Depoimento de CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES

Ainda adolescente, apaixonou-se por José Gomes da Costa, com ele se casando aos 14 anos, na Igreja de Sant´Anna, em Caicó, onde o seu amado exercia a Promotoria de Justiça.
O seu nome originário foi motivo de inúmeras retificações. Inicialmente Maria Lygia Maranhão de Miranda, filha de Jerônimo Xavier de Miranda e Aline Miranda de Albuquerque Maranhão. No seu registro de casamento, às fls. 137v. e 138 – livro “B-11”, nº de ordem 27, em 04 de setembro de 1926 - escrivão Elino Eloi de Medeiros e Oficial do Registro Público da Comarca de Caicó - Esperidião Eli de Medeiros, consta o seu nome como Lygia Maranhão de Miranda, nascida em 27 de março de 1911, que passou a se chamar Lygia de Miranda Gomes e a cerimônia civil ocorreu na casa dos seus pais – Av. Seridó, presentes o Professor Leonidas Monteiro de Araújo – 1º Juiz Distrital, em exercício, sendo testemunhas Celso Affonso Dantas e Eduardo Gurgel de Araújo. Compareceu, ainda, o seu pai, Coronel João Gomes da Costa e Julia Medeiros. Posteriormente foi promovida uma retificação judicial no referido registro em 28 de janeiro de 1943, por ordem do Juiz Vicente de Lemos Filho, em 24 de outubro de 1942, conforme processo do 3º Cartório Judiciário de Natal, sendo escrivão Bartolomeu Fagundes e cumprido pelo Juiz de Caicó – Dr. J.G. da Nóbrega, através da escrivã Áurea Medeiros, ajudante de Cartório, corrigindo-se o nome de mamãe para Maria Ligia de Miranda, que passou a se chamar Maria Ligia de Miranda Gomes.
Ainda em Caicó, nasceu o primogênito Moacyr Gomes da Costa, com a ajuda das mãos sagradas de Mãe Quininha e do Dr. Mariano Coelho, hoje arquiteto consagrado e autor do “poema de concreto armado – O Machadão”, que a insensatez dos despreparados do poder vai destruir brevemente.
A propósito do nascimento de Moacyr, Dona Ligia, com apenas 15 anos de idade, teve diagnosticada a gravidez de risco, porquanto o seu primogênito estava em posição que lhe trazia perigo de morte, quando então Mãe Quininha comentou com Dinarte Mariz o perigo que corria a mulher do Dr. Zé Gomes e Dinarte, incontinenti, mandou buscar em Currais Novos o Dr. Mariano Coelho, que fez o parto e tudo correu normalmente, daí a grande amizade do nosso pai com aquele político seridoense, que no início da formação de sua família proporcionou-lhe a salvação da esposa e do primeiro filho.
Mulher de muita fibra, superou dificuldades financeiras da família, suportou as ameaças durante o levante comunista de 1935, quando o seu esposo foi aprisionado pelos revoltosos, mas libertado graças à intervenção de João Galvão, ainda parente de mamãe e que no futuro veio a ser um advogado conhecido e amigo pessoal do Dr. José Gomes.
Perdeu dois filhos em tenra idade – Terezinha e João.
Ainda acalentou a família durante as dificuldades da 2ª Guerra Mundial, em que Natal sofria ameaças de invasão e era obrigada a suspender o fornecimento de energia durante a noite ou camuflá-la para não permitir ao inimigo a possibilidade de ser vista.
Acompanhou o seu marido na passagem por vários municípios, onde era Juiz, com mudanças periódicas e perda dos seus pertences, além do sofrimento de viver longe de parcela dos seus filhos que, já em idade escolar mais avançada, não podiam morar no interior, pelo que eram distribuídos pela casa dos parentes.
Diz-se que ao lado de um grande homem existe sempre uma extraordinária mulher. O adágio neste caso é absolutamente verdadeiro, pois Dona Ligia foi esse escudo, a incentivadora, a mãe de família exemplar, a esposa dedicada cujo amor foi tamanho, que apesar de bem mais jovem que o seu esposo, de boa têmpera, tendo aquele falecido aquele em 1982, logo no ano seguinte, também partiu e certamente o motivo de maior relevo foi a saudade.
Tive a graça de conviver com mamãe no melhor de sua existência. Minha amiga, minha fã, minha conselheira e, nos últimos dez anos de sua vida, por ironia do destino, tornei-me seu enfermeiro. As injeções de insulina eram as primeiras ações de cada dia, a medição da pressão, sempre alta, e a atenção permanente para evitar a hipo ou hiper glicemia. Era algo doloroso para mim, pois às vezes não aplicava bem a injeção e via em seu rosto, discretamente, a dor que lhe causava.
A minha sorte foi ter ganho uma esposa que, em muito, lembra a Senhora, no desvelo pela minha saúde, pela humildade e dedicação permanente à família.
Um beijo minha mãe – em algum tempo mais, nos reencontraremos.

A nora THEREZINHA ROSSO, também fez questão de dar o seu depoimento sobre D.Lígia e o fez com extrema emoção, dizendo:

Dona Ligia, a minha “querida sogra” foi uma pessoa muito especial na minha vida e da família que construí com seu filho Carlos.
Mulher emotiva. As lágrimas saíam dos seus pequenos olhos com extrema facilidade – era bastante alguém dizer: está chorando?
Era uma pessoa educada, determinada, amiga e de um grande coração. Formava um belo par com o seu querido “Zé Gomes” e se amaram até a partida, como amor de adolescentes.
Com pouco mais de um ano da partida do seu amado, foi ao seu encontro.
Nossa amizade era de mãe e filha, éramos companheiras nas compras do comércio, onde sempre pedia minha opinião e nas belas tardes no cinema.
Quando ela foi para o céu, tenho certeza que essa é sua morada, deixou muita falta e saudade. Antes da missa de 7° dia tive um sonho com ela – parecia que estava ao meu lado e passou-me uma bela mensagem: “Parti, eu não queria ter partido, sinto muita saudade. Eu lhe queria como uma filha”. Respondi – eu lhe queria como uma mãe. Acordei entre lágrimas e saudades.

Therezinha, em 27/3/2011


* * *
Outro testemunho, de sua filha MARIA DO SOCORRO (Socorrinho):

Querida mamãe
Falar de minha mãe é uma tarefa fácil porque ela foi uma mulher do lar, amiga, companheira dos filhos e do meu saudoso pai, enquadrada nos moldes clássicos de viver.
Dedicada ao lar e aos seus filhos e netos.
Tenho todos os motivos do mundo para dizer quem foi minha mãe, de formação íntegra, dedicada a mim e aos meus filhos, companheira com todos os filhos, para criar e incentivar nos estudos, dando uma educação exemplar.
Para mim foi um sustentáculo, em todos os sentidos. Seus cuidados e preocupações permitiram que eu ultrapassasse incontáveis dificuldades.
Mulher pacata, paciente, boa administradora, cheia de bondade e generosidade. Quanta saudade do seu convívio e dos seus carinhos.
Eu me sinto privilegiada em ter recebido o calor do seu colo amigo. É inegável o sentimento de gratidão e respeito “in memoriam”, que sinto pela querida mãe.
Guardava e tinha em seu coração toda a experiência vivida: o amor, a compreensão, o sentimento de se doar à família. Uma mulher sem orgulho, sabendo educar seus filhos e filhas e fazer de todos eles Pessoas do Bem.
Mãe querida, Deus te levou tão cedo, porém deixou bons exemplos.
Deus te abençoe, e onde estiveres, reze por nós, que nós também estaremos rezando pela Senhora. Sei que te encontras num lugar muito especial onde mereces – no céu.
Mamãe, todos nós te amamos.
Beijos de tua filha Socorro.


* * *
O caçula da família é JOSÉ GOMES FILHO, aquele com quem mais tempo conviveu até os seus momentos finais da vida. Dele temos o seguinte registro, do que ele chama - dos acontecimentos marcantes:

1 - Por ser o caçula, o mimo que ela tinha comigo, é como se fosse uma protetora de um filho que nunca deveria crescer. Por conta disso, para cortar o cordão umbilical, demorou um pouco. 2 - Quando eu ia jogar futebol no sítio do meu avô, no meio da partida, aparecia ela no campo levando a famosa papa (constituída de leite, maizena e açúcar) e dizia: Zezinho venha comer sua papinha, eu ficava furioso, mas mesmo assim engolia a comida para satisfazê-la. A turma da pelada enchia meu saco com isso. 3 - Certo dia, ela mandou a empregada fazer uma faxina no quartinho onde nós estudávamos, e assim foi feito. Quando cheguei no tal quartinho, dei conta de que a preciosa coleção de folhinhas (calendário) da Pirelli tinha ido para o lixo e o caminhão da Prefeitura já tinha levado. Fiquei possesso, a ponto de ofender meus país e fazer minha mãe chorar; depois senti remorso, e foi muito grande. 4 - No dia da minha formatura do ginasial, no Colégio Marista, a alegria e a emoção nos dominou, e não poderia ser diferente. Ela vivenciou todos os momentos da minha juventude. Fico imaginando o filho que não tem mãe ou pai, deve sentir uma dor permanente no coração. 5 - O dia da punição que sofri quando servi ao Exército brasileiro, por três dias fiquei detido nas dependências do Batalhão de Operações do Exército no bairro das Rocas, por negligencia no serviço de plantão na 24ª CR. Quando ela soube chorou muito, sendo preciso que papai apelasse, pedindo ao Cel. Rolindino Maciel, na época, comandante dessa unidade, a aplicação de uma pena mais branda, o que de pronto foi aceito pelo seu amigo. 6 - Quantas vezes eu chegava junto dela e pedia - mamãe consiga um dinheiro com papai pra mim, e ela metia a mão no bolso do velho, tirava o dinheiro e dizia que era pra ela. Esse argumento facilitava, porque nosso pai tinha Dona Lígia como uma verdadeira rainha e o pedido dela era lei. Nunca presenciei um desentendimento entre ambos, eram os eternos namorados. Existia apenas uma enciumada natural de nossa mãe, quando papai brincava com ela e dizia: “essa cantora Clara Nunes, além de bonita tem uma bela voz”; mamãe reagia na hora, dava um beliscão e dizia: “Zé Gomes você está velho, não dá mais pra nada”. Papai só fazia rir e, quem estava por perto também entrava na risada. 7 - Os lanches de todas as tardes marcaram época. Eram convidadas nossas tias, as irmãs de mamãe para o famoso lanche. Com o passar do tempo, esse encontro criou fama, extrapolando os limites da rua Meira e Sá, e atraindo outras pessoas amigas para degustar as delícias da farta mesa. 8 - O inicio do seu fim ocorreu quando da morte de papai, ela foi definhando, perdeu o ânimo de viver, e os problemas de saúde foram se agravando. Nessa última etapa da sua vida, a companheira inseparável foi nossa tia Tiinha (Lourdinha). Somos todos gratos pelo desvelo dessa tia, por ter se dedicado de corpo e alma pela nossa mãe na fase mais difícil de sua vida. Gesto bonito.
É esse o meu depoimento sobre essa figura humana, que obviamente me marcou pelo resto da vida. Beijos mãe, perdoe-me pelos erros e pelas ingratidões.

Do seu filho Zezinho.

3 comentários:

  1. Vovó Lígia,

    Esta página vem te homenagear pela passagem do teu centenário (in-memória).
    - Acredito na morte do corpo, o espírito é infinitamente imortal: Onde estiveres, que estejas em Paz!
    PARABÉNS! Pela pessoa que foi/Que É/Que será...Não tenho dúvidas, maravilhosa!!!

    Às minhas palavras é no sentido de te agradecer:
    - Pelos filhos maravilhosos que o teu ventre gerou, todos eles! Em especial, a minha mãe ELZA, exemplo de vida, renúncia, abnegação e muito amor aos filhos.
    - Pelo companheirismo e exemplo maior de amor ao lado de vovó Zé Gomes.
    - O acolhimento a minha irmã Grácia quando passou a morar com vocês em momento tão difícil de nossas vidas por ocasião do falecimento de papai. Você e vovô a acolheram como a uma filha. Embora eu tenha perdido o convívio diário dessa irmã foi de aprendizado e de bons frutos o distanciamento fisíco haja vista a admiração e o carinho que temos uma pela outra ao longo dessa história.

    - Obrigada Vó, pela cobertura que nos dava nas merendas da tarde - Eu e Júnior gostavámos de assaltar a sua geladeira rsrsrs E você estava sempre a nos "fiscalizar" : "Meninos, parem de mexer nas coisas! ..." Nunca nos negava as guloseimas, mas reclamava!
    - "Aquela cadeirinha no terraço", um semblante tranquilo...Inesquecível! Certamente deixou-a eternizada em nossos corações.
    Saudade...
    A tua benção,
    Cristina.

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  2. Mesmo não tendo tido muitas lembraça da sua convivência devido a minha pequena idade, mas pelos relatos de minha mãe e irmã, do seu imenso amor pelos seus, como as visitas aos domingos a sua residência com as palavras de meus QUERUBINS chegaram, da bonboniere cheia de doces que os netos ficavam sempre de olho e as visitas a nossa residência em Neópolis no qual tanto ela como vovó Zé Gomes iam direto na geladeira para ver se tinha alimento suficiente para o sustento da família, que quando não estava cheia era logo completada.
    Como sei na certeza da que somos espíritos eternos e que o lugar dos bons e dos justos são a direita do pai criador, só temos a agradecer pela pessoa que foste e que continua a ser, pedindo que continue a velar pelos seus aqui nesta difícil morada terrena.
    DO ETERNO NETO RODRIGO.

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  3. Vovó Lígia,

    Tenho a felicidade de ter no nome o prenome de minhas duas avós e chego a sonhar com os meus netinhos me chamando, como fiz no passado. Lembro sempre das minhas passagens pela Rua Meira e Sá e a parada na casa de meus avós, encontrando-os sempre sentadinhos no alpendre, vovó com seu vestido de algodão e cinto do mesmo tecido, sempre ajeitando os cabelos com as mãos e vovô com a perna dobrada na cadeira. Outras vezes, visitava-os pontualmente às 15:00 horas, para o tradicional lanche da tarde, nunca tomei um leite tão gostoso e quentinho quanto o de vovó e nem saboreei uma suflê de banana igual. Sempre que sento com meus filhos à noite, na hora de dormir, conto sobre minha infância e a importância dos meus avós na minha vida e educação. Amo morar no Barro Vermelho porque do alto de minha janela posso ver a casa dos meus avós, a praça Tamandaré, a casa dos meus pais, posso ouvir os sons que me são tão familiares como o sinos das igrejas próximas, o apito do trem e as recordações tomam conta de mim, sempre com muita felicidade. Não posso mais ver minha avó fisicamente, mas tenho certeza de sua proximidade espiritualmente. Hoje nos encontramos em algum lugar do passado, no futuro nos encontraremos na nossa verdadeira morada. Muitas saudades, de sua neta Rosa Ligia.

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