domingo, 12 de dezembro de 2010


DE QUANDO EM VEZ TENHO A SATISFAÇÃO DE RECEBER BELAS MENSAGENS, COMO ESTA DE AUTORIA DO AMIGO LUIZ GONZAGA CORTEZ, A QUAL, COM PARTICULAR ORGULHO, TRANSCREVO NO MEU BLOG:

E agora é sorrir.
Luiz Gonzaga Cortez.


Para quem vive numa sociedade desumana, injusta, consumista e materialista, como a subdesenvolvida brasileira, nos seus aspectos morais, espirituais, culturais e sociais, vale a pena ler e conhecer as idéias de Guy de Larigaudie (18.01.1908 – 11.04.1940), autor de “Estrela de Alto Mar”, um católico escoteiro francês, precocemente falecido na II Guerra Mundial. Queria ser frade franciscano, após uma experiência em reide automobilístico de Paris a Saigon, no Vietnã, Índia e Birmânia, numa “extraordinária odisséia de julho de 1937 a junho de 1938, durante o qual seu sorriso, seu famoso sorriso jovem e puro, acaba derrubando os mais incríveis obstáculos”, segundo Frei Pedro Secondi, autor do prefácio do livro publicado no Brasil, pela editora AGIR.
Bom, caríssimos, decidi transcrever trechos de “Estrela do Mar” com o objetivo de levar a mensagem de Larigaudie a todos os que desejam ficar alegres, descontraídos e felizes diante das conturbações e violências do mundo de hoje, além das alterações comportamentais e de respeito e solidariedade humana. Hoje, quando se banaliza a vida humana, o egoísmo avança e quando um dos mais antigos comportamentos humanos – o cumprimento, o bom dia, o boa tarde, etc., está em desuso para uma parcela da população, concluí ser necessário fazer essa divulgação.
“Existe um meio excelente de criar em si mesmo uma alma amiga: o sorriso.
Não o sorriso irônico e zombeteiro, o sorriso de esguelha que julga e rebaixa. Mas o sorriso rasgado, claro, o sorriso escoteiro, quase uma risada.
Saber sorrir: que força! Força de apaziguamento, de doçura, de calma, força de irradiação...
Um sujeito solta uma piada à tua passagem... estás apressado... passas... porém sorri, sorri amplamente. Se teu sorriso é franco, alegre, o sujeito sorrirá também... e o incidente se encerrará em paz... Experimenta.
Pretendes fazer a um camarada uma crítica que imaginas necessária, dar-lhe um conselho que julgas útil. Crítica, conselho, coisas duras de aceitar...
Sorri, pois; compensa a dureza das palavras com a afeição do olhar, com o riso dos lábios, com toda a tua fisionomia alegre.
E tua crítica, teu conselho, surtirão melhor efeito... porque não irão ferir.
Há momentos em que, diante de certas aflições, faltam-nos as palavras, não encontramos as expressões de consolo. Sorri então de todo o teu coração, com toda a tua alma compadecida. Sofreste um dia e o sorriso mudo de um amigo te reconfortou. Impossível que não tenhas feito esta experiência. Age do mesmo modo para com os outros.
“Cristo”, dizia Jacques d’Arnoux, “quando teu madeiro sagrado me prostrar e despedaçar, dá-me, apesar disso, a força de fazer a caridade do sorriso”.
Porque o sorriso é uma caridade.
Sorri ao pobre a quem acabas de dar dois tostões... à senhora a quem cedeste o lugar... ao cavalheiro que pede desculpas porque, ao passar, te pisou no pé.
Às vezes é difícil encontrar a palavra exata, a atitude verdadeira, o gesto apropriado. Mas sorrir? É tão fácil... e com isso se consegue tanta coisa!
Por que não usar e abusar desse meio tão simples?
O sorriso é um reflexo da alegria. É a sua fonte. E onde reina a alegria—quero referir-me à alegria verdadeira, profunda e pura --- também aí se acha aquela “alma amiga” de que tão bem falava Schaeffer.
Caminhantes, sejamos portadores de sorrisos, e com isso semeadores de alegria”. (*)
• Estrela de alto mar, Guy Larigaudie, páginas 27, 28 e 29, 8ª edição, 1964, Livraria AGIR Editora, Rio de Janeiro. Prefácio de Frei Pedro Secondi, O.P., tradução de Teresa Araújo Pena.
• Observação: este livro eu achei há uns seis anos no meio de um monte de livros de colégio católico do bairro do Tirol, extirpados da biblioteca e jogados no chão para serem destinados a coleta do lixo. Foram salvos porque um empregado do instituto me informou e fui buscá-lo, transportando-os no meu carro para a minha casa, depois de ouvir um gracejo de um rapaz que perguntou “vai montar um sebo, amigo?”.

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