Cartas
de Cotovelo – Verão de 2025 – 08
Por:
Carlos Roberto de Miranda Gomes (*)
O
QUE É O CARNAVAL?
Taí.
Uma pergunta complicada! CARNAVAL é um estado de espírito, uma tradição, um período
religioso ou simplesmente uma folia? Creio que tudo isso junto.
Sua
origem é remota, começou como festividade meramente pagã da Antiguidade, com os
entrudos das cidades europeias, com fantasias e carros alegóricos.
Atravessando
culturas diferentes, tendo por motivo a inversão das coisas, daí a eleição de
um mandatário próprio (Rei Momo), homens vestidos de mulher e vice-versa, máscaras
para esconder a identidade, sendo depois incorporado ao calendário cristão como
celebração antes da Quaresma. Chegou ao Brasil com influências europeias,
africanas e indígenas, tornando-se a festa exuberante de hoje.
Embora
seja um acontecimento que lembra festa, alegria, folia o Carnaval tem uma
história complexa, envolvendo tradições religiosas e festividades mundanas.
Sua
chegada ao Brasil foi precisamente pelos colonizadores portugueses no século
XVII, com o mela-mela de farinha, água e outras substâncias, às vezes até
nocivas, numa brincadeira popular. Aqui no Rio Grande do Norte tem até o “Bloco
dos Cão”, onde as pessoas se encharcam na lama dos mangues e põem chifres nas
cabeças
No
passar do tempo o Carnaval brasileiro foi se tornando cada vez mais
aperfeiçoado, chegando no atual século à condição de apoteose de beleza e
cultura, com as escolas apresentando enredo e homenageando pessoas, atraindo
turistas e marcando uma das atrações de maior comparecimento de estrangeiros e
pessoas nacionais, para os espetáculos das cidades mais notadas como Rio de
Janeiro, São Paulo, Bahia e Recife, sem excluir os bailes nos clubes e nas
ruas, tornando-se a nossa maior atração.
Desde
o ano de 1932, com a colaboração do jornalista Mário Filho, a popularização do
Carnaval gerou a criação das grandes escolas de samba, nos bairros mais
importantes das cidades, contribuindo para o aperfeiçoamento de sambas-enredos,
transformando-se na maior festa popular do Brasil.
A
sociedade vem procurando conciliar o lado profano da bebida, fantasias e
barulhos com o início da Quaresma, com jejuns e outras abstinências. É o
contraste entre o exagero e a reflexão.
Com
a atração turística, temos os grandes gastos das escolas e imenso lucro para as
cidades, seja o poder público ou os populares autônomos.
Uma
realidade indiscutível – hoje o Carnaval é um estado de espírito do brasileiro,
que se sacrifica para garantir belos desfiles e busca do título maior do
certame.
Dificilmente
um jovem ou uma jovem não passou por esses encontros que se tornaram icônicos
na vida de cada um, em suas histórias de vida.
Fui
um grande folião, brinquei em escola de samba, pulei nos salões do América,
ABC, Alecrim Clube, Brasil Clube e Assem. Participei dos “assaltos” às casas de
família, por convite dos seus responsáveis. Não me arrependo de nada e o
Carnaval é um capítulo da minha vida.
Agora
no outono da vida, só calmaria, paz e quaresma.
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