FAMOSOS
– MANIAS e HOBBIES
Manias e hobbies são próprios da natureza
humana. Celebridades, gente famosa, não fogem à regra. Ambas têm caráter
repetitivo. Enquanto os hobbies funcionam como distração, divertimento, as
manias são hábitos que se repetem e, quando exageradamente repetidos, são
patológicos, indicam um transtorno bipolar.
Estes substantivos definem a atitude de
famosos.
Charutos e conhaque. O cardeal Dom
Eugênio Salles, quando se sentia realizado, feliz, celebrava fumando e bebendo
do melhor.
Canivete. O cardeal Dom Jaime Câmara, de
sangue potiguar, que fora bispo em Mossoró, guardava sempre no bolso da batina
um canivete que usava para descascar laranja.
Trocadilho. Dom Marcolino, primeiro
arcebispo de Natal, era famoso pelos seus trocadilhos. Conta-se que inaugurou a
casa comercial da família Bila, na Ribeira, dizendo: “Natal não merece uma bala
porque é cidade bela, é aqui que mora os Bila, o que não me sai da bola é que
ela merece uma bula de louvores”.
Cálice. Câmara Cascudo solenizava os
acontecimentos marcantes, como aniversário de Verlaine e de Proust, bebendo em
cálice de prata. De manhãzinha, ia ver uma trepadeira chamada botão-de-ouro
para cumprimentá-la dizendo: “Bom dia, flor”.
Conhaque de Pitanga. Gilberto Freyre
servia aos amigos o seu conhaque (de pitanga). Segundo Lectícia
Cavalcanti, autoridade brasileira em gastronomia, era produzido com frutas maduras
do Solar de Apipucos e trabalhada com cachaça de cabeça.
Monogramas. O senador Dinarte Mariz
usava camisas com as letras bordadas DM. Vestia-se, impecavelmente, com
alfaiate que trabalhava no Rio de Janeiro e Hong-Kong.
Formiga preta. O reitor Onofre Lopes,
fundador da UFRN, sentia-se grato às formigas. Jovem, trabalhava no campo (o
chamado Lugar Comum) e tolerava a seca, o calor, a canseira do trabalho
agrícola, mas o horror da picada das formigas pretas fez com que viesse para
Natal e, aqui, principiasse seus estudos letrados e científicos.
Vaqueiro. Silvio Pedrosa, governador do
RN, havia cursado colégio nobre em Londres, era esgrimista, mas apaixonado por
vaquejada. Cascudo chamava-o de “vaqueiro honorário”.
Biblioteca. A poeta Zila
Mamede era sempre louvada como bibliotecária, rigorosa ao extremo. Eu estava
como reitor e pedi a um funcionário para me trazer um livro de que estava
precisando. Ele logo voltou dizendo que a diretora da biblioteca central disse
ser impossível emprestar o livro a quem não estava com ficha regular. Depois me
trouxe o livro, mas avisou: “Tome muito cuidado, porque o empréstimo está em
meu nome”.
Os famosos dedicaram o seu tempo livre
aos hobbies preferidos e suas manias são contadas com graça e leveza.
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