Cartas
de Cotovelo – Verão de 2023 – 8
Por:
Carlos Roberto de Miranda Gomes
AGORA
VOLTAMOS À REALIDADE - CINZAS
Retornei da Comunidade de Cotovelo para recomeçar a
realidade da vida normal, sem confetes nem serpentinas, mas com a assunção das
responsabilidades do cotidiano.
Nada de arrependimento para os que souberam
brincar, justificada toda a alegria pelo retorno dos velhos costumes após dois
anos de pandemia, represando a festa de Momo, oportunidade da confraternização
entre familiares e amigos neste verão, não tanto de sol, mas que foi suficiente
para revigoramento espiritual.
Continuo com a mesma opinião – o Carnaval não é coisa
satânica, malévola, mas um relaxamento das atividades repetitivas do dia a dia,
renovando esperanças, que renascem na quarta-feira de cinzas, com a presença da
religiosidade do brasileiro.
É da nossa tradição a aposição das cinzas, com o
seu especial significado, como bem o esclarece o nosso querido amigo Padre João
Medeiros Filho, em artigo que divulgo em seguida.
Também não poderia esquecer o passado, onde despertava
cantarolando uma música (apenas dois versos dela), que se tornou icônica, para
retratar a quebra dos dias de folia, composta num passado remoto por Aldo Cabral
e Benedito Lacerda, com o título dramático de Carnaval da Minha Vida:
Quarta-feira
de cinzas amanhece
Na cidade há um silêncio que parece
Que o próprio mundo se despovoou
Um toque de clarins além, distante
Vai levando consigo agonizante
O som do carnaval que já passou
E
repete-se a cena de costume
Cacos dispersos de lança-perfume
Serpentina e confete pelo chão
É a máscara que a vida jogou fora
Mostrando que a alegria foi-se embora
Nos rastros da passagem da ilusão
...............................
Infelizmente
não conto mais com a participação da minha parceira THEREZINHA cantarolando
comigo pois, coincidentemente, partiu num período de Carnaval de 2019.
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