MORREU A
SENHORA DIGNIDADE
Por:
Carlos Roberto de Miranda Gomes
Somente um fato relevante me faria
voltar a escrever. Em verdade desde a última Carta de Cotovelo venho suportando
uma fadiga, agravada com a covid 19 e sequelas subsequentes, ocupando o meu
tempo no silêncio do atelier e fazendo pinturas que ainda alimentam o meu
espírito de vivente.
Na verdade, assumi a viuvez
definitivamente. A falta da pessoa amada é uma cruz muito pesada, regada
diariamente pela solidão.
Mas o motivo desta minha prosa foi a
morte da Grande Elisabeth II, cuja trajetória de vida acompanhei, desde o seu
casamento, a assunção como Rainha da Inglaterra. Mas, com especial destaque,
como exemplo de dignidade de uma criatura humana e de Chefe de Estado.
A notícia me chegou pela televisão,
mais ou menos pelas 14 horas e, contrito, pedi a Deus pelo seu espírito.
Durante alguns longos minutos revivi a
sua vetusta missão de Rainha, com mais de 70 anos de reinado. Sobre ela fiz
algumas leituras e assisti vários seriados e posso concluir que, ela carregou um
fardo pesado, sempre com a demonstração exemplar de dignidade - para mim, o seu
traço de maior grandeza.
Aproveito este momento para justificar
aos meus poucos leitores, que as Cartas de Cotovelo foram suspensas porque há
dois meses não compareço à minha prazerosa Passargada. Mas o farei quando a primavera
voltar – tenho planos para esse findar de existência que já ultrapassou a idade
dos meus queridos pais, que tinham muito mais merecimento para estarem vivos.
Muitas águas têm passado pelo rio da
minha vida e de nada me arrependo ao olhar o retrovisor.
DEUS SALVE A RAINHA e a receba em uma
carruagem cheia de anjos e rosas, num
séquito celestial somente
admissível para os justos.
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