Minhas Cartas de Cotovelo – verão de 2021-46
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
HABITANTES NATIVOS DA MINHA PASÁRGADA DE COTOVELO
Volto ao solo sagrado de Cotovelo e logo me deparo com os queridos habitantes nativos que ornam a minha casa, nos últimos tempos – o bem-te-vi que no raiar do dia me acorda com seu agudo gorjeio, em canto solo ou em dueto.
Levanto-me e ainda flagro o camaleão, que deixou na noite que passou a marca do seu despejo das plantas e dos frutos que comeu.
Dos frutos, nada a reclamar, mas das plantas, essas doem no coração, pois é o resultado do trabalho do meu filho Carlos Rosso, que mantém sob sua diária supervisão mamoeiros, bananeiras, abacateiros, pinhas, hortaliças e verduras.
Já as andorinhas, alegram suas revoadas ao cair da tarde, numa rapidez que quase não nos permite fotografar e num múltiplo chilrear.
Os carcarás e os gaviões são predadores, comem, no esvoaçar com rapidez incrível, os ninhos das diminutas aves que se abrigam em meus pés de jambo e pitanga, soltando o seu sinistro e agudo trinado, verdadeiro sinal de guerra.
Lembrei-me, então, de outros amiguinhos que outrora visitavam, e até habitavam nossa casa, como os saguis, timbus e pardais, hoje inteiramente desaparecidos deste ambiente.
De quando em vez, mas com espaços de tempo muito longos, pequenos répteis, logo rechaçados pelo medo dos moradores.
Tudo é natureza que alimenta uma qualidade de vida que não se encontra na selva de pedra e com a qual convivemos em perfeita harmonia com as águas maravilhosas da melhor praia do litoral sul, embora com a permanente saudade da inesquecível THEREZINHA.
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