quinta-feira, 17 de junho de 2021

 

Minhas Cartas de Cotovelo – verão de 2021-29

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

        Vejam, meus leitores, como a natureza, de quando em vez, prega peças inusitadas. Desta feita foi defronte à minha casa de Cotovelo.

       No espaço da rua, defronte à referida moradia, existiam dois frondosos pés de fícus Benjamin, que se cotovelavam com um pé de jambo, que ainda continua e até está mais bonito, onde habitavam camaleões e davam sombra para quem por ali passava ou estacionava seus veículos.

       Contudo, tomei conhecimento, de que as potentes raízes daquelas árvores haviam ingressado, sorrateiramente, na casa da minha estima vizinha Dona Socorro que, com a sua modéstia e educação, nada reclamou. Mas a coisa estava grave, invadindo o seu quarto e sanitário. Pedi a confirmação e ela veio. Não contei conversa, mandei fazer o corte, até as profundezas das suas raízes e, em seu lugar plantei um pé de ipê, que está sentindo o seu transplante.

       Mas o que pretendo aqui desenvolver é outra coisa, ou algo que teve pertinência com as derrubadas. É que em seu crescimento natural, o fícus resolveu se envolver em um fio telefônico de tal forma que não pôde ser retirado, ficando dependurado no fio, ao balanço provocado pelo vento praiano.

       E agora José? Estou estudando um meio que possa resolver o problema, sem atingir o fio, que nada tem a ver com isso, mas ficou com um pedaço de galho em torno de si.

 

       Fiquei um tanto triste por destruir a natureza, mas foi por um motivo relevante de direito de vizinhança e com a certeza de reposição, como já o fiz com o ipê, que agora disputa espaço com um pé de jambo, e mais, plantei dois coqueiros e duas palmeiras na rua, do lado oposto da minha casa, para que continue de bem com a natureza, com os pequenos animais (pelo menos uma família de camaleões), que a força, se mudou para a jambeira e minhas pitangueiras, com o susto de algumas vezes, quando abro uma porta ou janela do primeiro andar, me deparo com suas “belezas”.


       Em compensação, a jambeira, agora correndo sozinha, abrigou um ninho de bem-te-vi, com seu cantar conhecido, trazendo-me a lembrança da revista que tinha seu nome e era distribuída no meu Instituto Batista do Natal, de saudosa memória – isso é outra história!

 






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