segunda-feira, 19 de abril de 2021

 

 

 



Onde vais tu,esbelto infanter?

                Hoje é o DIA DO EXÉRCITO, a força amada onde, com muita honra, servi durante o ano de 1959 na Companhia de Comando e Serviços - CCS, como Cabo Carlos, nº 604.

            Nesse período fiz inúmeras amizades que ficaram fincadas no solo fértil da lembrança e recebi os ensinamentos mais sagrados do amor à Pátria.

            Todos os hinos fundamentais do Brasil ali foram ensinados e cantados com o ardor de jovens soldados engajados para manter a liberdade e a democracia.

            Registro, em especial, que o Comandante Geral do meu tempo foi o Tenente Coronel DIÓSCORO GONÇALVES VALE, do Seridó potiguar, pessoa honrada e educada, que sabia ouvir os apelos dos soldados e tomar as medidas necessárias ao atendimento. Seu auxiliar foi o Coronel Rolindino Manso Maciel.

            O meu Comandante de Companhia foi o Capitão Mílton Freire de Andrade, homem que vibrava com a caserna e transmitia aos seus subordinados confiança e patriotismo.

            No comando do setor de serviços gerais, espécie de Prefeito, estava o meu tio Major S1 Francisco Gomes da Costa, de quem me escondia no término do expediente, onde todos se encaminhavam para a saída do quartel, para que ele não me visse e oferecesse carona – eu fazia questão de não aceitar nenhuma facilidade por conta dele.

            Aliás, uma vez fiz referência ao seu nome quando chegou o dia 7 de Setembro e quiseram proibir o meu desfile por estar com grande contusão na canela, fruto de uma trombada de Osmar, na pelada do sítio de vovô. Então resolveram permitir que eu desfilasse pelo setor de enfermaria, que só levava uma bolsa de medicamentos e não o fuzil. Não senti nada durante o desfile, mas ao retornar ao Regimento já não tinha condições de andar. Já pensou, servir o Exército e não desfilar no Dia da Pátria!

            Lembro bem algumas figuras marcantes, como o Sargento João Gregório Filho, Sargenteante  e Evilásio, subtenente encarregado dos suprimentos.

            Na Seção Mobilizadora, encarregada da atualização do Corpo de Reservistas do 16º RI, chefiada pelo Tenente Carvalho, conhecido como Carvalhinho, local onde  passei a dar expediente na atualização de alterações dos militares e do quadro de reservistas do Regimento, o que fiz até ser licenciado, aliás, tendo para isso  autorização para frequentar alguns dias, já como paisano, para terminar o serviço.

            Dos soldados, são tantos que prefiro não nominar para não ser traído pela memória. Contudo, cito um único que era o Xodó da Companhia, pela excessiva pureza de espírito de homem do interior, sem nenhuma escolaridade, sonâmbulo e que nunca acertou o comando do corneteiro, parecendo os filmes do Gordo e o Magro – seu nome JOÃO GUALBERTO, que deixou saudades em todos, praças, sargentos e oficiais. Foi meu aluno na Escola Regimental, mas não aprendeu a ler.

Que Deus o proteja onde estiver.

           

 

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