POUCAS E BOAS DE VINÍCIO FERREIRA
Valério Mesquita*
Edvaldo Teixeira da Silva
(Palito) é humorista, repentista, cordelista e poeta popular de Macaíba. Desejo
homenageá-lo narrando as histórias do folclore popular de nossa terra. Palito
com a palavra:
01)
O macaibense Vinício Ferreira da farmácia Milagrosa, vinha de casa num sábado
para o trabalho, arrastando a perna esquerda. Ai eu indaguei: “Já sei Vinício,
você sofreu uma queda?”. Resposta: “Que nada Palito, foi a porra de um viagra
que eu tomei”.
02)
Outra de Vinício, vem do tempo de solteiro. Estava no Gango (baixo meretrício
de Macaíba) quando uma mulher sentiu dores de parto. Naquele tempo não havia
ambulância, nem hospital, somente a parteira Maria de Adauto. Ai a meretriz,
quase parindo no meio da rua, foi logo vista pelo farmacêutico Vinício que,
gritou: “Pessoal. vamos fazer uma rodinha para as crianças não verem”. A essa
altura a mulher já estava parindo sob os seus cuidados. Quando o delegado da
cidade flagrou o tumulto e Vinício no meio dele, logo quis saber: “Ele tá
aprontando, vou vê o que é”. Chegando lá o tenente indagou: “O que foi isso
Vinício?”. “Foi a p... que pariu”, respondeu. Outra confusão se instalou, embora
tenha falado a verdade.
03)
Vinício casou-se em 1957 e o celebrante foi o padre Chacon. Depois de seis
meses, o sacerdote encontrou a esposa e perguntou: “E aí já tem filhos”. “Ainda
não”. O padre Chacon avisou: “Amanhã estarei viajando para o Vaticano e vou
levar uma vela e acender para no mínimo ter três casais”. Padre Chacon passou alguns anos ausente e
quando voltou à Macaíba, num sábado da feira voltou a encontrar com a mulher e indagou:
“E ai, já tem filhos?”. Ela disse: “Eu tenho dez filhos e estou esperando mais
um”. Contente o vigário disparou: “Graças a Deus. Ta vendo, deu certo. E o
amigo Vinício onde está?”. “Ele viajou para o Vaticano a fim de apagar o resto
das velas!!”.
04)
Ainda sobre o folclórico Vinício da farmácia, na época em que bebia, vinha
melado dirigindo sua rural Willys. O guarda apitou. Mas, de repente, ele pensou
mais alto: “Oba, ela tá melado... Vou dá uma ferrada nele”. Chegou lá e
ponderou: “Vinício você em alta velocidade, bêbado ao volante...”. O
farmacêutico, prevendo as intenções, respondeu: “É, tô melado e tô invocado”.
“Pelo menos, molhe a minha mão”. Vinício não se fez de rogado: cuspiu na mão do
guarda.
05)
Certa Vez, o boêmio foi levado a delegacia para prestar esclarecimentos de uma
ocorrência e ficou detido. Os amigos recorreram ao então deputado Alfredo
Mesquita para solta-lo. Chegando lá, o velho Mesquita falou ao delegado:
“Delegado, libere o rapaz! Isso foi um mal entendido e tal”. Vinício quando
saiu da delegacia, zangado, foi de novo beber cachaça. Passou com a sua rural
com os dizeres escritos no pára-choque: “Nem carrego rapariga e nem soldado de
polícia!”. Quando o delegado viu correu e voltou a reclamar ao pai de Valério.
“Olhe, olhe, deputado, ele tá desconsiderando a autoridade. Escrever uma frase
dessa. Peça para apagar”. Seu Mesquita mandou chamar Vinício e ponderou:
“Amigo, faça isso não! Apague. É feio demais e você está desrespeitando o
delegado”. O farmacêutico respondeu: “Seu Mesquita, dê-me apenas uma hora que
estará tudo resolvido”. Ele saiu e o delegado ficou esperando na porta da
igreja com o pai de Valério. De repente, passa Vinício dirigindo o seu veículo com
outra frase na traseira: “Apaguei mas não carrego!”.
06)
Para concluir, um rapaz chegou à farmácia de Vinício e pediu: “Me vê ai um
remédio para dor de barriga”. O neto do farmacêutico atendendo num dia de feira,
muita gente, despachou um envelope de Diazepam de dez miligramas. Depois de
meia hora que o rapaz saiu, Vinício deu fé: “Menino, você deu o medicamento errado.
O remédio era para dor de barriga e você deu para os nervos. Vá chamar o
rapaz!”, ordenou. Quando o moço chegou o comerciante falou: “Meu filho, me
desculpe! É que meu neto deu a você o remédio errado. Em vez do da dor de
barriga deu para os nervos. Como é que você está se sentindo?”. Ele respondeu
calmo e sereno: “Vinício eu tô todo cagado. Mas tô tranquilo!”.
(*) Escritor.
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