sábado, 24 de agosto de 2019



 
HERANÇA AFETIVA
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor

            Quem parte leva saudade, de alguém que fica chorando de dor”. Assim proclama a canção Cielito Lindo, da autoria de Francisco Scarambone, com inúmeras versões. Contudo, em meu caso particular, apesar da saudade dolorida da minha inesquecível THEREZINHA, que virou estrela em 31 de março passado, contabilizei incontáveis bens de sua herança afetiva, que ameniza a sua falta.
        Entre as flores do seu belo jardim, abrigo com amor, os 12 felinos que ficaram órfãos e que eram esteios da sua vida.
        Tenho muitas histórias de alguns deles, desde Xana que trazia flores na boca até a mais nova adotada, Mikaela, desprezada que estava em uma clínica há muitos meses, completando o elenco de 13.
        Nem todas as pessoas têm a noção precisa da importância desses pequeninos animais para amenizar as dificuldades do cotidiano. Eles transmitem amor, carinho e fidelidade, chegando mesmo a fazerem parte da nossa existência.
        Impressiona o sentimento que demonstram com a ausência da sua protetora. Por mais que os familiares façam para substituir a benfeitora, ainda nos deparamos com a procura que eles demonstram pela amiga que partiu.
        Sei que é caro esse tratamento, mas compensador pelo sentimento transcendental que oferecem.
        Às vezes fico a pensar porque alguém tem a ousadia de maltratar essas criaturas de Deus. O exemplo vem do próprio poder público que não oferece um programa de assistência aos animais, senão alguns abnegados que ocupam essa omissão, mas de forma precária.
        Existem entidades que até recomendam a não alimentação dos gatinhos e gatinhas, havendo quem acionou a Justiça para a garantia desse procedimento humanitário.
        Aqui fica o meu apelo às autoridades – façam alguma coisa para permitir o controle da convivência entre humanos (desumanos) com os animais que tanto nos servem em variados sentidos.

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