HERANÇA AFETIVA
Por: Carlos
Roberto de Miranda Gomes, escritor
“Quem parte leva saudade,
de alguém que fica chorando de dor”. Assim proclama a canção Cielito Lindo, da
autoria de Francisco Scarambone, com inúmeras versões. Contudo, em meu caso
particular, apesar da saudade dolorida da minha inesquecível THEREZINHA, que
virou estrela em 31 de março passado, contabilizei incontáveis bens de sua
herança afetiva, que ameniza a sua falta.
Entre as flores do seu belo jardim,
abrigo com amor, os 12 felinos que ficaram órfãos e que eram esteios da sua
vida.
Tenho muitas histórias de alguns deles,
desde Xana que trazia flores na boca até a mais nova adotada, Mikaela,
desprezada que estava em uma clínica há muitos meses, completando o elenco de
13.
Nem todas as pessoas têm a noção precisa
da importância desses pequeninos animais para amenizar as dificuldades do
cotidiano. Eles transmitem amor, carinho e fidelidade, chegando mesmo a fazerem
parte da nossa existência.
Impressiona o sentimento que demonstram
com a ausência da sua protetora. Por mais que os familiares façam para substituir
a benfeitora, ainda nos deparamos com a procura que eles demonstram pela amiga
que partiu.
Sei que é caro esse tratamento, mas
compensador pelo sentimento transcendental que oferecem.
Às vezes fico a pensar porque alguém tem
a ousadia de maltratar essas criaturas de Deus. O exemplo vem do próprio poder
público que não oferece um programa de assistência aos animais, senão alguns
abnegados que ocupam essa omissão, mas de forma precária.
Existem entidades que até recomendam a
não alimentação dos gatinhos e gatinhas, havendo quem acionou a Justiça para a
garantia desse procedimento humanitário.
Aqui fica o meu apelo às autoridades –
façam alguma coisa para permitir o controle da convivência entre humanos
(desumanos) com os animais que tanto nos servem em variados sentidos.
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