domingo, 5 de maio de 2019

 



 



VIVER, VIVÊNCIA
Por Carlos Roberto de Miranda Gomes

        Duas expressões marcantes pelos seus próprios conceitos. A primeira corresponde à necessidade da existência material, enquanto a outra alberga os impulsos filosóficos, perigosos como adverte nosso jurista maior Ivan Maciel de Andrade, em artigo que publicou na Tribunal do Norte de ontem, oportunidade em que se adota um rumo subjetivo para a vida.
        Cuido de mim para manter a vida, com o esforço dos insumos químicos permitidos, controlando os hábitos e as emoções. Contudo, não posso elidir a necessidade de meditar e adotar princípios da filosofia que concedem alma ao corpo e nos move a produzir algo para a melhora deste planeta em decadência.
        Vejo, então, que neste último item fica difícil a convivência com quem pode mais do que sabe e sofremos as agruras das perseguições e injustiças dos poderosos.
        Num passado já distante fui forçado a uma aposentadoria prematura por pirraça de uma certa autoridade e, anos depois, tive um filho perseguido, coincidentemente por um descendente daquele opressor, o que nos força a suportar sacrifícios e administrar as dificuldades decorrentes dessas ações mesquinhas.
        A situação se agravou quando perdi THEREZINHA (minha THEREZA), aquela inigualável figura de extrema fé e compreensão transcendental. Não tenho mais com quem dividir dissabores e alegrias, cada dia mais complicado quando tenho que viver sem uma vivência que satisfaça.
        Em situações que tais, tenho o lenitivo dos amigos efetivos, que me alentam o viver, como na última sexta-feira foi repetido nos nossos encontros gastronômicos no Restaurante do Nemésio, sob o comando do Presidente Ormuz. Lá recebi dos confrades do IHGRN o abraço fraterno e o respeito ao sentimento da ausência dela, que sempre tinha uma cadeira reservada em tais eventos.
        Mas, em especial, reconheço a dedicação extremada dos filhos e filhas, que se dividem nos cuidados comigo e com a casa, tudo fazendo para amenizarem meus sofrimentos e a minha solidão, com o esforço de não demonstrarem esmorecimento.
        Vivo sem vivência, esperando o desfecho de tudo, enquanto procuro enganar o tempo acercando-me dos encontros familiares, como neste sábado aproveitei, no Restaurante do Naldo, no Bomfim, num dia ensolarado, com a participação dos irmãos Moacyr e Zezinho, acompanhados de Ernesto e meu filho Carlinhos.
        Seja como Deus quiser!

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