ATOS
DE AMIZADE E DE AMOR
Por:
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor
A rotina em um quarto de hospital nos leva a
refletir sobre a vida e as pessoas que transitam diariamente pelos seus
corredores e, como ignorávamos tantas coisas interessantes e significativas
para o cotidiano.
Como todos sabem, minha THEREZINHA guarda leito no Hospital
da Unimed há 20 dias e o passar desses dias oferece momentos marcantes,
particularmente para mim, por razões variadas que tentarei narrar para registro
dos amigos e da família.
Primeiramente é ter o efetivo conhecimento de quanto ela é
querida, chegando a impressionar os servidores do hospital que comentam: “ela é
médica?” Porque não estamos acostumados a ver tanta visita. Os telefonemas e
mensagens recebidas são registros permanentes da amizade concreta.
Depois, reconhecemos o desvelo do corpo médico, enfermagem,
pessoal prestador dos diversos serviços, que não medem esforços para dar à
paciente o que possível for para uma permanência menos sofrida, mas não
simplesmente pelo dever funcional, porém pelo afeto e carinho que demonstram
cotidianamente, dando forças para amenizar os momentos mais difíceis e a
esperança de uma breve recuperação.
Nunca passei por essa rotina, mas já estou adaptado. Mais que
isso, psicologicamente gratificado por instantes íntimos que confortam, como a
alegria de dar alimento à paciente, colherada por colherada, até se ver o fundo
do prato ou da xicara, tal qual fazíamos com os filhos pequenos, imitando o
aviãozinho com a colher e vendo o sorriso gratificante da alimentada. A leitura
de livros e a contação de causos e históricas reconfortantes.
O hospital nos deixa mais humanizados, mais responsáveis e
mais cristãos por variados motivos. Nele se confundem a responsabilidade, a
amizade e o amor, formando uma nova família com fortes laços de emoções.
A parte espiritual é outro vetor confortante. Reconhecemos as
maravilhas de Deus, de Jesus e das muitas Marias que nos cercam em livros,
imagens, preces, orações, visitas de amigos de várias religiões, ofertando a
comunhão, os passes e as palavras salvadoras do Evangelho, sem nenhum conflito
de crenças, dando a certeza de que todos somos irmãos em Cristo e que se
aproxima o tempo em que reinará na terra uma só Igreja e um só Pastor.
Mesmo no ensejo de adversidades, foram gratificantes e
emotivas as comemorações dos nossos 56 anos de casados. A presença da Igreja,
da família e de muitos amigos em momentos de profundo agradecimento pela dádiva
do Criador. Emoções, muitas emoções, que compensam as dores e preocupações da
paciente, sempre compreensiva, sorridente e agradecida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário