quinta-feira, 1 de novembro de 2018


O TEMPO DAS DIFICULDADES
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor



        Decorrente das más administrações públicas, a dificuldade passou a ser a expressão mais evidente nesses dias tormentosos em que vivem o Brasil e o Estado do Rio Grande do Norte.
         
          A incerteza povoa o cotidiano, em todos os sentidos – o financeiro atormentando o cidadão, que vê sumir a sua estabilidade, senão para os que labutam nas esferas do Legislativo e Judiciário, que ainda acumulam ganhos extras, recebem suas remunerações em dia, numa proporção desequilibrada com os resultados de suas atribuições.
       
        Falamos em causa própria – a cada dia vimos suportando o peso dessa dificuldade, com perspectiva remota de solução em razão da idade, com ações sem solução, mas com despesas necessariamente presentes e imediatas.

        No campo da cultura, vemos o descaso, omissão e esquecimento, levando o desespero para quem ainda acredita que esse segmento da vida deve ser prestigiado. É possível dizer que é uma atividade mendicante.

         O social oferece um verdadeiro paradoxo, com a ostentação de uns poucos, com viagens de gozo ao exterior, festas desmedidas, luxo – em detrimento das dificuldades da maioria dos seus semelhantes, que somente encontram conforto quando se albergam na transcendência com o Divino.

           A educação está em decadência e em todos os níveis, em alguns casos gerando desistência, no encontro da marginalidade; em outros o engajamento em ideologias estranhas e inoportunas. Vejam o absurdo, exatamente quando se anunciam as provas do ENEM, o Governo decreta o horário de verão, tumultuando os jovens que buscam a esperança de dias melhores, o que, certamente, trará uma confusão desnecessária.

         Quando se invoca a saúde, aumenta a dó do povo, que se submete a esperas de atendimento desconfortáveis, ou melhor avaliando, desesperadoras, sem perspectiva de solução a curto prazo.

         Segurança Pública é uma piada, os bandidos diariamente arrombam tudo, do patrimônio público e do privado. Recentemente, em prédios vizinhos da nossa casa, assistimos o arrombamento de uma residência fechada de onde levaram tudo – o possível (móveis) e o impossível – (as grades que? pretendiam dar segurança!). A Polícia foi chamada, mas pela falta de equipamentos chegou com atraso (foi feita até a filmagem do desfile dos bandidos conduzindo as pesadas peças surrupiadas).

                 Agora roubam os hidrômetros e o cidadão ainda tem o transtorno de ir fazer um BO para poder comunicar o fato à CAERN e ter restabelecido o fornecimento de água.
Já pelo lado da convivência familiar e com os amigos, tivemos uma grave afetação com a recente campanha política, movida por ódio ou indiferenças, partindo a fraternidade e a cooperação. Mas os políticos derrotados insistem em reagir com violência de toda ordem, incentivando o revanchismo. É esse o Brasil que queremos???

          Está tudo muito difícil, temos que mudar essas formas distorcidas de conduta e só encontramos um caminho:

"Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. Tende a mesma estima uns pelos outros, sem pretensões de grandeza, mas sentindo-vos solidários com os mais humildes; não vos deis ares de sábios. (Rm 12, 15-16)."

          Uma corrente só tem resistência quando estão muito bem atrelados os seus elos.

3 comentários:

  1. É preciso que os brasileiros busquem o melhor para suas vidas sem deixar que o seu partido político lhe conduza para o ódio e vingança. Quem busca ou permite ser conduzido por sentimentos nocivos o primeiro mal que faz é a si mesmo.

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  2. Sempre as doces palavras da ROSA e a agudeza do CARLOS tornam mais leves nossa labuta diária.
    Também rogo por dias mais serenos em nosso Brasil e a manutenção do Estado Democrático em nosso meio sócio-político-institucional.

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  3. sempre lucido e atento a nossa realidade nacional.obrigado Dr. Carlos Gomes

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