quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

CARTAS DE COTOVELO versão 2018 - 10
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, veranista.


                Novamente chegou a hora da despedida do veraneio, obviamente deixando uma enorme saudade, pois aqui ficará guardado o descanso, a contemplação da natureza, a convivência familiar mais constante.
            Retorno à cidade de pedra, ao cotidiano, ao susto do continuado tilintar da cigarra da porta quando chegam os “fregueses” e, de quando em vez, de novos rostos, nem sempre agradáveis.
            Tenho verdadeira síndrome da cigarra. Fora isso, os telefones fixos disparam incessantemente, causando irritação com a insistência de oferta de novos planos telefônicos, TV a cabo, consórcios etc. – um porre!
            Em Cotovelo vou deixar muitas coisas gradas – a vida saudável, as visitas agradáveis, as atividades da PROMOVEC, os consertos de coisas da casa, o cuidado com os pequenos jardins com a presença constante de bem-te-vi, lavadeira e beija flor, além de uma família de camaleões, a passagem diuturna do cavaco chinês e do picolé Caicó, oportunidade em que a meninada não deixa que fiquem incólumes.
            Algumas dessas coisas já pertencem ao folclore do veraneio, quando temos que controlar o ímpeto dos cães – duas fêmeas (Malu e Luma) e um macho(Chô) – Toddy José, sobretudo quando alguma delas entra no cio. A propósito, a mais nova (Luma) está naquela fase de destruir tudo ao seu alcance e lá se vão coisas da casa, inclusive as minhas canetas, mas depois de suas estripulias resolve dormir na cama do casal.
            Existem os momentos de tensão – quando alguém da casa precisa tirar o carro das garagens, com a garantia de que os cães estão presos!!!

            De qualquer forma, após essas tarefas e atividades, um bom banho, um lanchinho esperto e “rede pra que te quero”. Um cochilo aqui, uma leitura ali – atenção aos noticiários, uma boa música na varanda – evocação daquela canção: “quando chega o verão, eu sento na varanda, pego o meu violão e começo a cantar...” (Só Vendo Que Beleza (Marambaia), composição de Henricão e Rubens Campos, gravação de Carmen Costa nos anos 1940 e regravada por ícones da MPB, sendo as mais recentes de Elis Regina e Maria Bethânia). Que não é Casinha da Marambaia, dos mesmos autores.

            Cada ano alguma coisa é inovada em nossa casa – este ano Rosa resolver fazer uma espécie de oratório onde ficam depositados textos bíblicos e livros espiritualistas, sob a proteção de um enorme quadro de Jesus.
            Dias de sol, festas de luz e o barquinho da vida a deslizar – às vezes para lastimar algumas perdas dos mais próximos, como o irmão Fernando, Dona Helena e o seu filho Edivan, Seu Soares e este ano o querido José Correia de Azevedo (nosso Zequinha), fundador da PROMOVEC e responsável pelo meu casamento com Cotovelo. Minhas saudades e orações para todos eles.


            Até o próximo ano, se Deus assim o permitir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário