Fundação do América Foot
Ball Club
e fundadores
Apesar dos
precários registros documentais, é absolutamente exato que o clube foi fundado
no dia 14 de julho de 1915, feriado nacional comemorativo da “Queda da
Bastilha”, na França, fato ocorrido ironicamente na residência do Desembargador
Joaquim Homem de Siqueira Cavalcanti (não apreciava futebol), situada na Rua
Vigário Bartolomeu, possivelmente nº 565, antiga Rua da Palha na Cidade Alta,
precisamente em uma dependência onde ocupavam os irmãos Carlos e Oscar, que
dava para o Beco da Lama, depois Rua Vaz Gondim (há indicações dos nºs
598 e 600) e hoje Rua Professor José Ivo, onde se reuniram 15 desportistas.
Hoje o imóvel não tem mais fundos para o Beco da Lama, pois foi vendida uma
parte para loja que fica na Rua Ulisses Caldas, esquina com o Beco).
O novo clube
recebeu inicialmente o nome de América Foot Ball Club, expressão inglesa muito
em voga, quinze dias depois da fundação do ABC que, no futuro, tornar-se-ia o
seu principal adversário.
Acrescente-se,
por oportuno, que antes da data da fundação oficial houve uma reunião
preparatória realizada informalmente no dia 11 de julho na residência do Senhor
Manoel Coelho de Souza (Inspetor da Alfândega), localizada à Rua Nova, que
contemporaneamente recebeu o nome de Av. Rio Branco, local onde posteriormente
funcionou, por muito tempo, a Livraria Universitária. Foi nessa reunião
preliminar que se aprazou a fundação oficial para o dia 14, por ser feriado
nacional. (Informações colhidas de depoimentos que afirmam ter sido declaração
do Doutor Oscar Siqueira). Contudo, tendo por base declarações do grande
desportista e americano Gil Soares, nessa fundação teriam comparecido 27 jovens
nas dependências onde servia de sala de estudos dos irmãos Coelho, inclusive
Manoel Coelho Filho teria participado da primeira diretoria presidida por
Getúlio Soares.
Deduz-se, que
em razão dos comparecimentos às duas reuniões, sendo parte na primeira e outros
na data da fundação, tenham surgido as discrepâncias no número de fundadores.
Segundo
defendeu Gil Soares, os fundadores teriam sido em número de 27, todos jovens
idealistas, entre os quais alguns membros da família Siqueira, embora outros
depoimentos falem em apenas 15 rapazes entusiastas. Na relação apresentada em
seguida existe um número maior chegando até 38 fundadores como argumenta
Everaldo Lopes em seu livro antes referido. Entretanto, é possível que pela
repetição de nomes, alguns que figuram como pessoas distintas, devam ser as
mesmas com patronímico incompleto ou truncado. Fazemos o registro de todos os
nomes que conseguimos coligir em informações, livros, entrevistas e artigos
consultados.
Podemos considerar como seus fundadores, presentes alternadamente nas duas ou
mais reuniões, os desportistas Getúlio Soares Ferreira (este escolhido como
Primeiro Presidente efetivo), ao lado de Lauro de Andrade Lustosa, Carlos Homem
de Siqueira, Oscar Homem de Siqueira, Manoel Coelho de Souza Filho, Napoleão
Soares Ferreira, Carlos Fernandes Barros, Clóvis Fernandes Barros, José Lopes
Teixeira, Francisco Lopes Teixeira, Antônio Trigueiro, Edgar Brito, Aguinaldo
Tinôco, Mário Monteiro, Francisco dos Reis Lisboa, Augusto Servita Pereira de
Brito (Bigusto) e José Fernandes de Oliveira (Lélio Fernandes). Outros nomes
registrados em entrevistas e escritos diversos optam por uma segunda versão
acrescentando os nomes de: Abel Viana, Antônio Braga Filho, Antonio da Rocha e
Silva (Bidó), Aníbal Ataliba, Aguinaldo Câmara, Armando da Cunha Pinheiro,
Caetano Soares Ferreira, José Artur dos Reis Lisboa, Carlos de Laet, Francisco
Lopes de Freitas (primeiro Presidente provisório), e que acreditamos ser o
mesmo Francisco Lopes Teixeira (mencionado em outra lista). Aguinaldo
Fernandes, Arary da Silva, Clodoaldo Bakker, Clínio Benfica, Francisco Pereira
de Paula (Canela de Ferro), João Batista Foster Gomes da Silva, José Aragão,
Luciano Garcia e Sidrack Caldas. Em terceira versão do Tabelião Miguel Leandro
alega que não foram relacionados dois participantes da fundação: Euclides
Oliveira e Joaquim Revoredo, pois não figuraram nas relações de Carlos Barros e
Oscar Siqueira.
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