domingo, 7 de maio de 2017


SEU JOÃOZINHO DA FENAT
                                              
                     Francisco Jadir Farias Pereira

João  Batista de Paiva, é um  amigo e companheiro  rotariano, ex servidor da Rede Ferroviária  e desportista, ex Presidente da Federação de Esportes de Natal, FENAT, entidade que lhe marcou pela sua grande administração e por isso ficou conhecido no mundo esportivo como Joãozinho da FENAT.  Pessoa alegre, bonachão e de boa proza, tem como peculiaridade sua habilidade em contar piadas dando a elas, por mais simples que sejam um toque de sua inteligência e graça, fazendo rir seus interlocutores.
Nascido em Nova Cruz-RN, muitas vezes o instiguei afirmando que sua cidade natal “foi província de Santa Cruz (a minha cidade natal). Até então, na verdade não tinha conhecimento de suas origens e, passei a pesquisar.
De Santa Cruz, já tinha conhecimento do episódio de sua denominação atual, cuja lenda refere-se a aposição de uma cruz de uma madeira originária de uma árvore (arbusto) então existente na região e que dava nome ao rio que margeia a Cidade: Inharé.  A lenda atribui a uma cruz da madeira do Inharé que, após aposta em frente a igreja da cidade, deu origem a um “milagre” com o surgimento de água potável, num período de uma grande seca na região.
Mas, e Nova Cruz? O que tem a ver com inharé, era essa a pergunta! Pesquisando encontrei que a hoje Nova Cruz, teve origem de uma povoação inicialmente denominada de Urtigal, decorrente da existência de grande  incidência de urtiga (LAMIUM ALBUM) e pertencia ao município de Vila Flor. Posteriormente, passou, face a um episódio que corria boca a boca  e que virou lenda, assim narrada pelo pesquisador Professor Manoel Dantas, que publicou livro a respeito e assim narrado pelo poeta Marciano Medeiros num dos seus cordéis:

“Falou sobre um caçador,
 perseguindo enorme anta,
 por ter espírito maligno,
essa fera a tudo espanta
 e depois de ser cortada,
 o terror se agiganta.

Um morador se levanta
Com tirania brutal,
Em oitocentos e treze
Fez talho no animal,
que estribuchou e fugiu
pro meio do matagal.

Mas a entidade mal
Da fera fez possessão,
 por faltar tira de couro
no bicho em dominação,
chamaram de Anta Esfolada
aquela  povoação.

Foi grande a judiação
Feita por homem sagaz,
Que aprisionou a anta
E fez um plano voraz,
De sacrificar o bicho,
Usado por satanás.

Os odores infernais,
Naquele treze de agosto,
Fizeram Jesus no Céu
Sentir bastante desgosto
E o bicho mutilado,
Manteve a força do encosto

Conforme o que foi exposto
E pelo povo contado,
Muitos viram o animal
Correndo desesperado,
Pra se espojar nas fazendas,
onde espantou muito gado

O drama foi divulgado
Nas casas da região,
O terrorismo da anta
Que assombrava até cristão
e, por mais de trinta anos,
 ela fez aparição

Houve peregrinação
dum padre bem popular,
 Frei Serafim de Catânia
Veio conhecer o lugar
E o povo suplicou,
Para o demônio expulsar.

O padre mandou buscar
Muitos galhos de inharé,
na bonita Santa Cruz,
Uma cidade de fé,
Onde o povo era apegado
A Jesus de Nazaré.

Dos galhos de inharé
Fizeram cruz com esmero
E o padre rezou bastante
Num exorcismo sincero,
Depois botou essa cruz
Na Praça do Marco Zero.

Usando estilo sincero,
A missa foi celebrada,
Em trinta e um de dezembro
De maneira ponderada
E a anta logo sumiu
Ficando imortalizada.

Deste modo foi trocada,
velha denominação,
No fim de quarenta e seis
A nova povoação,
Bem no século dezenove,
                            Virou Nova Cruz, então.”

O Poeta prossegue seu cordel enaltecendo a cidade,  diversos dos seus ilustres personagens, dentre eles, poetas, escritores, políticos e outros populares conhecidos.

Como Joãozinho Paiva, pessoa ilustre, grande amigo, administrador e esportista de Skol não foi contemplado pelos versos do poeta, pensei em lhe fazer uma pequena homenagem, em versos, sem muita rima, sem muita poesia, mas que expressam o sentimento meu e, certamente,  de muitos dos seus companheiros e amigos espalhados por Natal e Pelo Rotary Clube de Natal Sul, do qual fazemos parte e assim, escrevi:

O poeta Marciano em versos historiou

Sua cidade querida com bela historia contada

Que passou de  Urtigal, para Anta Esfolada

E Precisou de ajuda

de uma terra distante,

Para espantar os mistérios

De um primo de elefante,


A Anta fugiu de vez,

Quando um padre ali  fez,

Reza forte e uma cruz

Foi buscar em Santa Cruz,

Uma  solução de fé

A fera numa  carreira

Sumiu que nem uma luz

E a como votos de fé

 Agradecida ao Inharé

A cidade  passou

A se chamar, NOVA CRUZ.



Mas o poeta esqueceu

De falar de um  grande nome

Que enobrece a cidade
,
Como exemplo de homem
,
Que  de  trem foi pra Natal,

E de modo genial,

Trabalhou muito no esporte,

Com muita luta e sorte,

E  de tanto se esforçar
Fez  sucesso no combate

Que passou a ser chamado

,


 SEU JOÃOZINHO DA FENAT.

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