segunda-feira, 16 de maio de 2016


Recebi interessante colaboração do meu amigo Odúlio Botelho, representando por um texto que ele atribui da autorida do Dr. Raimundo de Oliveira, des. federal do trabalho, aposentado, que hoje mora em João Pessoa e que foi presidente do Trt da 21Região e muito ligado aos temas religiosos. 


O dia 13 de maio de 1917 marca a Primeira Aparição de Nossa Senhora de Fátima a três pequenos  pastores portugueses. Passados 99 anos dessa aparição, aguardamos o seu centenário, precisamente daqui a um ano.
Na Década de 50 do Século XX, houve um grande incentivo no sentido da devoção à Virgem de Fátima no Brasil, com a peregrinação que se fez, em todo o território nacional, com sua imagem, uma estátua de porte médio. Lembro-me de sua passagem por Triunfo (ou Ipuarana?), na época em que era seminarista franciscano. Minha permanência em Triunfo foi nos anos 1949/1950 e em Ipuarana, nos anos 1951/1952.
Em Cajazeiras, minha cidade natal, a passagem da imagem peregrina foi muito celebrada e recebida com carinho a campanha de arrecadação de ouro para a confecção de uma coroa, creio que para a imagem da Basílica de Fátima, em Portugal.
No Sítio Santo Onofre, 3 quilômetros acima do sítio Patamuté, onde nasci, e 2 quilômetros abaixo do Serrote Verde, na estrada asfaltada Cajazeiras/São José de Piranhas, moravam minha tia Luzia de Oliveira Lima, irmã de minha mãe, e seu esposo, o tio Luiz Florêncio. O casamento de ambos foi no início da Década de 30, no mesmo dia em que meus pais também se casaram. Aconteceu, pouco depois, um fato que deixou minha tia Luzia muito triste: sua aliança de casamento desapareceu quando ela varria o terreiro da frente da casa, na proximidades do curral. Apesar de se saber que a aliança havia desaparecido naquelas imediações, todas as buscas para recuperar a joia foram frustradas.
Sabedora da campanha, tia Luzia fez uma promessa, com muita fé, mas sem muita esperança: caso sua aliança de casamento fosse encontrada, ela seria objeto de doação para essa finalidade.  Sem esperança - diga-se de passagem - porque o lixo do terreiro se misturava com camadas de estrume de gado do curral. O certo é que minha tia, repetindo a operação diária de limpeza do pátio, deparou-se com a aliança que havia perdido há 20 anos. E a certeza de que era realmente a aliança original veio da gravação dos nomes Luiz e Luzia, no interior da aliança. A joia foi doada para a campanha e a devoção a Nossa Senhora de Fátima se intensificou.
Cumpre observar que, na casa do nosso avô materno, Padrinho Emiliano, pai de Júlia e de Luzia, já havia a prática da reza do terço à boca da noite e do ofício de Nossa Senhora, na madrugada, tradição firmada pelo Padre Ibiapina. O terço diário se difundiu em quase todas as casas do sítios da região.
Quando Dalvinha nos visitou, em 1961, para conhecer nossa família, ficou admirada em ver a família rezando, ajoelhada, diariamente, o terço de Nossa Senhora.
Fica a indagação: coincidência ou milagre?

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