Recebi interessante colaboração do meu amigo Odúlio Botelho, representando por um texto que ele atribui da autorida do Dr.
Raimundo de Oliveira, des. federal do trabalho, aposentado, que hoje
mora em João Pessoa e que foi presidente do Trt da 21Região e
muito ligado aos temas religiosos.
O
dia 13 de maio de 1917 marca a Primeira Aparição de Nossa Senhora de
Fátima a três pequenos pastores portugueses. Passados 99 anos dessa
aparição, aguardamos o seu centenário, precisamente daqui a um ano.
Na
Década de 50 do Século XX, houve um grande incentivo no sentido da
devoção à Virgem de Fátima no Brasil, com a peregrinação que se fez, em
todo o território nacional, com sua imagem, uma estátua de porte médio.
Lembro-me de sua passagem por Triunfo (ou Ipuarana?), na época em que
era seminarista franciscano. Minha permanência em Triunfo foi nos anos
1949/1950 e em Ipuarana, nos anos 1951/1952.
Em
Cajazeiras, minha cidade natal, a passagem da imagem peregrina foi
muito celebrada e recebida com carinho a campanha de arrecadação de ouro
para a confecção de uma coroa, creio que para a imagem da Basílica de
Fátima, em Portugal.
No
Sítio Santo Onofre, 3 quilômetros acima do sítio Patamuté, onde nasci,
e 2 quilômetros abaixo do Serrote Verde, na estrada asfaltada
Cajazeiras/São José de Piranhas, moravam minha tia Luzia de Oliveira
Lima, irmã de minha mãe, e seu esposo, o tio Luiz Florêncio. O casamento
de ambos foi no início da Década de 30, no mesmo dia em que meus pais
também se casaram. Aconteceu, pouco depois, um fato que deixou minha tia
Luzia muito triste: sua aliança de casamento desapareceu quando ela
varria o terreiro da frente da casa, na proximidades do curral. Apesar
de se saber que a aliança havia desaparecido naquelas imediações, todas
as buscas para recuperar a joia foram frustradas.
Sabedora
da campanha, tia Luzia fez uma promessa, com muita fé, mas sem muita
esperança: caso sua aliança de casamento fosse encontrada, ela seria
objeto de doação para essa finalidade. Sem esperança - diga-se de
passagem - porque o lixo do terreiro se misturava com camadas de estrume
de gado do curral. O certo é que minha tia, repetindo a operação diária
de limpeza do pátio, deparou-se com a aliança que havia perdido há 20
anos. E a certeza de que era realmente a aliança original veio da
gravação dos nomes Luiz e Luzia, no interior da aliança. A joia foi
doada para a campanha e a devoção a Nossa Senhora de Fátima se
intensificou.
Cumpre
observar que, na casa do nosso avô materno, Padrinho Emiliano, pai de
Júlia e de Luzia, já havia a prática da reza do terço à boca da noite e
do ofício de Nossa Senhora, na madrugada, tradição firmada pelo Padre
Ibiapina. O terço diário se difundiu em quase todas as casas do sítios
da região.
Quando
Dalvinha nos visitou, em 1961, para conhecer nossa família, ficou
admirada em ver a família rezando, ajoelhada, diariamente, o terço de
Nossa Senhora.
Fica a indagação: coincidência ou milagre?
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