quarta-feira, 18 de maio de 2016

MINHA DÚVIDA ANTIGA



No correr da minha vida sempre tive dificuldade na colocação da CRASE. Confundo, esqueço e por aí vai.
Hoje, deparei-me com o trabalho escrito pela professora Maria da Conceição Paiva Mendes    que retira a máscara da dúvida, conforme a transcrição que se segue:



 "DÚVIDAS DE PORTUGUÊS Por  Maria da Conceição Paiva Mendes  CONTINUAÇÃO DO ESTUDO  SOBRE A CRASE Casos de uso  facultativo da crase - A crase é  facultativa diante dos nomes  próprios de pessoas, antes de  possessivos e depois da preposição  'até' que antecede substantivos  femininos, desde que o termo  antecedente reja preposição 'a':  Ofertei flores a (à) Simone. O  porteiro entregou os papéis a (à)  minha secretária. Vou até a (à)  escola. Fui até as (às) últimas  consequências. Não te dirijas a (à)  tua terra nem a (à) minha. - Se o 'a'  antes de 'que' significar aquela,  aquelas, o 'a' poderá ter crase: "Não  me refiro a esta pessoa, mas sim à  que escreveu a poesia". CASOS  ESPECIAIS: Com a palavra CASA,  basta ver o comportamento nas  expressões entre parêntesis: Cheguei  a casa (Venho de casa / Estou em  casa) Neste caso, 'casa' não está  determinada, designando a  residência de quem fala ou escreve.  Repare nas expressões entre  parêntesis que não há artigo. Assim,  não há ocorrência da crase. -  Cheguei à casa do diretor (Venho da  casa do diretor / Estou na casa do  diretor). Aqui palavra casa aparece  determinada, afinal, é a casa do  diretor. Repare o artigo 'a' nas  formações 'na' e 'da'). Dessa forma,  há ocorrência da crase. Com a  palavra TERRA, é preciso verificar  se é possível incluir a palavra 'firme'  logo após, sem alterar o sentido  (oposição a bordo, mar). Se for  possível, não haverá crase. Veja: -  Os marinheiros desceram a terra  (firme) logo que o navio aportou. -  Depois do enjoo, abandonei o barco  e fui a terra (firme). Nos casos em  que não houver oposição ao sentido  de mar, e a palavra firme não fizer  sentido ou alterar o significado da  frase, poderá ocorrer a crase, pois o  artigo 'a' deverá ser utilizado: - O  português voltou à terra onde  nasceu. - Ele tem apego à terra onde  nasceu. Crase em locuções  adverbiais Em algumas locuções  adverbiais femininas, ainda que não  haja, a rigor, uma fusão entre o "a"  preposição e o "a" artigo (já que  existe apenas o "a" preposição),  muitos gramáticos consideram  aceitável (e alguns acham até  mesmo preferível) o uso do acento  indicativo da crase no "a". A  justificativa é buscar a forma que dê  maior clareza à frase. Veja: Eu  estudo a distância. (Que distância  você estuda?) Eu estudo à distância.  (Ah! Você estuda pela internet, não  é?) COMO O USO DA CRASE  PODE TORNAR O TEXTO MAIS  CLARO: Tranquei a chave.  (Trancou a chave? Onde?) Tranquei  à chave. (Trancou usando a chave.)  Há várias outras locuções adverbiais  que podem ter o sentido esclarecido  pelo sinal indicativo de crase: às  avessas, à beira-mar, às centenas, à  disposição, às escondidas, à frente, à  mão armada, às mil maravilhas, à  noite, às ordens, à paisana, à parte, à  perfeição, à primeira vista, à revelia,  à risca, à solta, à toa, à vela, às  vezes, à vontade. Nesses casos o uso  do acento indicativo da crase pode  ser considerado aceitável ou  preferível apenas para tornar o texto  mais claro, mas não representa a  fusão do "a" artigo com o "a"  preposição. - Um abraço a todos e  até a próxima quarta-feira, se Deus  quiser!"
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Este é mais um serviço público prestado pela Acla. 


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