SOPHIA a
ANCIÃ
Jansen leiros
Quase sempre a natureza tem mecanismos
de preservação da fauna. É o que se costuma ver nas florestas ou nas reservas
florestais.
Visitando um desses ambientes bucólicos,
um amigo meu, Octávio Augusto, me chamou a atenção para uma coruja que se
encontrava tranquilamente pousada no tronco de uma fruteira, próximo a seu
ninho. Calma, tranquila, observadora, como se quisesse demonstrar como
conseguia dominar seu “habitat”
Parei para admirá-la e percebi que ela
não se assustara com nossa presença. Ao contrário, parecia estar nos observando com certa curiosidade,
tendo o absoluto domínio de sua hegemonia.
Curioso é que ela parecia querer
demonstrar que desejava ser vista e que não tinha receio algum de nossa
presença.
Nosso grupo, composto de Plathus,
Octávio Augusto, Flávia e Eu, estávamos em sintonia com o ambiente natural e,
paulatinamente fomos nos aproximando da simpática Coruja.
Vejam, disse Otávio Augusto, essa ave é
linda! Trata-se de uma Coruja da variedade sabiá! E tem olhos azuis!. Que bela!
Sabem? Me deu vontade de escrever
uma crônica sobre ela.
Flávia, curiosíssima, tomou de um
caderno de anotações e disse: - Vamos
lá! Comece a verbalizar sua crônica.
“Naquela
manhã, Plathus. Flávia, Hermógenes, Antônius e Petros subiam a montanha por
etapas. E, ao longo do caminho, foram
fazendo suas anotações, quanto à fauna, a flora e o universo de insetos, que
pareciam povoar aquele sítio.
Deixavam
sementes, frutos silvestres, faziam fotos e tudo o que pudesse parecer
importante como registro de uma excursão daquela natureza. Flavia que
demonstrava ser a mais interessada pelas aves, ia deixando ao longo do caminho
que percorriam, algumas sementes ou pedaços de frutas silvestres e Plathus,
curiosamente, se preocupava com os insetos, os quais ia colocando em frascos de
ensaio, objetivando seus estudos específicos.
Continuaram
a subir! De repente, o grupo chegou a uma clareira. Na verdade, aquele ambiente
já havia sido visitado antes por outros excursionistas e Plathus convidou o
grupo para fazerem o primeiro lanche da caminhada.
O
interessante é que, em algumas circunstâncias ocorriam coisas inusitadas e, os
componentes das equipes que das excursões participavam sempre encontravam um
meio de relatar as ocorrências estranhas, encontrando, quase sempre, uma forma
de as relatar, por mais estranhas que pudessem parecer.
Vejamos
uma dessas situações!
Mal
começara a distribuir o lanche, ouviu-se um bater de asas do lado oposto à
direção, onde estávamos sentados.
Flávia
abrira a cesta de mantimentos e quase assustou-se com a abrupta chegada de
Fênix – tratava-se de um condor, nosso conhecido de outras excursões que, inclusive, tinha a faculdade de emitir
sons que pareciam a articulação de palavras verbalizadas em português. Plathus,
que estava observando a plantação de carvalhos, voltou-se e cumprimentou o
amigo: Fhênix! Da próxima vez, não nos cause suspenses! Seja mais cavalheiro!
Minhas desculpas! Pareceu dizer o condor com seu grasnar perecido com a voz
humana. E olhou para Flávia, como que sorrisse.
Flávia, refeita do susto, esboçou uma risada! Plathus, então,
verbalizou: Este ser das alturas não se habituou com as regras da superfície.
Mesmo assim, ratificou suas escusas com um movimento de cabeça.
Otávio
Augusto, continuava reflexivo, olhando o nobre príncipe das alturas. Plathus,
então, questionou: E então, meu amigo, a que a que resultados chegou com
suas reflexões?
-
Estou maravilhado com sua tese, amigo, o enunciado dela é perfeito! Ela vai ser
aceita com louvores! Seu conteúdo é inquestionável! Racionalíssimo! É como se
pudéssemos ver a DEUS! E, como ELE não é individualizável não tem como se mostrar
na acepção semântica. Não entendi nada, disse Flávia! Nem eu, disse Plathus!
Em
sendo assim, continuou Otávio Augusto, continuemos analisando sua tese noutra
oportunidade. Seu conteúdo é muito
complexo!
Passemos
a observar o elemento de nossa curiosidade, que passaremos a chamar de SOPHIA.
Nosso mais recente achado.
Parece-nos uma ave madura! Por sua tranquilidade e
postura, sugere tratar-se de um ser vivendo sua ancianidade! Sua calma nos demonstra segurança, domínio de si mesma,
enquanto dona de seu habitat. Não há resquícios de outras aves nas proximidades
de seu ninho. É possível, então, que seja uma ave anciã!
Vamos
fotografá-la, batizá-la e comemorar este achado. Parabéns à nossa equipe.
Jansen
Leiros*
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