Por: Augusto Coelho Leal, sócio do IHGRN
O
brasileiro (em tese) é uma pessoa displicente, indisciplinado, mal-educado,
preguiçoso, descansado e outras mazelas que a gente possa adjetivar. Falo isso
porque tenho analisado e visto alguns fatos ocorridos durante os últimos dias.
No
transito: O brasileiro no trânsito é displicente e mal educado, dirigi devagar
pela faixa da esquerda, se solicitado a dar passagem não faz, com o celular
ligado, e não respeita a sinalização de trânsito. Vejam quantas colisões ocorreram
nas rotatórias aqui em Natal. Ultimamente a Rua Múcio Galvão tornou-se mão
única, mas motoristas que se dizem escolarizados trafegam displicentemente na
contramão e às vezes em alta velocidade, pondo em risco a vida dos pedestres ou
de outros veículos que por lá trafegam. Uma verdadeira “aula” de indisciplina
no trânsito. Tem uma curva acentuada na Rua Romualdo Galvão em frete a Padaria
Alvorada. Ora todos nós sabemos que o nosso código de trânsito proíbe
ultrapassagem em curvas. Mas, vez por outra aparece um “feladaputista” “abaitolado”
que inventa de fazer ultrapassagem naquele local, causando acidentes, até mesmo
ficar pendurado no canteiro central.
Há poucos
dias, faleceram três pessoas, entre elas dois jovens engenheiros da Secretaria
de Infra-estruturar, em um acidente automobilístico. Ora acidentes acontecem,
verdade, mas poderiam ser evitados. Por tudo que li, por tudo que analisei,
ficou demonstrado à falta de preparo do motorista daquela secretaria e este
acidente poderia não ter acontecido se aquele órgão preparasse melhor seus
funcionários, mas isso ninguém faz, há muito tempo.
Lembrei-me
de José Moacir de Albuquerque. Jovem engenheiro, funcionário do DER-RN –
Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte, que faleceu em serviço,
em um desastre rodoviário, em que o motorista que dirigia o veículo era
conhecido pelo apelido de Quebra Tudo, exatamente por viver batendo nos carros
que dirigia. Ainda existem muitos “Quebra Tudo” por aí, e ainda vão causar
outros acidentes, matando pessoas inocentes. Isto unicamente por falta de
treinamento e aulas de educação no trânsito, uma pequena medida, mas com
grandes resultados.
Árvores
caídas: vejam a irresponsabilidade das pessoas encarregadas do serviço de poda
das arvores nas ruas de Natal. Quantas árvores caíram ultimamente em nossa
cidade? Quantas pessoas ou veículos foram atingidos por causa dessas quedas? Se
prestarmos bem a atenção, algumas caíram pelo peso dos galhos. Lá na Rua
Mossoró, tem um tronco de uma dessas arvores imenso, o órgão da Prefeitura
responsável ou irresponsável não tem coragem de mandar tirar de cima do
canteiro central. Esses não nossos gestores.
Por
falar nisso, em época de epidemia de dengue – e de incompetência também- existe
um lixão na esquina da Rua Senador Georgino Avelino com a Avenida Prudente de
Morais, ali em frente ao Corpo de Bombeiros, quase no centro da cidade, e a
URBANA é incapaz de acabar, pois alega que não pode prender os carroceiros.
Olha bem, existe a Polícia Civil, a Policia Militar e a Polícia Municipal, mas
nenhuma pode deter ou prender os carroceiros – que são dois ou três- fica
mandando um caminhão caçamba quase todos os dias para retirar o lixo. Faço
minhas as palavras de Pijuriu – é muita falta de autoridade e de competência.
Mas
já que estamos falando em lixo, as empresas distribuidoras de caçambas para
recolher entulhos, colocam as mesmas em plena via pública, atrapalhando o
trânsito, podendo causar acidentes sem que ninguém tome a menor providência, o
povo que se lasque.
Por
falar no povo que se lasque, algum leitor tem trafegado na Rua ou Avenida Moema
Tinoco? Que vergonha, ali está um
demonstrativo da incompetência no serviço público. Repito, uma vergonha. Como é
que queremos transformar o turismo no carro chefe da nossa economia se deixamos
uma avenida principal para deslocamento de turistas naquelas condições.
Vergonhoso. Isto que estou agora escrevendo é um pequeníssimo quadro do que
somos todos nós, acomodados com tudo isto, sem poder de reação.
Lembro-me
agora da música de nome Meu País, cantada por Zé Ramalho que em parte de sua
letra diz: Tõ vendo tudo, Tô vendo tudo,
mas fico calado faz de conta que sou mudo. Esqueci-me de dizer no começo: também
somos surdos, mudos e cegos.
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