quarta-feira, 8 de abril de 2015

Ah! O brasileiro



                

Por: Augusto Coelho Leal, sócio do IHGRN

            O brasileiro (em tese) é uma pessoa displicente, indisciplinado, mal-educado, preguiçoso, descansado e outras mazelas que a gente possa adjetivar. Falo isso porque tenho analisado e visto alguns fatos ocorridos durante os últimos dias.
No transito: O brasileiro no trânsito é displicente e mal educado, dirigi devagar pela faixa da esquerda, se solicitado a dar passagem não faz, com o celular ligado, e não respeita a sinalização de trânsito. Vejam quantas colisões ocorreram nas rotatórias aqui em Natal. Ultimamente a Rua Múcio Galvão tornou-se mão única, mas motoristas que se dizem escolarizados trafegam displicentemente na contramão e às vezes em alta velocidade, pondo em risco a vida dos pedestres ou de outros veículos que por lá trafegam. Uma verdadeira “aula” de indisciplina no trânsito. Tem uma curva acentuada na Rua Romualdo Galvão em frete a Padaria Alvorada. Ora todos nós sabemos que o nosso código de trânsito proíbe ultrapassagem em curvas. Mas, vez por outra aparece um “feladaputista” “abaitolado” que inventa de fazer ultrapassagem naquele local, causando acidentes, até mesmo ficar pendurado no canteiro central.
Há poucos dias, faleceram três pessoas, entre elas dois jovens engenheiros da Secretaria de Infra-estruturar, em um acidente automobilístico. Ora acidentes acontecem, verdade, mas poderiam ser evitados. Por tudo que li, por tudo que analisei, ficou demonstrado à falta de preparo do motorista daquela secretaria e este acidente poderia não ter acontecido se aquele órgão preparasse melhor seus funcionários, mas isso ninguém faz, há muito tempo.
Lembrei-me de José Moacir de Albuquerque. Jovem engenheiro, funcionário do DER-RN – Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte, que faleceu em serviço, em um desastre rodoviário, em que o motorista que dirigia o veículo era conhecido pelo apelido de Quebra Tudo, exatamente por viver batendo nos carros que dirigia. Ainda existem muitos “Quebra Tudo” por aí, e ainda vão causar outros acidentes, matando pessoas inocentes. Isto unicamente por falta de treinamento e aulas de educação no trânsito, uma pequena medida, mas com grandes resultados.
Árvores caídas: vejam a irresponsabilidade das pessoas encarregadas do serviço de poda das arvores nas ruas de Natal. Quantas árvores caíram ultimamente em nossa cidade? Quantas pessoas ou veículos foram atingidos por causa dessas quedas? Se prestarmos bem a atenção, algumas caíram pelo peso dos galhos. Lá na Rua Mossoró, tem um tronco de uma dessas arvores imenso, o órgão da Prefeitura responsável ou irresponsável não tem coragem de mandar tirar de cima do canteiro central. Esses não nossos gestores.
Por falar nisso, em época de epidemia de dengue – e de incompetência também- existe um lixão na esquina da Rua Senador Georgino Avelino com a Avenida Prudente de Morais, ali em frente ao Corpo de Bombeiros, quase no centro da cidade, e a URBANA é incapaz de acabar, pois alega que não pode prender os carroceiros. Olha bem, existe a Polícia Civil, a Policia Militar e a Polícia Municipal, mas nenhuma pode deter ou prender os carroceiros – que são dois ou três- fica mandando um caminhão caçamba quase todos os dias para retirar o lixo. Faço minhas as palavras de Pijuriu – é muita falta de autoridade e de competência.
Mas já que estamos falando em lixo, as empresas distribuidoras de caçambas para recolher entulhos, colocam as mesmas em plena via pública, atrapalhando o trânsito, podendo causar acidentes sem que ninguém tome a menor providência, o povo que se lasque.
Por falar no povo que se lasque, algum leitor tem trafegado na Rua ou Avenida Moema Tinoco?  Que vergonha, ali está um demonstrativo da incompetência no serviço público. Repito, uma vergonha. Como é que queremos transformar o turismo no carro chefe da nossa economia se deixamos uma avenida principal para deslocamento de turistas naquelas condições. Vergonhoso. Isto que estou agora escrevendo é um pequeníssimo quadro do que somos todos nós, acomodados com tudo isto, sem poder de reação.
Lembro-me agora da música de nome Meu País, cantada por Zé Ramalho que em parte de sua letra diz: Tõ vendo tudo, Tô vendo tudo, mas fico calado faz de conta que sou mudo. Esqueci-me de dizer no começo: também somos surdos, mudos e cegos.

           
           

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