ÍDOLOS
MUTANTES
Carlos
Roberto de Miranda Gomes, (natalense de berço)
Ao
longo da vida vamos elegendo ídolos de variados matizes. Muitos são
substituídos por outros, mas alguns apenas são mutantes na nossa concepção
temporal.
Eu
tive na infância uma infinidade de ídolos: fui “Flecha Ligeira”, depois Tarzan,
Roy Rogers. Mais adiante sonhei em ser um Caruso, num recital no Scala de
Milão. Fui mágico e outros personagens místicos. Contudo nunca fui Papai Noel.
Aliás, mantenho apenas duas características do bom velhinho: sou um velho
barrigudo e cultivo a cultura da esperança que ele apregoa ao longo de sua
existência.
Todos
os dezembros, na mudança dos anos, ele surge e nos visita, embora de formas variadas
em razão da nossa idade e anseios.
Em
verdade, tudo aquilo que queremos desejar de bom para o nosso semelhante,
costumamos dizer: “Vou pedir a Papai Noel” que lhe oferte tal coisa ou alguma
mudança em seu viver. Isso se confunde com a confraternização das comemorações
do renascimento do “Menino Jesus”, na sua humildade e esperança. Assim, Jesus
como Papai Noel têm o significado de “Esperança” em tempos melhores e qualidade
de vida mais amena.
Este
ano fiquei privado de louvar o velhinho com a entrega de melhores presentes aos
meus netos, por absoluta falta de condições materiais. Adiei até mesmo a festa
que minha esposa Therezinha realiza para o encontro familiar. Tive de honrar os
compromissos pagando o 13º salário aos meus colaboradores; agendar os IPTU´S de
alguns imóveis que adquiri ao longo dos meus 50 anos de vida útil, embora 75
cronologicamente (e que tenho condições de provar a origem de cada um); não
pude negar, mesmo com sacrifício, alguma ajuda aos meus muitos “afilhados”
enquanto, paradoxalmente, e pela primeira vez, não tenha recebido em tempo
oportuno aquele ansiado prêmio extra de salário e, ainda, com notícias de
perigo de não receber o salário regular do mês.
No
entanto, persiste o sentimento do outro homenageado, o Menino Santo anunciado
pela estrela de Belém e esses percalços não me conferem o direito de praguejar
contra ninguém, pois Deus ainda me conserva vivo e ativo e neste ano que
termina contabilizo muitas vitórias, uma das quais a minha eleição como imortal
da ANRL e a oportunidade de ajudar a reerguer o IHGRN.
Também
não desejo mal à Governadora Rosalba, que não termina o Governo com muitos
aplausos. Nada disso. Peço a Papai Noel que lhe dê forças para aproveitar as
experiências vivenciadas, tanto nas vitórias quanto nas derrotas, para que
possa reordenar os seus padrões gerenciais e, em um futuro próximo, retornar à
vida pública em condições de reparar os seus equívocos, cometidos pelas
circunstâncias naturais da vida, mas que acredito não tenham ocorrido com
nenhuma segunda intenção.
Termino com a reprodução dos termos de uma mensagem
recebida do amigo Luciano Fábio Dantas Capistrano para transmitir um fragmento da velha poetisa
de Goiás, Cora Coralina:
"Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós.
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas."
REITERO OS VOTOS DE UM FELIZ
NATAL A TODOS, INDISTINTAMENTE.
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