A SANTA MISSA
- Literatura de cordel –
Autor: Paulo Macedo (*)
O momento mais sagrado
Para um seguidor cristão
É poder falar com Deus
Evocando a oração
Onde a Missa nos ensina
Compartilhar a doutrina
Com amor e devoção
É sempre bom refletir
Descrevendo o ritual
Lembrando cada passagem
Do contesto universal,
Tudo o que Jesus passou
E a lição que deixou
Em seu legado imortal
Pois a Missa representa
A última ceia vivida
Por Jesus aqui na terra
Dias antes da partida
Registrando o sacrifício
No relato do oficio
De quem mais pregou na vida
Jesus escolheu a Pascoa
Pra Santa solenidade
Mas somente Ele sabia
Através da divindade
Que esse encontro final
Trazia um novo sinal
De paz para a humanidade
Sacrificar um cordeiro
Se tornara tradição
Completava a grande ceia
O alimento do pão
Que erguido a um palmo
Naquele ambiente calmo
Proclamava a oração
Desta vez Jesus mudou
Alterando o ritual
Partiu o pão e trocou
A oração principal,
Disse, comei e bebei
Que agora pertencerei
Ao mundo espiritual
Se colocou no lugar
Daquele amado cordeiro
O vinho passa a ser sangue
Já o pão, o corpo inteiro
Com a divina mudança
Forma a eterna aliança
No seu plano verdadeiro
Tratou de estabelecer
Entre Deus e a humanidade
Uma maior relação
Com amor e humildade,
E no agraciado momento
Surge o novo testamento
Fruto da fiel Trindade
A Santa Missa possui
Quatro momentos sagrados
Primeiro a recepção
Reunindo os convidados
No segundo, a liturgia
Que se faz em harmonia
Com todos os apóstolos
Já a etapa terceira
Vem do mistério pascal
Tornando a consagração
O momento principal
Por fim, é Jesus pedindo
Para continuarmos seguindo
Pregando o dom fraternal
Porém o tema central
É a dupla comunhão
Uma, ao lado de Deus Pai
Redentor da salvação,
A outra é a irmandade
Passando fraternidade
Na gloria da interseção.
Hoje, o celebrante chama
Na benção inicial
Todo o grupo reunido
Para a confissão geral
Atribui em seus louvores
Que nós somos pecadores
Do plano material
Os acordes musicais
Vão tocando os corações
Com salmos de piedade
No compasso das canções
Onde o badalar dos sinos
Dá lugar aos belos hinos
De súplicas e devoções
A paz envolve o silencio
Entre as sagradas leituras
A primeira é extraída
Das remotas escrituras
Focado no ensinamento
Do antigo testamento
Louvando a Deus nas alturas
O salmo responsorial
É o ato de aceitar
O conteúdo litúrgico
Que o texto vem pregar
Repleto na explicação
Da mais sublime lição
Lida aos pés do altar
Após a segunda leitura
Vamos para aclamação
Aleluia na palavra
No corpo e no coração
A hora é de alegria
Que o evangelho anuncia
O passo da salvação
As coleções de parábolas
Dão inicio a explicação
Nos relatos de Mateus,
Marcos, Lucas e João
A fé guiando os capítulos
E os milagres nos versículos
DE Jesus Cristo em ação.
Conduzindo a homilia
O celebrante traduz
Na gloria do Espirito Santo
A palavra de Jesus
Trazendo aos nossos dias
Fraternas sabedorias
Em raios claros da luz.
Quando rezamos o credo
O sentido é de afirmar
Que estamos novamente
Convictos em aceitar
A crença de um só Deus
E os ensinamentos seus
Na eterna glória de amar.
Na oração dos fiéis
Ou preces comunitárias
Todos rogam a Deus Pai:
Atendei as necessárias,
E as suplicas de cada um
Voltadas ao bem comum
Unindo ações solidarias.
As ofertas conduzidas
Em passos de procissão
São os frutos do trabalho
Na mesa com vinho e pão
Simbolizam no altar
As vidas que irão ficar
Com Deus Pai da criação.
Na consubstanciação
Nós podemos entender
Que o sacerdote transforma
Na unção do seu poder
O vinho e o pão sagrado
No corpo de Cristo amado
Razão do nosso viver.
Toda honra e toda gloria
Com Jesus ressuscitado
Na luz da Eucaristia
Passando ao livro sagrado
Palavras do amor sem fim
“É em memoria de mim”
Que o tempo deixou gravado.
Um louvor a santa igreja
Pela missão de pregar
Papa, Bispos e Ministros
Sendo a hora de lembrar
Das pessoas que partiram
E certamente seguiram
Pra junto de Deus morar.
O Pai Nosso é uma oração
De mãos dadas e erguidas,
As mentes procuram os olhos
Vendo as preces estendidas
E os corações vão falando
Que Jesus vem igualando
O pulsar de suas batidas.
Paz é fruto da igualdade
Da justiça e do perdão
Paz em Cristo na igreja
Abraçando cada irmão
Que sorri com esperança
No amor e na confiança
Com Deus em seu coração.
Comungar é dividir
O alimento sagrado
Também é multiplicar
O que Jesus tem pregado,
Assim vamos prosseguindo
Cada um contribuindo
No mundo da evangelização.
A missa vai terminando
Na exortação do coral,
A comunidade se alegra
Do seu papel principal
E o celebrante deseja
Para que Deus nos proteja
Em sua oração final.
__________________________________________________________
(*) Paulo Tavares Macedo, natural do TIPI - Aurora - Ceará, cristão ligado a Paroquia de São José, na Lagoa Redonda em Fortaleza, que recebeu do pároco o seguinte comentário: Louvo a ação de Paulo Tavares Macedo, que tão dedicadamente teve a feliz ideia de escrever em prosa e verso o sentido da Santa Missa de maneira simples e ao mesmo tempo rica dos relatos da ultima ceia de Jesus." ( pe. Leandro de Araújo )
SEU NOME É
JESUS
À
juventude envolvida nos desafios da JMJ
Deus veio a casa, despojando-se de sua glória.
Pediu licença ao ventre de uma menina,
sacudido por um decreto do César,
e se fez um de nós:
um palestino de tantos na rua sem número,
meio-artesão de trabalho grosseiro,
vendo passar os romanos e as andorinhas,
morrendo, depois, de má morte matada,
Pediu licença ao ventre de uma menina,
sacudido por um decreto do César,
e se fez um de nós:
um palestino de tantos na rua sem número,
meio-artesão de trabalho grosseiro,
vendo passar os romanos e as andorinhas,
morrendo, depois, de má morte matada,
fora da Cidade
Já sei que há muito tempo
que o sabeis, que vos o dizem,
que o sabeis friamente
porque vos o dizem com palavras frias...
que o sabeis friamente
porque vos o dizem com palavras frias...
Quisera que o soubésseis de golpe,
hoje, quiçá pela primeira vez,
surpreendidos, desconcertados, livres de mitos,
livres de tantas liberdades mesquinhas.
surpreendidos, desconcertados, livres de mitos,
livres de tantas liberdades mesquinhas.
Que os o dissesse o Espírito
como uma facada em tronco vivo!
Quisera que O sentísseis como uma onda de sangue no coração da inércia,
em meio a esta corrida de tropeçadas rodas.
Quisera que désseis n’Ele como na porta de Casa,
retornados da guerra, sob o olhar do Pai e seu beijo impacientes.
Quisera que O sentísseis como uma onda de sangue no coração da inércia,
em meio a esta corrida de tropeçadas rodas.
Quisera que désseis n’Ele como na porta de Casa,
retornados da guerra, sob o olhar do Pai e seu beijo impacientes.
Quisera que O gritásseis
como um grito de vitória pela guerra perdida,
ou como o parto sangrento da esperança,na cama de vosso tédio,
em plena noite, amortecida toda ciência.
Quisera que O encontrásseis, em um abraço total,
Companheiro, Amor, Resposta.
Podereis duvidar que tenha vindo a casa,
se esperais que os mostre a patente dos prodígios,
se quereis que os sancione a preguiça de viver.
Mas não podeis negar que se chama Jesus, com a patente do pobre.
E não me podeis negar que O esperais,
com a louca carência de vossa vida repudiada,
como se espera o alento retornando da asfixia
quando se sentia na garganta a morte, serpente de perguntas.
Seu nome é Jesus.
Se chama como nos chamaríamos
se fossemos nós mesmo.
Pedro Casaldáliga
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