FEIRA DO ALECRIM
Ivam Pinheiro
Não é em dias escritos de feira
De primeira não é numa segunda
Terça, Quarta, quinta ou na sexta
Feira no sábado – tem no alecrim
É festança popular no uso do grito.
De manhã ou de tarde tem agito
Aqui grita mais e pechincha sim
Armazenada em sacos ou cestas
A cultura popular aqui é fecunda
Cordel, raízes, tipos e bebedeiras.
Comida popular tem nas barracas
Em qualquer dia – até nos feriados.
Mocotó de boi – caldo da sustança
Fumo de rolo, cachaça e forró no ar
Saco de farinha, açúcar, arroz e feijão.
Carne de sol e rapadura vai pra saca
Alegria de notícias de chuva no roçado
Galinha, guisado e picado tá na pança
Morena tô de olho e compro até cajá
O som do povo anima o meu coração.
OBS.: A nossa autência alma potiguar brasileira, vivência da labuta e no grito que pede passagem para resistir e sobreviver nesses tempos modernos, na magia da deslumbrante cultura popular - é dia de feira, feira do alecrim!
A Feira do Alecrim - Natal/RN. Foto: Tarcio Fontenele.
Imagem disponível na página pessoal do autor na rede social facebook."
POUCO LEVADO
COISAS DE MENINO
Marcos Calaça
Quando menino fui levado
Dando pouco trabalho no sertão.
Cheguei a apanhar de sandália,
E de fivela com cinturão.
Levei pouca pisa,
Não escapei de cipó
Ao tomar banho de poço,
Apanhei de fazer dó.
Eu era frouxo na rua
E em casa também,
Mas fazia o que queria
Feliz como ninguém.
Inventei de caçar
Com Inácio e Chiquinho de Maroca,
Apanhei de mamãe
Ao ver a espingarda de soca.
Na vida eu estudei,
Passei por muitos caminhos,
Para colher frutos
Existem muitos espinhos.
Marcos Calaça, jornalista (UFRN)
COISAS DE MENINO
Marcos Calaça
Quando menino fui levado
Dando pouco trabalho no sertão.
Cheguei a apanhar de sandália,
E de fivela com cinturão.
Levei pouca pisa,
Não escapei de cipó
Ao tomar banho de poço,
Apanhei de fazer dó.
Eu era frouxo na rua
E em casa também,
Mas fazia o que queria
Feliz como ninguém.
Inventei de caçar
Com Inácio e Chiquinho de Maroca,
Apanhei de mamãe
Ao ver a espingarda de soca.
Na vida eu estudei,
Passei por muitos caminhos,
Para colher frutos
Existem muitos espinhos.
Marcos Calaça, jornalista (UFRN)
ABSURDO
sei que não consegues enxergar o absurdo
(a palavra esplêndida entendes
pois te chega como um susto)
eu te pergunto então pelo dia de ontem
e já não o vês
pelo de amanhã
e deste nada sabes
pelo minuto que passou
e já não o tens
pelo momento que supões viver
e não o reténs
aí já não consegues parar
e não há certezas
e nada podes definir
suspenso
como o equilibrista limitado a concentrar-se
na linha imaginária do tempo
colocada entre o mistério e sua inquietude
(Horácio
Paiva)
Fazenda
Lagoa Nova, Taipu, 2/11/2012
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