DAS SECAS -- A CRUZADA
Ciro José Tavares
A Presidente da República e os Governadores do Nordeste estiveram reunidos nesse dia 02 de abril, em Fortaleza, Capital do Ceará, para analisar e discutir o flagelo da seca que assola a região. O encontro, como todos que aconteceram no passado, foi de muitas promessas, distribuição de recursos financeiros e planos mirabolantes para resguardar o Nordeste da repetição dos prejuízos danosos. Nenhuma voz pediu a solução definitiva. E não pediu porque o sofrimento do povo interessa à classe política, habituada ao clientelismo eleitoral, num ano que antecede as eleições de 2014, quando serão renovados os mandatos da Presidente da República, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais.
Resolvi, em razão disso, montar no meu Rocinante e sair pelas páginas das redes sociais, blogs e outros meios disponíveis na internet numa cruzada convocatória para, de uma vez, acabar com o martírio de milhares de irmãos. Há muito tempo técnicos do Departamento Nacional de Obras Contra As Secas ofereceram um plano que não só terminaria com o problema, mas transformaria o Nordeste num celeiro magnífico de grãos. A proposta era perenizar os rios da região, interligando-os não com o Rio São Francisco, assoreado e possível de extinção, mas com os volumosos mananciais da Amazônia. A água viria do Rio Tocantins para o Rio Parnaíba e desse para o Rio Jaguaribe. A primeira dificuldade arguida foi como resolver a travessia da Chapada do Araripe, um planalto localizado na divisa dos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco. A chapada abriga uma floresta nacional, uma área de proteção ambiental e um geoparque. Não sei informar se estudos foram feitos para superar a dificuldade. Soube da sugestão de recalcar a água pelo lado cearense, que cairia por gravidade no serão pernambucano. Parece que os custos operacionais assustaram e o projeto exequível foi dormir no fundo das gavetas.
Tome o mapa e visualize o trajeto planejado. Quanto aos obstáculos, tenho certeza de que a engenharia brasileira teria competência para vencê-los. No que respeita aos custos cabem as perguntas: Quanto já se gastou com o problema? Quanto está custando a farra da construção de estádios de futebol, que depois de alguns jogos serão verdadeiros elefantes brancos. Enquanto isso, na base de cisternas, cacimbas e açudes, o povo e os rebanhos continuarão morrendo e o atraso regional servindo á camarilha política. .
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