domingo, 3 de julho de 2011


FONTE: Fottus.com - Fotos e imagens. Por Rafael Henrique(INTERNET)


OUTROS POETAS POTIGUARES

cachalote

(Foto de MANUEL FERNANDES)






contra o dia
se jogou.
maremotos,
barco cheio
e avarias.
sem alvíssaras,
rota bandeira,
bússolas loucas,
arpões armados.
a chuva intensa,
tempestade,
brutas ordens,
travessia.
– capitão, capitão,
nada ainda da baleia branca!
– diga-me, então, imediato:
que nome darei ao meu ódio
que manca?
_________
Lívio Oliveira (Blog o Teorema da Feira)

ROBERTO NOIR-Professor; Filósofo; Poeta
Natal/Rio Grande do Norte, apresentado por Ceicinha Câmara (Notícias da Lusofonia), oferece algumas quadras da sua poética:

AMANHÃ:
Tornar-me-ei um ser deveras silente
Como se fosse uma suave brisa
Que não se vê, apenas se sente
E que todas as dores suaviza!

A DÚVIDA SOBRE O JARDIM
Em meu jardim de rosas
Nasceu uma flor estranha e bela
Não sei como ela ali surgiu:
A semente foi minha ou dela?

Jamais
Tua pálida tez reflete o brilho lunar
Assim como teus níveos cabelos
Meus dedos desejam tanto tê-los
Mas deste feito nunca irei me orgulhar!

SOLUÇÃO
Sabes por que entreguei-me à anorexia?
Devido ao teu vício de me devorar!
Assim quando novamente sentires anemia
Apenas encontrarás um esqueleto a te observar!

LEVEZA
Meus passos estão mais leves
Pois muito eu já sofri
Meu corpo está muito mais leve
Pois várias vezes eu já morri

SAFO
Estou fraca e ocupada
Escrevendo para minha amada
Encontro-me muito debilitada
Por algo que é...NADA!


A EXPRESSÃO POÉTICA DO PROFESSOR FRANCISCO CÂNDIDO



HOMENAGEM AO MEU PAI
Zé Milanês: o poeta cidadão*

Na cantoria de vida e viola,
Em noite de lua e madrugada
O poeta motivado não amola,
Nem entorta o ritmo da toada.

Lá fora o canto da passarada
Que em sinfonia, ninava a noite
Nos porões o estalar de açoite
E o canto afinado da rapaziada:

Vai-se um amor e vem outro
A andorinha só não faz verão
Não quero ser como pau torto
Vem e te dou meu coração!

Só o amor à cultura prevalecia
Havia comunhão entre amigos
E o cantador com maestria,
Louvava Dona Flor e seus maridos.

Cantava a dor e a esperança
No raiar de um novo tempo
Feito de justiça e de bonança,
Não podia ser jogado ao vento.

Idealizava um novo mundo
Onde não houvesse exploração.
A amizade fosse um bem profundo
E em tudo prevalecesse à união.

A saúde, o pão e a educação
Seria direito básico e não favor
Assegurados a toda população
Sem discriminação de religião e cor

Era conhecido como Zé Milanês,
Sindicalista e poeta popular,
Um homem de indiscutível altivez
Só queria aos trabalhadores ajudar.

Tive a honra de conhecê-lo, um dia
Numa noite de animada cantoria
O Pé de Serra se enchia de alegria
Ao som da viola, o povo sorria.

Deixou um grande legado
De coragem, justiça e lealdade.
Deixo aqui o amor poematizado
Por uma questão de fraternidade.

Versejo abraçado a minha terra,
Celebrando os caminhos da vida
Que às vezes a terra seca aterra
Ao lado do sagrado berço da lida.

Seu coração guardava segredos
De vida e viola, gado e gente
Desenrolando, dá mil enredos
De um conto ao descontente.

Sinto prazer em observar e cantar
As belezas raras do Nordeste
Só a zabumba me faz rebolar,
Sendo um valente cabra da peste.

* Poeta e líder sindical, barbaramente assinado, na cidade de Currais Novos (RN), em função de sua luta em defesa dos trabalhadores rurais.
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Do blog de GERALDA EFIGÊNIA

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